Juvenil: Confira entrevista com o meia vascaíno Bruno Cosendey

Domingo, 03/08/2014 - 16:53
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Bruno CosendeyFala, galera! Primeiramente gostaria de agradecer aos fiéis leitores da 'Figurinha do Futuro', pois hoje é a décima edição da coluna. Críticas, elogios e sugestões foram absorvidas e estou fazendo o máximo pra melhorar a cada dia o conteúdo apresentado. Pra completar a primeira dezena de figurinhas que vão preencher nossos álbuns nos próximos anos, apresento o meia Bruno, atualmente no time sub-17 do Vasco da Gama.

Há oito anos no Gigante da Colina, Bruno está em seu último ano de juvenil e já soma algumas experiências no time de juniores. O meia participou última Copa São Paulo de Futebol Junior. No bate-papo conversamos um pouco sobre passado, presente, futuro, sonhos, momentos bons, ruins e muito mais. Ele também nos revelou quais são seus ídolos e que já treinou com um deles. Uma honra. Confere aí!

Nome: Bruno Consendey Lobo Pinto (Bruno)
Cidade natal: Rio de Janeiro - RJ
Nascimento: 25/01/1997 (17 anos)
Time atual: Clube de Regatas Vasco da Gama
Posição: Meia

Marcos Coelho: Fala, Bruno. Primeiramente quero que você fale um pouco mais sobre sua infância antes do futebol. O que você costumava fazer?

Bruno: Fala, Marcos. Na verdade não tive muita infância. Todo jogador, quando começa a levar isso a sério, acaba não tendo uma juventude como as outras crianças. Comecei a entender de futebol e querer entrar nesse mundo, com objetividade, a partir dos 10 anos, na transição do pré-mirim para o mirim. Por causa disso minha rotina foi bem diferente desde cedo.

MC: Você começou sua jornada no futsal ou desde o início jogou bola nos campos?

B: Acho que 90% dos jogadores de futebol começam no futsal, também foi o meu caso. Comecei muito cedo e com seis de idade anos migrei para o de campo. Com 10 não queria mais voltar pras quadras. Então decidi ficar de forma definitiva nos gramados e estou aqui até hoje.

MC: E sua trajetória no futebol desde a infância até o momento, como foi? Como você chegou ao Vasco?

B: Quando era pequeno, ainda com cinco anos, eu cheguei aqui no Vasco. Depois, meu treinador da época foi para o Fluminense e fez um convite pra alguns jogadores. Como nosso relacionamento era bom, eu, assim como outros, mudei de time. Fiquei lá por dois anos até retornar onde estou até hoje. Sigo há oito anos, firme e forte.

MC: Como você descreve suas características dentro de campo?

B: Sou um jogador técnico, com obediência tática e visão de jogo. Uma das minhas principais características é jogar de cabeça erguida, sem correria. Também gosto muito das finalizações de fora da área, pois tenho um chute forte.

MC: Individualmente falando, qual foi seu melhor momento durante sua trajetória no Vasco?

B: Sempre mantive meu nível. Mas agora, por estar no juvenil e ter passado por uma experiência no começo do ano entre os juniores é um momento especial. Disputo alguns jogos e faço algumas viagens com o sub-20, e por isso tem sido um dos melhores momentos pra mim.

MC: Ao longo da carreira no futebol, muitos de vocês jogadores pensam em desistir por algum motivo. Já aconteceu com você? Como foi?

B: Em 2010, quando eu tinha 13 anos, passei por duas situações complicadas. Primeiro, na Copa Macaé, fomos para a final contra o Fluminense e a decisão foi para os pênaltis. Eu era o último a bater e se errasse a cobrança perderíamos o título, e isso aconteceu. Depois, no Campeonato Carioca, foi a mesma situação contra o mesmo adversário e novamente perdemos o campeonato.

MC: Quem te deu forças para não desistir e quais foram as lições que você aprendeu com os pênaltis perdidos?

B: Na primeira vez que aconteceu fiquei muito triste, não queria sair de casa, mas relevei, pois temos que seguir em frente. Quando aconteceu de novo fiquei muito abatido. Se não fosse minha família ao meu lado não sei se teria cabeça pra continuar. Creio que isso serviu pra ganhar maturidade. Hoje treino mais e tenho mais concentração na hora de cobrar os pênaltis. São coisas que passam na nossa vida que devemos levantar a cabeça e continuar.

