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CAPÍTULO III - NA PREPARAÇÃO DO TORNEIO, UMA DISPUTA ACIRRADA DO EXPRESSO CONTRA O CAMPEÃO PAULISTA

Não foi com o pé direito que a nova temporada se iniciou para o quadro da Cruz de Malta. Ainda em comemoração ao título invicto do Carioca de 1947, o Expresso perdeu de 4 a 1 para o selecionado do campeonato. Em seguida, encarou o Palmeiras, campeão paulista, pelo Troféu Mito (Taça dos Campeões do Rio e São Paulo), que seria jogado em uma disputa ‘melhor-de-três’.

Logo na primeira partida, o Pacaembu recebeu um dos maiores públicos para um clássico interestadual. A peleja acabou sendo decidida nos minutos finais. Jorge, em sua única falha, proporciona ao ponteiro Lula a abertura do marcador. Dois minutos depois, Bóvio aumenta, mas Ismael diminui a vantagem dos paulistas. O Vasco ainda pressiona, mas não há mais tempo para a reação e o time paulista vence por 2 a 1.

Ainda sem contar com Ademir, o jogo de volta começa difícil para o quadro de São Januário, que precisava vencer para provocar uma partida desempate. O encontro segue equilibrado, mas é o visitante quem marca primeiro. Bóvio aproveita cobrança de escanteio e faz. Maneca faz bela jogada pela meia direita, toca para Chico que engana seu marcador e consegue empatar. Já no segundo tempo, Maneca, deslocado pela ponta direita, cruza rasteiro para Friaça. Este faz excelente corta-luz e Djalma vira o jogo. No fim, em lance de contra-ataque, Nestor arranca e serve Friaça que também deixa o dele, fazendo 3 a 1 para o time carioca.

Com uma vitória para cada lado, uma terceira partida seria jogada, porém, como não havia data definida, o Vasco partiu para uma excursão pelo país. Foi a Minas, onde venceu o Cruzeiro (3x1) e perdeu para o Atlético (1x2). No Paraná, aplicou sonora goleada sobre o Coritiba: 7 a 2!

A partida decisiva contra o Palmeiras marcou o retorno de Ademir ao comando de ataque do Almirante. No entanto, a cabeça dos vascaínos já estava na competição internacional no Chile, já que a estréia do time estava distante apenas dez dias. Por tudo isso, o antigo Palestra Itália paulistano, que além de tudo jogava em casa - mando determinado por sorteio -, foi melhor. No primeiro tempo, Lima aproveita rápida jogada de Canhotinho e faz o gol. Arthurzinho aumenta na etapa final. O Vasco acorda tarde demais, consegue diminuir através de Chico, mas deixa essa taça na Paulicéia. Mas a meta era a conquista de um outro troféu, bem mais pomposo, que em breve estaria por vir.

PALMEIRAS 2 X 1 VASCO

Data: Quarta-feira, 4 de fevereiro de 1948.
Estádio: Pacaembu (São Paulo).
Árbitro: João Etzel.

Gols: Lima 23'/1ºT (PAL), Arthurzinho 24'/2ºT (PAL), Chico 30'/2ºT (VAS).

PALMEIRAS: Oberdan (Rodrigues), Caieira e Turcão; Zezé Procópio, Túlio e Waldemar Fiúme; Lula, Arthurzinho, Bóvio, Lima e Canhotinho.

VASCO: Barbosa, Augusto e Rafagnelli (Wilson); Ely (Djalma), Danilo e Moacir; Friaça, Maneca (Lelé), Dimas, Ademir e Chico.

GALERIA

Time que estreou na Copa Atlântico, contra o Nacional, em Montevidéu, em 1947: Ely, Jorge, Barbosa, Rafagnelli, Augusto e Danilo em pé; Djalma, Lelé, Dimas, Maneca e Chico agachados. (26/01/1947)