Cristóvão explica opção por linha de volantes: desfalques e estilo do rival

Quinta-feira, 06/09/2012 - 19:15

Sem Juninho e Felipe para organizar a ligação do meio de campo com o ataque, Cristóvão Borges testou uma formação diferente para o Vasco no empate por 1 a 1 com o Náutico, nos Aflitos. Lançou quatro volantes para jogar em linha com o intuito de, segundo o treinador, conter as principais armas do rival e surpreendê-lo. A marcação ao melhor estilo do futebol inglês, porém, não agradou tanto, e o time ainda perdeu força ofensiva, que só foi recuperada no segundo tempo, com a entrada de Carlos Alberto na vaga de Eduardo Costa. Os outros integrantes do reforço na marcação foram Nilton, mais centralizado, Wendel, pela esquerda, e Fellipe Bastos, com um pouco mais de liberdade pela direita para encostar nos atacantes.

- Foi uma estratégia para jogarmos de forma vertical, explorando a velocidade do Tenorio. Até pelas características do time deles que eu acompanhei, vi uma solução. Mas tivemos dificuldades na marcação. O Náutico mudou a movimentação, estávamos chegando atrasados em algumas bolas. No fim do primeiro tempo, melhorou um pouquinho, mas não foi o ideal ainda. Depois, tivemos mais posse de bola com o Carlos Alberto, nos organizamos e conseguimos inibir o que o Náutico tinha de forte. Começamos a jogar nas costas dos laterais, eles diminuíram o ritmo, avançamos a marcação e chegamos ao gol - analisou.

Os números mostram que a tática trouxe poucos benefícios. O Vasco foi dominado no primeiro tempo, quando sofreu o gol de Kieza. Errou 25 passes (42 no total) e não conseguiu manter a posse de bola no campo de ataque. A equipe finalizou só oito vezes, contra 18 do Náutico, que ainda pressionou mais no fim da etapa final. Fellipe Bastos, autor do gol vascaíno, esteve fora de sua função original, foi bem marcado e errou oito tentativas.

Apesar de não ter saído com a vitória do Recife, que colocaria o clube a quatro pontos do líder Atlético-MG, a aposta foi aprovada por Cristóvão, que admitiu ter quebrado a cabeça para definir o esquema diante do número reduzido de opções. Ele ainda sofreu com outras dificuldades, como a saída forçada de Auremir, lesionado, e a entrada de Luan, zagueiro de 19 anos que foi improvisado na lateral, e que o fez atingir o limite de substituições.

- Foi mesmo uma das partidas mais difíceis (para escalar o time) por causa das alternativas. A maneira de jogar do Vasco não é essa, mas o que tínhamos era isso. Diante das circunstâncias, conseguimos o empate, então valeu a pena - disse.

O goleiro Fernando Prass fez sua leitura da estratégia ao desembarcar de volta no Rio.

- É uma opção tática do treinador, às vezes dá certo, às vezes dá errado. São circunstâncias do jogo. No segundo tempo ele teve uma outra ideia, nosso time melhorou em relação ao primeiro tempo, quando teve as duas linhas. Tivemos a infelicidade de perder o Auremir, teve que entrar o Luan, que nunca tinha sequer jogado e nem é da posição. Depois o Bastos sentiu câimbra nas duas pernas. Acho que isso dificultou um pouco mais - enumerou o camisa 1

Na próxima rodada, o Vasco recebe o Bahia, domingo, em São Januário. A equipe ocupa a quarta posição no Campeonato Brasileiro, com 39 pontos conquistados.

Confira os números do duelo:

Finalizações: 8 VAS / 18 NAU
Roubadas de bola: 15 VAS / 6 NAU
Passes errados: 42 VAS / 25 NAU
Faltas cometidas: 24 VAS / 14 NAU

Fonte: GloboEsporte.com