Em nota, Roberto Dinamite lamenta morte de Bellini: 'Obrigado, Supersupercampeão'

Quinta-feira, 20/03/2014 - 20:19
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Roberto Dinamite lamenta a morte do ídolo Bellini

Se há uma palavra que possa definir Hideraldo Luis Bellini, ela é Campeão, ou melhor, Supersupercampeão. E essa definição não foi dada somente pelos apaixonados pelos clubes onde Bellini brilhou, ou mesmo pelos milhões de brasileiros que o viram levantar a Taça Jules Rimet em 29 de junho de 1958; ele assim pode ser classificado pelas batalhas vencidas ao longo de sua vida.

​Nascido em Itapira, São Paulo, no dia 07 de junho de 1930, Bellini, no decorrer de sua passagem pelo mundo do futebol, deixou marcas que jamais serão esquecidas, não só pelos que tiveram o prazer de ver atuar aquele zagueiro que a todos se impunha, fosse pela técnica, fosse pela energia ou pela liderança. Não foi necessário testemunhar suas atuações para saber das suas características. Seu estilo, dentro e fora do campo, marcou uma época, fascinou uma geração, geração que se encarregou de transmitir às outras que a sucederam o que Bellini representava nos gramados, e até mesmo fora dele. Bellini transcende a tudo isso.

​Vigoroso, enérgico, foi considerado o melhor zagueiro do Brasil em sua época. Físico perfeito, elegante, foi considerado o homem mais bonito do Brasil no seu tempo. Tantas virtudes fizeram-no ídolo de todos os brasileiros, notadamente da torcida vascaína.
​Pelo seu inesquecível Vasco da Gama, foi Campeão Carioca em 1952, 1956 e em 1958, sendo que neste último ano foi Supersupercampeão. E foram inúmeras as memoráveis campanhas vascaínas que tiveram Bellini como zagueiro central e esteio de uma defesa que primava pelo vigor e pela técnica.

​Que vascaíno poderá esquecer do título do Torneio Internacional Rivadávia Corrêa Meyer, competição realizada no Rio de Janeiro e em São Paulo em 1953 e que, pelo caráter intercontinental de que foi revestida, nos dá a certeza de ter sido um Mundial de Clubes.
​Como não lembrar do Rio-São Paulo de 1958, verdadeiro Campeonato Brasileiro de então, vencido de forma brilhante por uma equipe considerada verdadeira constelação de craques, da qual Bellini era uma das estrelas mais reluzentes. Ou ainda dos dois torneios conquistados no Chile, em 1953 e 1957, e que ajudaram a consolidar a projeção internacional do Vasco. E lá estava Bellini a transmitir segurança à defesa vascaína.

​Naturalmente, a carreira vitoriosa com a gloriosa camisa cruzmaltina só poderia levá-lo à Seleção Nacional. Portando a jaqueta amarelinha, Bellini, no plano sulamericano, esteve presente nos triunfos das Copas Roca de 1957 e de 1960, da Copa O'Higgins, em 1959, e das Copas Oswaldo Cruz de 1958, 1961 e 1962.

​Todavia, duas conquistas maiores fazem parte deste extenso acervo de campeonatos com a Seleção Brasileira: o Bicampeonato Mundial, com as conquistas de 1958, na Suécia, e de 1962, no Chile. E foi justamente na Suécia que Bellini imortalizou o gesto que até hoje é repetido por todos os capitães das seleções campeãs do mundo, o de erguer o trofeu com as duas mãos por sobre a cabeça.

​Por tudo que representou para os vascaínos de ontem e pelo que deixou de legado para o futebol brasileiro, o Club de Regatas Vasco da Gama, num preito de reconhecimento e gratidão, dirige-lhe duas palavras que bem simbolizam sua trajetória de vida, seja ela futebolística ou pessoal,

​Obrigado, Supersupercampeão!


Carlos Roberto Dinamite de Oliveira
Presidente


Fonte: Site oficial do Vasco