Confira a íntegra da entrevista coletiva de Dorival Jr. após o clássico Urubu 1 x 1 Vasco

Segunda-feira, 07/10/2013 - 00:27
comentário(s)

Expulso no segundo tempo do empate no clássico Vasco 1 x 1 Flamengo (Veja o vídeo ao lado), o técnico Dorival Júnior reclamou da atuação do árbitro Ricardo Marques Ribeiro. Na visão do treinador, o juiz deveria ter expulso o zagueiro Wallace antes da metade do primeiro tempo. Sobre o resultado, Dorival não lamentou completamente o empate, embora o Vasco tenha retornado à zona de rebaixamento nesta rodada.

- Avaliar se foi ruim o resultado depende de como vemos o contexto da partida. O time jogou quinta com desgaste absurdo, chegou ao Rio às 5h, tiramos atividade na sexta-feira e jogamos dois dias e meio depois um clássico em alto nível, buscando a recuperação do jogo - disse o técnico vascaíno, que pediu novamente a confiança do torcedor.

- O torcedor vascaíno pode ficar tranquilo que o time vai lutar até o último momento para sair dessa condição. Não vamos deixar acontecer o pior com a equipe. Essa entrega desse time, quem sabe, pode ser o diferencial para não acontecer isso (cair para a segunda divisão) - disse o treinador, que foi substituído pelo auxiliar Lucas Silvestre.

Na entrevista coletiva, Dorival Júnior ainda saiu em defesa do zagueiro Cris, que falhou no gol marcado pelo Flamengo, comentou a substituição de Juninho Pernambucano, reclamou de sua expulsão e comentou o problema de saúde sofrido por Oswaldo de Oliveira.

Leia na íntegra a entrevista de Dorival:

Rendimento do time

A equipe não rendeu no primeiro tempo, teve outra postura, diferente do que vínhamos tendo. Depois, no segundo tempo, mudamos, buscamos uma movimentação mais intensa, adiantamos a marcação, fizemos transições e conseguimos o gol, além de criarmos outras oportunidades. Na segunda etapa tivemos mais intensidade, posse de bola, então fizemos uma partida semelhante ao que vínhamos jogando nas últimas partidas.

Falha de Cris

Temos sempre que ter paciência com o atleta, que vem tendo partidas seguras, regulares. Ele falhou na estreia contra o Grêmio, teve outra falha em outra partida, o que é natural, mas vem numa crescente, vem melhorando. Eu acho que a zaga não está comprometendo, ela vem fazendo jogos seguros, regulares. Jamais vou execrar jogador por falha, situação qualquer. Eu trabalho com 30 jogadores buscando objetivos. Temos que ter paciência e cuidado, porque é natural que existam erros.

Substituição de Juninho

Juninho levou cartão e precisava dar uma mexida. Devido ao cansaço de toda a equipe, dos que estavam em campo ele seria o que naturalmente mais sentiria o segundo tempo. Não acho que ele vinha mal, mas foi uma precaução física, uma opção para aquele momento.

Entrada de Willie e André somente no segundo tempo

Encontramos maneira de jogar e a equipe vinha se comportando bem, a entrada desses dois no segundo tempo acabou provocando outras situações na partida. Infelizmente nossa recuperação nesta partida estava comprometida. Chegamos 5h de quinta para sexta de Macaé, tiramos todos trabalhos possíveis na sexta para que estivéssemos em campo hoje e tivemos recuperação impressionante na segunda etapa.

Expulsão de campo

A partida partida estava nervosa e não se pode deixar de se exaltar quando um jogador neutrauliza as jogadas com as mãos, não sendo punido, em seguida, o mesmo jogador faz uma jogada desclassificatória, só leva amarelo, e de novo, pela terceira vez, interrompe uma jogada se atirando ao chão. Disse a ele: ‘Quem esta errado é você, quem deveria sair é o jogador’. Nós entendemos a pressão que eles sofrem, tentamos contemporizar, mas... Ele era para ser expulso aos 20 minutos da primeira etapa, depois ele (Wallace) mata um contra-ataque, para uma jogada com as mãos. Se não é expulso ali, em que momento isso (a expulsão) vai acontecer? A culpa é sempre do treinador, porque fica exposto e sem condição de uma defesa. O sentido de proteção do arbitro é a retirada do atleta, o que ele não fez, ou a retirada do treinador por reclamação, o que ele fez. E realmente reclamei.

Empate

Se foi bom ou ruim depende de como vemos o contexto da partida. Jogamos quinta, vínhamos de um desgaste absurdo, tivemos dois dias e meio até jogar um clássico em alto nível. Com tudo que nós tivemos, conseguimos buscar uma recuperação.

Confiança

Digo ao torcedor vascaíno: pode ficar tranquilo que esse time vai lutar até o último momento e não vamos deixar acontecer o pior com o Vasco. Estamos com entrega e, quem sabe, esse ponto pode ser o diferencial para isso não acontecer (não cair).

Ansiedade em sair do Z-4

Para uma equipe que teve cinco derrotas consecutivas é natural que haja (ansiedade). Fizemos bons jogos e o resultado não aparecia. Alcançamos cinco pontos importantes esta semana, mas não foi o suficiente para respirar. Não foi o necessário, mas já é um passo. Se continuarmos a mostrar esse futebol, principalmente do segundo tempo, fatalmente vamos sair dessa condição, a qualquer momento.

Saúde de treinador (caso Oswaldo de Oliveira)

Ontem (sábado) vi uma colocação após o jogo do Palmeiras, que é líder da série B. A pessoa disse: ‘Gilson Kleina corre risco e tem trabalho contestado’. Ele é líder da competição, faz um trabalho muito bom, de recuperação do Palmeiras e, de repente, com uma derrota, depois de 10, 11 jogos de invencibilidade, dizem isso. Isso já explica o que significa o respeito ao treinador no país. Só pedimos respeito, porque nós desenvolvemos trabalho. Mas aqui não existe isso, os trabalhos são de aluguel. Prova disso é o numero de treinadores demitidos, que é um absurdo se compararmos com o futebol mundial. O desgaste é absurdo, as cobranças em algum momento são estupidas. Na segunda derrota do Vasco eu já estava na corda bamba. Na quinta, então, já tinha sido substituído por uma poção de treinadores.

Cinco pontos em nove jogos sem sair do Z-4

Emocionalmente é natural que sinta (a condição de ainda estar no Z-4). O pior que nos aconteceu foi ficar cinco rodadas sem pontuar. Antes da Portuguesa, se a gente vencesse aquela partida, seríamos sexto colocados, estávamos em décimo. Depois, ficamos cinco partidas sem pontuar. Se tivéssemos três pontos a mais hoje, estaríamos pressionados sim, mas nem tanto quanto estamos agora. Mas o pior momento talvez tenha passado. Espero que pela produção da equipe que a qualquer instante a gente sai dessa situação. E isso vai acontecer, pela sequência de atuações. Confio muito na recuperação do Vasco.

Fonte: GloboEsporte.com