MC: Hoje em dia você continua batendo pênaltis ou evita?

B: Continuo batendo. Sempre estou pronto para executar as cobranças caso o treinador me selecione.

MC: Agora falando mais sobre você e o Vasco, como é essa relação tão duradoura?

B: É uma relação de carinho. O Vasco é minha segunda casa. Geralmente passo 12 horas por dia lá dentro. Só tenho a agradecer ao clube que me formou e tem um ótimo tratamento comigo. Espero continuar e retribuir isso no profissional, trazendo alegrias aos torcedores.

MC: Invertendo um pouco os papéis, você acha que pode acrescentar algo ao Vasco? O que você faz pra ajudar o clube?

B: Faço o que posso pra ajudar. Creio que minha honestidade, dedicação e comprometimento, sem passar por cima de ninguém, são alguns aspectos que posso acrescentar aos meus companheiros. Quem sabe, desta forma, eu possa até ser ídolo dos que estão começando lá no fraldinha e ser uma referência dentro das categorias de base.

MC: O Vasco é conhecido pela sua tradicionalidade e também pela importância que dá aos seus ídolos do passado. Você tem algum?

B: Profissionalmente meu ídolo é o Felipe, que foi um grande jogador. E outro que encerrou a carreira recentemente, o Juninho Pernambucano, é um exemplo de pessoa. Tive a oportunidade de treinar com ele uma vez, entre os profissionais. Me deu muita atenção. Ele já estava em uma idade que era difícil de um jogador de futebol chegar jogando em alto nível e isso me fez admirá-lo.

MC: Se não fosse o futebol, o que você adotaria na sua rotina profissional? Já pensou em algum ‘plano B’?

B: É uma pergunta muito difícil. A maioria dos jogadores de futebol nunca pensa em uma segunda opção. Ficamos muito focados em querer ser um jogador profissional. Quando não há essa conquista, corremos o risco ficar abalados. E por não ter planejado a vida durante a infância e a adolescência corremos um risco. Mas se isso acontecer comigo, o que acho muito difícil, meu segundo plano seria fazer algo relacionado ao esporte. Talvez alguma faculdade de Educação Física ou buscar trabalho com algum conhecido.

MC: Por ter quatro times grandes, o calendário do futebol carioca é repleto de clássicos. Tem algum que você encara com um sabor especial?

B: A motivação é a mesma em todos os clássicos. Mas contra o Fluminense, particularmente, eu sempre quero mais, até por ter passado por algumas situações que exigiram um pouco mais da minha individualidade contra eles. É uma rivalidade de fica sempre um gostinho a mais.

MC: Agora falando um pouco mais de futuro, qual é o tipo de carreira que você sempre sonhou em ter?

B: Primeiramente chegar aos profissionais do Vasco e posteriormente, quem sabe, ir pra fora do Brasil. Todo atleta sonha isso quando começa nas categorias de base. A gente vê os jogos pela TV e quer logo ir lá pra fora. E também tem meu objetivo maior, que é jogar na Seleção. Já estive perto, mas ainda não tive essa oportunidade. Mas creio que se eu continuar batalhando, em breve terei uma oportunidade.

MC: Você já passou por alguma situação inusitada dentro de campo durante uma partida?

B: Aconteceu na Copa São Paulo deste ano. Entrei durante o segundo tempo da última partida do Vasco e dois minutos depois olhei para o banco de reservas e vi meus companheiros acenando. Eu achei que o treinador já ia me tirar. Fui lá correndo e o preparador físico disse que eu estava com o mesmo número que o Daniel, meu companheiro. Era o jogo da TV, todos estavam vendo.

MC: Essa é novidade pra mim. E pra você, teve algum culpado?

B: O roupeiro e todos nós que não vimos. Nos deram o uniforme e eu nem prestei atenção. Me deram a camisa e eu coloquei. No início da partida o sistema de som do estádio afirmou que eu era o número 18. Achei que era erro do locutor, mas foi nosso mesmo. Por sorte o árbitro entendeu que isso não era motivo pra cartão ou até uma bronca.

MC: Valeu, Bruno. Muito obrigado pela atenção e te desejo toda a sorte do mundo ao longo de sua carreira.

B: Valeu, Marcos. Muito obrigado pela oportunidade.

Fonte: Blog Figurinha do Futuro - Futrio