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Dedé: 'Estou mais confiante, sim. Enfrentei jogadores de alto nível'


Domingo, 30/10/2011 - 15:24

Até julho, Dedé em campo era garantia de segurança, mas de consumo interno. A torcida do Vasco, que já o idolatrava, sabia que a presença do zagueiro diminuía as chances de o time sofrer gols. Depois de seis convocações seguidas para as últimas partidas do Brasil, Dedé ganhou novo status. Virou zagueiro de seleção, ganhou reconhecimento geral e respeito dos adversários. E é com este moral que ele enfrenta o São Paulo — Dagoberto e Luís Fabiano não jogam — do habilidoso Lucas, hoje, às 16h, em São Januário. Embalado pela goleada (8 a 3 sobre o Aurora) na Sul-Americana e com estádio lotado, o Vasco põe em jogo a liderança do Campeonato Brasileiro.

— Acho que eles (os adversários) veem minha humildade em campo. Mesmo antes da seleção sempre quis ajudar o companheiro, a equipe e ganhar a bola de qualquer jeito. Hoje, estou mais tranquilo em campo e eles veem isso. A seleção dá mais confiança. Estou mais confiante, sim. Enfrentei jogadores de alto nível — admitiu o zagueiro, que só ficou fora da última lista porque o técnico Mano Menezes não convocou jogadores que atuam no país.

Sonho de levantar a taça

Depois de Lucas, cuja marcação não é responsabilidade total do zagueiro, Dedé terá pela frente uma lista de selecionáveis: Neymar, Loco Abreu, Fred e Ronaldinho Gaúcho. O mais difícil ? Dedé pondera e responde politicamente que todos vão dar trabalho, mas em seguida reconhece:

— É um diferente do outro. Neymar é habilidade. Lucas, tem habilidade e velocidade. Ronaldinho também é habilidoso. Fred e Loco Abreu são de área. Mas Lucas e Neymar são mais difíceis de marcar porque se movimentam mais.

A responsabilidade do zagueiro cresceu na mesma proporção do que o respeito:

— Lógico que a responsabilidade aumenta contra os grandes atacantes pela confiança que todos têm em mim.

Por isso, Dedé mantém os pés no chão e garante que ainda não se considera totalmente um zagueiro de seleção. Para o seu maior sonho se concretizar, ir à Copa do Mundo, precisa fazer muito mais. Como se manter em alto nível e conquistar mais um título nacional pelo Vasco, outro sonho do jogador.

— No Vasco, o maior sonho é conquistar esse Brasileiro pelo grupo e pelo Ricardo Gomes. Não é só um treinador, é um amigo, é um pai. É obrigação dar minha vida por este título — declarou ele, que, apesar da regularidade da equipe, diz que a falta do treinador é grande. — Claro que sentimos muita saudade. Olhamos para o campo e não vemos o nosso mestre.

Ao lado de Ricardo Gomes, Dedé se imagina presente na premiação da CBF no dia 5 de dezembro para levantar a taça de campeão. Quem sabe a de melhor zagueiro também.

— Vai ser um sonho duplo. Mas nem penso tanto no título individual — disse.

Para chegar lá, o Vasco ainda tem mais sete passos. São poucos se comparados ao descrédito do início do ano:

— Houve precipitação quando falaram da fase ruim. O elenco é bom, e sempre acreditamos que sairíamos daquela situação. Foi uma questão de trabalho, uma caminhada longa que ainda não terminou.

Fonte: O Globo