Juninho volta a ser decisivo e pode ter melhor ano pelo Vasco

Terça-feira, 19/06/2012 - 09:20

Juninho está voando, mas aos 37 anos, não há fórmula mágica. A grande fase do Reizinho – três gols nos últimos três jogos, incluindo dois em cobranças de falta – coincide com o alívio no calendário vascaíno após a eliminação para o Corinthians na Copa Santander Libertadores. Com tempo para treinar e, sobretudo, repor as energias, a precisão voltou e o volante voltou a ocupar lugar de destaque em campo e se tornar peça-chave no time.

Os números falam por si. Juninho chegou aos dez gols na temporada – incluindo o marcado no amistoso de despedida de Edmundo – e está em ritmo de superar sua melhor temporada com a camisa cruz-maltina, quando balançou a rede 13 vezes em 1996. Em 1999 e 200, anotou 12 gols em cada.

Em comparação com o ano passado, a diferença também é clara. Em 26 partidas em 2011 (ele estreou em julho), marcou cinco gols, com média de 0,19. Na atual temporada, fez o dobro no mesmo número de jogos (média de 0,38).

Em entrevista ao LANCE! na semana passada, o Reizinho admitiu que o baixo aproveitamento nas cobranças de falta foi, em grande parte, motivado por uma diminuição na carga de treino do fundamento. Com pouco tempo para treinar, passou a priorizar outras áreas e o resultado foi um jejum de nove meses sem fazer gol de bola parada.

Com as semanas livres para treinos após a eliminação na Liberta, passou a trabalhar mais todos os fundamentos, priorizou a recuperação física e o saldo apareceu.

– O jogador de futebol demora de 48 a 72 horas para se recuperar totalmente de um jogo. Para o atleta com a idade avançada é ainda mais demorado, principalmente pela redução hormonal, que é normal. Com o intervalo maior, ele pode treinar de maneira global, todos os fundamentos – explicou o fisiologista do Vasco Daniel Gonçalves.

O maior tempo não se reflete apenas na oportunidade de trabalhar mais. Segundo o fisiologista, com mais descanso o jogador tende a se dedicar mais nos treinos e simular de forma mais perfeita os movimentos requeridos no jogo.

– Em um trabalho com bola, o atleta bate nela de forma diferente se está desgastado. O gesto não é igual ao jogo, porque ele se poupa. Mas, descansado, chega mais próximo da técnica máxima.

Com a palavra: Rodrigo Polleto

Preparador físico do Vasco

'Semana de treino é muito importante'

"Sempre digo que a semana de treinamento é muito importante para o jogador. E estamos conseguindo isso agora. Quando temos dois jogos por semana, ainda com viagem, ficamos quase sem treinar e isso prejudica.

Há uma programação específica para o Juninho e, com a semana cheia, ele pode aprimorar aspectos físicos e técnicos sem prejuízos.

O prejuízo maior acontece, principalmente, quando isso (sem tempo para treinos) se torna uma constante. Nessas semanas, como a que estamos tendo, você consegue treinar melhor. Não vínhamos tendo semanas assim, de folga, com um tempo maior para trabalhar.

Ele, sendo um jogador diferenciado que é, já tem essa qualidade técnica para bater na bola. É só readquirir confiança e o treinamento vai aperfeiçoar também. Com a semana mais equilibrada, pode encaixar esse tipo de treinamento sem ser desgastante. Pode realizar algumas atividades sem comprometer em nada.

A batida na bola é uma qualidade dele. Está se sentindo melhor fisicamente e tecnicamente devido à semana de treinamento. E pode aprimorar isso sem que haja um desgaste. Ele já tem essa qualidade no chute e pode dividir essa atividade com algumas outras."


Fonte: Lancenet