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NETVASCO - 13/03/2008 - QUI - 00:35 - ESPECIAL 1948: CAPÍTULO IX - VASCO FICA A UM PONTO DO TÍTULO

De 3 a 14 de março, a NETVASCO publica uma série em dez capítulos sobre os 60 anos do título do Vasco no Campeonato Sul-Americano de 1948. O material foi produzido pelos pesquisadores Alexandre Mesquita e Jefferson Almeida, ambos vascaínos, e é parte do livro "Um Expresso chamado Vitória", que está em fase final de edição e cujo lançamento está previsto para 21 de agosto deste ano, dia do aniversário de 110 anos do Club de Regatas Vasco da Gama.

Entre em contato com os autores por intermédio do e-mail expressovasco@ig.com.br e garanta já o seu exemplar desta obra obrigatória na biblioteca de qualquer vascaíno. O pagamento antecipado dá direito à entrega do livro em sua residência e a concorrer ao sorteio de uma camisa Retrô 1948 do Vasco.

CAPÍTULO IX - GIGANTE DA COLINA EMPATA COM COLO COLO E FICA A UM PONTO DO TÍTULO

Com a inesperada derrota do River Plate para o Nacional por 3 a 0, apenas uma vitória separava o Vasco da conquista da taça. Vencendo esse confronto, o máximo que poderia acontecer seria um empate entre os três citados e o Colo Colo na liderança e, nessa hipótese, todos dividiriam o título. O desafio, portanto, não seria apenas enfrentar os donos da casa. Time por time, o Vasco era bem melhor. Mas além de o adversário contar com a torcida local, a arbitragem preocupava os vascaínos. Também havia por parte dos organizadores uma certa vontade de que o campeonato tivesse um desempate entre duas ou mais equipes já que as rendas estavam sendo um sucesso. Até mesmo uma proposta com esse intuito (e diferente do que antes estava acertado no regulamento) foi apresentada ao Vasco: 400 mil cruzeiros por um jogo (ou torneio desempate). Mesmo sabendo que haveria um compromisso logo a seguir ao Sul-americano e que oito vascaínos teriam de fazer parte dos treinos preparatórios da seleção brasileira para a Copa Rio Branco.

As outras duas partidas realizadas até o confronto entre Vasco e Colo Colo envolveram apenas equipes da parte de baixo da tabela: Litoral 3 x 1 Emelec e Municipal 4 x 0 Emelec.

Os chilenos começam melhor com boa jogada de Infante e Varela que termina com o perigoso arremate de López. O Expresso responde com Friaça, que chuta forte para boa defesa de Fernandez. O arqueiro adversário aparece de novo, praticando boa intervenção em conclusão de Maneca. O jogo segue movimentado na primeira etapa, mas o Vasco é o time que mais agride. O placar, no entanto, permanece em branco.

Após o intervalo, a partida prossegue equilibrada. Miranda lança López que não domina. Mas Faria emenda na corrida para tirar o primeiro zero do placar. O Expresso não se abala e segue atacando. O gol chileno é ameaçado várias vezes com boa combinação de jogadas do ataque vascaíno. Friaça, de cabeça, finalmente deixa tudo igual. A partir daí a violência dos locais impera em campo, diante da passividade do árbitro. Augusto recebe um soco após desarmar Munhoz. Friaça também é agredido. Flavio Costa, inconformado, invade o campo tendo que ser retirado pelos carabineiros. Os soldados voltam a intervir após Barbosa revidar um pontapé de Clavero. Não havia mais futebol e o marcador ficou mesmo no empate em um gol. A imprensa local reconheceu a superioridade dos brasileiros. Disseram os jornais que se houvesse um vencedor deveria ser o Vasco da Gama. O dirigente vascaíno Diogo Rangel, inconformado com a falta de esportividade dos chilenos, que abusaram da violência para evitar a eliminação antecipada no torneio, reclamou da atitude do adversário junto ao presidente do clube e foi seco ao buscar de suas mãos a cota do jogo que cabia ao clube brasileiro.

Com o empate diante dos donos da casa, o Vasco chegou aos nove pontos ganhos em cinco jogos mantendo-se na liderança, seguido pelo Nacional, com seis pontos em quatro partidas, e o River Plate, com quatro pontos em três jogos. Colo Colo e Muncipal, com quatro pontos cada, dividiam a terceira colocação com o time argentino, mas já estavam fora da disputa por já terem cumprido quatro e cinco partidas, respectivamente.

O caminho rumo à conquista inédita não seria fácil. Segurar La Máquina era mesmo um desafio muito difícil, mesmo com toda a confiança que a campanha da equipe cruzmaltina lhe permitia ter. Além disso, o Nacional, que só perdera do Vasco e ainda almejava o troféu, estava na espreita de um tropeço vascaíno diante dos argentinos.

VASCO 1 X 1 COLO COLO-CHI

Data: Domingo, 7 de março de 1948.
Estádio: Nacional (Santiago, Chile).
Hora: 16h30min (local) - 17h30min (Rio).

Árbitro: Carlos Paredes (BOL).

Público: 37.000 pagantes.

Gols: Farias 35s/2ºT (COL), Friaça (cabeça) 22'/2ºT (VAS).

VASCO: Barbosa, Augusto e Wilson; Ely, Danilo e Jorge; Djalma, Maneca (Lelé 7'/2ºT, depois Maneca* 20'/2ºT), Friaça, Ismael e Chico (Nestor 30'/2T).

COLO COLO-CHI: Fernandes, Fuerzalida (Urroz 41'/2ºT) e Pino; Machuca, Miranda e Muñoz; Castro (Clavero 16'/1ºT ), Farias, Infante (Lorca, intervalo), Varela e López.

* Obs.: O regulamento permitia que um jogador substituído voltasse a campo.








GALERIA


Friaça, de cabeça, faz o gol de empate contra o Colo Colo.


Gol de Friaça contra o Colo Colo por um ângulo diferente.


CAPÍTULOS ANTERIORES (clique para acessar)

Capítulo I - Nasce o Expresso da Vitória: o primeiro time do Brasil campeão no exterior
Capítulo II - Vasco representará o Brasil no Campeonato Sul-Americano de Clubes em 1948
Capítulo III - Na preparação do torneio, uma disputa acirrada do Expresso contra o campeão paulista
Capítulo IV - Elenco chega esperançoso na primeira conquista internacional de um clube brasileiro
Capítulo V - Vasco vence Litoral com dificuldade na sua estréia no Sul-Americano em Santiago
Capítulo VI - Expresso da Vitória arrasa o Nacional uruguaio com atuação de gala
Capítulo VII - Vasco goleia o Municipal no seu terceiro compromisso no Sul-Americano
Capítulo VIII - Expresso bate Emelec pelo placar mínimo no Sul-Americano do Chile

Sobre os autores

ALEXANDRE MESQUITA nasceu em 7 de maio de 1970, pouco antes do tricampeonato mundial. Assíduo freqüentador da Biblioteca Nacional desde 1997, é pesquisador e colecionador de tudo o que se refere ao tema futebol.

JEFFERSON ALMEIDA nasceu em 24 de fevereiro de 1973 e se formou em Jornalismo na PUC-RJ em 1994. É escritor, pesquisador e possui vasto acervo com livros, reportagens e fotos do futebol brasileiro e mundial.


Fonte: NETVASCO


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