Mauro Galvão relembra a não convocação para a Copa do Mundo de 1998: 'Foi uma grande decepção'

Terça-feira, 06/05/2014 - 17:20
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Com o corpo na Espanha, Inglaterra, Rússia ou onde for, é certo que o pensamento dos mais valiosos jogadores brasileiros no mercado da bola estará num mesmo endereço, nesta quarta-feira: na Avenida Infante Dom Henrique, 85, Aterro do Flamengo. Ali, no Vivo Rio, o técnico Luiz Felipe Scolari anunciará, às 11h30, a relação de seus 23 jogadores convocados para a Copa do Mundo.

Frio na barriga, ansiedade, medo. Quem já passou por tamanha apreensão às vésperas de uma convocação, conhece o tamanho do sofrimento. O ex-lateral Gilberto, por exemplo, preferiu entrar num avião minutos antes de Carlos Alberto Parreira convocar a seleção para a Copa da Alemanha, em 2006. Gustavo Nery, do Corinthians, era seu maior adversário na briga por uma vaga. Gilberto jogava no Hertha Berlim e foi ao céu quando seu avião aterrissou.

- Quando parei numa escala do voo, liguei meu celular. Minha mãe e meu irmão (Nélio, ex-jogador do Flamengo) me ligaram. Foi uma surpresa grande. Por mais que se tenha chance, a gente nunca espera - diz Gilberto.

O ex-zagueiro Mauro Galvão não teve a mesma sorte. Mesmo já tarimbado com as Copas de 86 e 90 no currículo, estava em fase excepcional no Vasco, em 98, mas não foi chamado por Zagallo para o Mundial da França. Hoje, 16 anos depois, é notório o desconforto. Mauro nem pronuncia o nome do treinador.

- Se eu fiquei magoado? O treinador é que deve ter ficado. Ele não ganhou! Não gosto de falar sobre essas coisas. Eu tinha 36 anos e seria minha terceira Copa. Bom demais... Foi uma grande decepção, mas eu nunca tinha trabalhado com o treinador...

Contestado em 94 antes mesmo da convocação, o ex-lateral-esquerdo Branco não ficou surpreso ao ser convocado por Carlos Alberto Parreira para a Copa dos Estados Unidos.

- Parreira já tinha falado que contava comigo. A gente conversava sempre. Mas, é aquele negócio: enquanto você não vê teu nome lá, não dá para sossegar. É muita ansiedade.

Juninho Paulista, hoje gestor do Ituano, era peça fundamental no esquema 4-3-1-2 de Zagallo e, portanto, seu titular desde 1995. Porém, quatro meses antes da Copa da França, sofreu uma fratura na perna. Foi operado, contratou um fisioterapeuta, recuperou-se em tempo recorde e, no dia da convocação para a Copa do Mundo, estava ao vivo na Rádio Globo. Perdeu a voz.

- Quando foi falado o nome do Giovani, e acabou a relação dos meias, senti uma decepção muito grande. Fiquei muito chateado. Depois, passou. Era meu melhor momento - lembra Juninho, pentacampeão quatro anos depois, com Felipão.

Uma cabeçada no treinador do La Coruña, Javier Irureta, tirou Djalminha da Copa de 2002. Naquele mesmo ano, o choro de Romário não foi suficiente para convencer também Felipão a convocá-lo. A mesma dor foi sentida por Ganso e Neymar, esquecidos por Dunga em 2010, quando o atacante Grafite, do Wolfsburg, riu por último, numa surpreendente convocação de última hora. Nesta quarta-feira, será dia de rir. E de chorar.

Fonte: Blog Extracampo - Extra Online