Basquete: Fiorotto: 'Queremos fazer história novamente'

Sábado, 25/06/2016 - 10:19
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Bruno Fiorotto em ação quando ainda defendia a equipe do PinheirosCasa nova, vida nova. Foi com esse pensamento que Bruno Fiorotto desembarcou segunda-feira no Rio de Janeiro para assinar por uma temporada com o Vasco. Uma das joias de sua geração, o experiente pivô de 31 anos e 2,08m sofreu com seguidas lesões e não conseguiu deslanchar. Cem por cento recuperado das rupturas de ligamento cruzado, uma em cada joelho, o jogador formado nas categorias de base do Pinheiros e com passagens por Limeira e Rio Claro quer deixar os problemas no passado e pegar carona na retomada do basquete vascaíno para dar a volta por cima na carreira.

Motivado e feliz pela oportunidade de jogar num clube de camisa e com uma torcida apaixonada, Fiorotto não vê a hora de entrar em quadra. Em busca do tempo perdido, o novo reforço vascaíno não teve nem férias para poder se apresentar em São Januário em plena forma física.

- Infelizmente as lesões me atrapalharam. Nos últimos quatro anos tive duas lesões sérias, nessa última acho que estava no melhor momento da minha carreira, mas tive um longo período de recuperação e estou bem. Felizmente voltei a jogar no fim do campeonato (NBB 8) com a equipe de Rio Claro, mas ainda não no ritmo que queria, até porque já estava na série dos playoffs contra Franca. Agora é deixar o passado para trás e retomar minha carreira positivamente junto com o Vasco. Nem tive nem férias, pois como estava parado e não podia perder o ritmo de jogo, continuei treinando em Rio Claro quando acabou o NBB. Então estou zerado, sem problema nenhum e muito feliz com essa oportunidade - afirmou o jogador.

Assim como seu futuro companheiro Wagner, Bruno Fiorotto também já havia flertado com o Vasco e quase pintou em São Januário em duas oportunidades anteriores: a primeira depois do fim das atividades da equipe adulta de Limeira, em setembro do ano passado, e depois na formação do time comandado por Christiano Pereira para a disputa da Liga Ouro.

- Aquela vez todos nós queríamos muito vir, e o Vasco também nos queria muito, fizemos de tudo, mas infelizmente não foi possível. Não sei exatamente o que aconteceu, mas aí já envolve as duas diretorias. Depois quase acertei para jogar a Liga Ouro. Cheguei a vir aqui no Vasco, conversei com o Fernando e com o Christiano, tivemos um outro namoro, mas acabou não dando tempo pelo prazo de inscrição e da minha cirurgia, o que foi uma pena também. Mas agora deu certo e estou muito feliz com o acerto - lembrou o jogador.

Se apenas o passado glorioso do Vasco já seria mais do que suficiente para Fiorotto se sentir motivado a vestir a camisa do clube num momento tão especial, o apoio incondicional demonstrado pelo torcedor vascaíno nos jogos 3 e 4 das finais da Liga Ouro, contra Campo Mourão, no reformado ginásio de São Januário, foi um estímulo a mais para Fiorotto aceitar a proposta feita pelo vice-presidente de Desportos de Quadra e Salão, Fernando Lima.

Mas o que realmente pesou na decisão foi a maneira como o clube retornou à elite do basquete nacional. Com um histórico recente de vitórias, títulos e ídolos como Hélio Rubens, Demétrius, Helinho, Rogério, Nenê, Sandro Varejão, entre outros, Fiorotto afirma que o caminho trilhado pelo Vasco não poderia ser mais transparente.

- A torcida abraçou mesmo, eu pude assistir aos jogos das finais pela internet e acho que isso foi fundamental. Principalmente depois de estarem perdendo por 2 a 0. Tudo isso é uma motivação a mais. Voltar numa Liga Ouro, que é uma divisão abaixo e o torcedor poderia muito bem falar para deixar subir, mas quando dei o parabéns ao Fernando, à comissão técnica e aos jogadores, disse que ser convidado é uma coisa, mas ganhar seu direito jogando é outra, o clube volta com muito mais força e com o prestígio lá em cima. O Vasco não precisa de convite nenhum, conseguiu sua vaga na quadra e vai disputar o NBB. Não cheguei a enfrentar aquela timaço do fim dos anos 90, estava naquela transição de juvenil para profissional e cheguei a ficar no banco em alguns jogos, mas não cheguei a jogar contra. Mas lembro dos ginásios lotados, do Campeonato Carioca transmitido na TV, os duelos, foi quando o Nenê estava surgindo também, é um orgulho estar aqui - destacou.

Apesar de mal ter desembarcado no Rio de Janeiro e jamais ter defendido um clube da cidade antes, o pivô de 31 anos não demorou para perceber que o clássico contra o Flamengo tem um significado e uma importância especiais.

- Sentimos isso pela grandeza dos dois clubes, principalmente a do Vasco por tudo que conquistou no passado e pelos jogadores que passaram por aqui. Tudo isso também é uma cobrança grande e uma pressão a mais, mas que é bom. Todo jogador precisa disso para se motivar e jogar. Acho que vamos incomodar. Sabemos que temos um elenco excelente, mas precisamos começar a treinar, encaixar e nos sentir melhor no dia a dia. Mas acho que já largamos na frente pelo plantel, pela torcida, pela força do clube, isso tudo conta muito e acho que pesa num NBB e num playoff. Um time experiente, rodado, com jogadores campeões por onde passaram, acho que tudo isso conta e o Vasco vai vir forte. Queremos fazer história novamente.



Fonte: GloboEsporte.com