Vasco tenta se espelhar no Botafogo, que se classificou para a Libertadores no ano em que voltou para a Série A
Sábado, 14/10/2017 - 14:44
Um time retorna à Primeira Divisão após um calvário na Segundona, supera as previsões de que lutaria contra o rebaixamento e termina o Campeonato Brasileiro classificado para a Libertadores. Esta foi a história do Botafogo em 2016 - e esta é a história que o Vasco tenta repetir em 2017.

Os dois times se enfrentam neste sábado, no Maracanã, às 19h (de Brasília). O Glorioso aproveitou a boa campanha do ano passado para se fortalecer ainda mais na atual temporada: chegou às quartas de final da Libertadores e está em sexto lugar no Brasileiro, na briga por nova classificação continental. Um caminho que o Vasco espera trilhar também.

O Cruz-Maltino retornou à Série A neste ano. Teve diversos obstáculos ao longo da campanha, mas, perto de começar a 28ª rodada, está em nono lugar, com 36 pontos, a quatro do atual G-7. Ainda está perto do Z-4 - a diferença é de cinco pontos -, mas o tom é de confiança. Confira semelhanças e diferenças dos dois clubes:

SEMELHANÇAS

Situação na tabela

Passadas 27 rodadas em 2016, o Botafogo ocupava a 10ª posição do Campeonato Brasileiro na época e estava até atrás na tabela do que o Vasco agora, atualmente o nono colocado. Porém, tinha 38 pontos, dois a mais do que o Cruz-Maltino tem hoje no campeonato. Porém, a distância para a zona de classificação da Pré-Libertadores é a mesma.



No ano passado, o Glorioso estava quatro pontos atrás do Atlético-PR, sexto colocado com 42, mesma distância atual do Vasco para o Flamengo, sétimo. A diferença é que na época, no final de setembro, ainda não se sabia que o G-4 viraria G-6, o que só foi confirmado pela CBF no início de outubro. E hoje há um G-7 com a presença no bolo do Cruzeiro, campeão da Copa do Brasil.

Base como apoio

Sem possibilidades de grandes investimentos, ambos os clubes usaram a base para completar o elenco. Nem todos os jovens foram titulares: no Botafogo de 2016, o zagueiro Emerson Santos foi quem mais se firmou, enquanto que no Vasco atual, Mateus Vital é quem mais jogou.

Mas muitos garotos recém-saídos da base foram úteis nas campanhas, como reservas confiáveis e eventuais titulares. Luís Henrique, Ribamar, Fernandes e Leandrinho pelo lado do Glorioso; Paulo Vitor, Paulinho, Evander e Andrey por parte do Cruz-Maltino.

Contratações certeiras

Camilo chegou no meio do ano passado ao Botafogo e encaixou como uma luva no time. As boas atuações do meia impulsionaram o Glorioso à briga na parte de cima da tabela e renderam até uma convocação para a Seleção, em amistoso contra a Colômbia, em janeiro.

No Vasco deste ano, a chegada de Anderson Martins ajudou bastante a solucionar os problemas de uma defesa que era das mais vazadas do Brasileiro. Desde que estreou, o zagueiro aumentou o nível técnico e deu um ganho considerável de performance ao Cruz-Maltino.

DIFERENÇAS

Continuidade x trocas de comando

O Botafogo iniciou o Brasileiro com Ricardo Gomes. Quando o treinador foi para o São Paulo, o comando ficou com Jair Ventura, auxiliar, que conseguiu incrementar a produção do time. A continuidade no trabalho, porém, foi apontada como fundamental para a campanha alvinegra.

O caso do Vasco é o oposto. O Cruz-Maltino está em seu terceiro treinador no ano - Cristóvão Borges, Milton Mendes e Zé Ricardo. De parecido, está o fato de Zé ter conseguido melhorar o desempenho da equipe nas últimas rodadas.

Fator casa

O Vasco perdeu São Januário no meio do Brasileiro. A confusão no clássico contra o Flamengo gerou seis jogos de punição - três deles em Volta Redonda e outros três com portões fechados. Isso afetou diretamente o desempenho do time, que vinha muito bem atuando em casa.

O Botafogo também perdeu o Nilton Santos em 2016 por causa dos Jogos Olímpicos, mas sabia desde o início e se programou para montar a Arena Botafogo no Luso-Brasileiro, na Ilha do Governador. O desempenho no estádio fez o time alcançar a Libertadores.

Ano político

A eleição no Vasco está marcada para o dia 7 de novembro, mas os bastidores políticos do clube fervem desde o início do ano. Para a diretoria, isso influenciou diretamente nos atos de hostilidade em São Januário que culminaram na punição de perda de mando. Eurico Miranda chegou a vir a público garantir a blindagem ao futebol do que considerava ataques da oposição.

No Botafogo, a estabilidade política permitiu maior tranquilidade. Em 2016 não havia eleição nem maiores críticas à gestão de Carlos Eduardo Pereira, que equacionou as dívidas e acabou com um problema antigo no clube: salários atrasados. O trabalho é tão elogiado que seu candidato a sucessor da chapa, Nelson Mufarrej, é o favorito às eleições do dia 25 de novembro.

Fonte: GloboEsporte.com