Ídolos do MMA, vascaíno Rogério Minotouro e rubro-negro Rafael Feijão pedem clássico sem violência

Domingo, 19/04/2015 - 09:18
comentário(s)

Os caras bons de porrada pedem paz. E futebol, principalmente. Acostumados a agressividade do octógono, os lutadores de MMA Rogério Minotouro e Rafael Feijão se sentiram incomodados com as cenas de violência da primeira partida da semifinal do Carioca, no domingo passado, e exigem habilidade — e gols — de Flamengo e Vasco, hoje, às 16h, no Maracanã. Novo empate levará o Rubro-Negro à decisão. Os vascaínos, porém, acreditam no lema de ‘time da virada’ para pôr fim ao jejum de 12 anos sem conquistas no Rio.

Na opinião dos meio-pesados do UFC, esporte é espetáculo e quem treina duro deve dar exemplo. E até para trocar pontapés, como os que ocorreram no 0 a 0, é preciso preparo e, principalmente, respeito ao adversário.

“Esse jogo truncado vai favorecer novo empate e deixar o Flamengo em vantagem. Está na hora de jogar mais e esquecer a violência. Deixa a luta para o octógono e tenta fazer o futebol-arte aparecer, que é importante para a gente”, comentou o vascaíno Minotouro, 38 anos, faixa-preta de jiu-jítsu e medalha de bronze no boxe no Pan do Rio, em 2007.

Dono de uma troca de golpes agressiva, o ex-campeão do Strikeforce Rafael Feijão Cavalcante, 35 anos, está acostumado a dar show e quer ver seu time empolgando. “Vamos liberar o futebol-arte, torcer, gritar e deixar a emoção fluir. E só isso. Sem violência. Quando quiser assistir algo mais agressivo, vamos para o MMA, galera”, disse Feijão. E completou em tom de crítica: “A violência limitou os dois times na última partida e, se o Vasco não correr atrás, vai dar Flamengo. Tem que haver competitividade, mas tudo tem limite.”

Os dois sempre ouviram que o MMA é um esporte sangrento, mas, pasmem, não jogam futebol para evitar lesões. Parece irônico, mas é a realidade do atleta de alto rendimento. Dentro do ringue há o respeito e o profissionalismo. Todos estão preparados para atacar e defender.

“O lutador passa por isso todos os dias. O jogador, não. Causam mais lesões gravíssimas no futebol do que no MMA”, analisou Rafael Feijão. Minotouro pede a palavra e acrescenta: “No futebol, é diferente. Eles estão se preparando para um partida e quando chega na hora tem uma luta? Está errado”.

O PASSADO NÃO CONDENA

O baiano Rogério se tornou vascaíno por causa de um gol de Roberto Dinamite sobre o Flamengo na década de 1980. Mas foi um outro atacante que o encantou. “A geração do Romário com o Geovani marcou minha infância. Romário foi um dos melhores de todos os tempos”, derrete-se.

Por influência dos primos, o paulista Feijão se viu flamenguista, na década de 90. Ele contrariou a vontade do pai santista e não se arrepende. “Meu pai reclamou, mas não tinha jeito. Passava as férias com meus primos e, quando percebi, já era rubro-negro”, conta, sorrindo. A torcida é para que o melhor vença, mas na amizade será sempre empate.



Fonte: O Dia