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Dedé: 'Tenho muita vontade de ficar aqui por muito tempo'


Sábado, 29/10/2011 - 22:31

Até julho, Dedé em campo era garantia de segurança, mas de consumo interno. A torcida do Vasco, que já o idolatrava, sabia que a presença do zagueiro diminuía as chances de o time sofrer gols. Seis convocações seguidas para as últimas partidas do Brasil, Dedé ganhou novo status. Virou zagueiro de seleção, ganhou reconhecimento geral e respeito dos adversários. E é com este moral que ele enfrenta o São Paulo " Dagoberto e Luís Fabiano não jogam " do habilidoso Lucas, neste domingo, às 16h, em São Januário. Embalado pela goleada (8 a 3 sobre o Aurora) na Sul-Americana e com estádio lotado, o Vasco põe em jogo a liderança do Campeonato Brasileiro.

" Acho que eles (os adversários) veem minha humildade em campo. Mesmo antes da seleção sempre quis ajudar o companheiro, a equipe e ganhar a bola de qualquer jeito. Hoje, estou mais tranquilo em campo e eles veem isso. A seleção dá mais confiança. Estou mais confiante, sim. Enfrentei jogadores de alto nível " admitiu o zagueiro, que só ficou fora da última lista porque o técnico Mano Menezes não convocou jogadores que atuam no país.

Sonho de levantar a taça

Depois de Lucas, cuja marcação não é responsabilidade total do zagueiro, Dedé terá pela frente uma lista de selecionáveis: Neymar, Loco Abreu, Fred e Ronaldinho Gaúcho. O mais difícil ? Dedé pondera e responde politicamente que todos vão dar trabalho, mas em seguida reconhece:

" É um diferente do outro. Neymar é habilidade. Lucas, tem habilidade e velocidade. Ronaldinho também é habilidoso. Fred e Loco Abreu são de homens de área. Mas Lucas e Neymar são mais difíceis de marcar porque se movimentam muito.

A responsabilidade do zagueiro cresceu na mesma proporção que o respeito.

" Lógico que a responsabilidade aumenta contra os grandes atacantes pela confiança que todos têm em mim.Dedé com a taça do Superclássico das Américas, ganha pelo Brasil em Belém após dois jogos contra a Argentina - Foto: Arquivo pessoal

Por isso, Dedé mantém os pés no chão e garante que ainda não se considera totalmente um zagueiro de seleção. Para o seu maior sonho se concretizar, ir à Copa do Mundo, precisa fazer muito mais. Como se manter em alto nível e conquistar mais um título nacional pelo Vasco, outro sonho do jogador.

" No Vasco, o maior sonho é conquistar esse brasileiro pelo grupo e pelo Ricardo Gomes. Não é só um treinador, é um amigo, é um pai. É obrigação dar minha vida por esse título " declarou ele, que, apesar de o dia a dia ter sido mantido pela comissão técnica, a falta do treinador é grande. " Claro que sentimos muita saudade. Olhamos para o campo e não vemos o nosso mestre.

Ao lado de Ricardo Gomes, Dedé se imagina presente na premiação da CBF no dia 5 de dezembro para levantar a taça de campeão. Quem sabe a de melhor zagueiro também.

" Vai ser um sonho duplo. Mas nem penso tanto no título individual " disse.

Para chegar lá, o Vasco ainda tem mais sete passos. São poucos se comparados ao descrédito do início do ano.

" Houve precipitação quando falaram da fase ruim, porque o elenco é bom. Sempre acreditamos que sairíamos daquela situação. Foi uma questão de trabalho, uma caminhada longa que ainda não terminou " analisou.

Mistério sobre a Libertadores

O que a torcida quer saber, Dedé não pode dizer. Com contrato até 2014, o zagueiro não garante a sua participação na Libertadores do ano que vem. Mas reforça a sua vontade de permanecer no clube.

- Isso depende do Vasco, sinto que o clube deve correr atrás para eu ficar. Tenho muita vontade de ficar aqui por muito tempo - disse o jogador.

Não depende apenas do clube. Hoje, os direitos econômicos do zagueiro estão divididos entre o Vasco e a Ability. A diretoria havia prometido adquirir os outros 50% pelo jogador, mas ainda não o fez.

Dedé admite que jogar na Europa é um sonho por várias questões. Pelo lado econômico, a compensação já foi maior. Ele reconhece que o Brasil tem conseguido pagar altos salários. Mas isso não é o primordial.

- Eu quero ter um patamar financeiro bom para a minha família, mas não quero ser podre de rico - disse.

Fonte: Extra Online