Dono de escolinha que revelou Baiano preocupado com repercussão de 'gato'

Segunda-feira, 09/04/2012 - 11:39

A última aula de futebol de Carlinhos Papada, também conhecido como Carlinhos da Feira, foi na segunda-feira. A repercussão do novo gato saído de sua escolinha o deixou preocupado. Carlos Araújo Mendes pegou a família e se mandou para a roça, como avisam os vizinhos do professor que há mais de 10 anos trabalha com garotos de quatro categorias no campo do "Peladão". O celular do professor esteve desligado durante toda a semana. Nem os amigos de futebol conseguiam falar com ele.

— Carlinhos não tem maldade nenhuma. Ele é tão abestalhado que não deve nem saber como tira documento — diz João Luis, de 31 anos, ex-jogador da escolinha, que já passou por Catuense-BA e Atlético-MG.

Alertado que a história do segundo gato da conexão Camacan-Rio — o primeiro foi Jórbison, do Flamengo — estava sendo investigada pela 17 DP do Rio, Carlinhos confidenciou a amigos:

— Meu nome está ficando manchado com essas coisas. Só porque saíram da minha escolinha. Parece até que estou montado na grana. Agora ninguém mais vai querer jogador de Camacan — disse para um ex-aluno o professor, que não recebe mensalidade da escolinha Novos Talentos, que conta com quase 70 crianças em treinos à tarde, três vezes por semana.

No estádio Ribeirão, o zelador do campo Ronaldo Caetano fala sobre o assunto em tom de brincadeira.

— O chefe dos gatinhos é o Carlinhos. Ele que leva os meninos para fora - conta.

Policial teria cobrado R$ 10 mil para ficar quieto

Em cidade pequena, a história corre mais que um ágil felino. O fim da farsa de Jórbison, ex-Flamengo, que na verdade era Maxwell Batista da Silva, teve influência externa. Um policial civil conhecido na cidade ameaçou contar a verdade sobre o jogador. Segundo um morador da cidade, que pediu para que ficasse resguardada sua identidade, o policial teria cobrado R$ 10 mil à família do menino para ficar quieto.

Amigo de Maxwell, que hoje está no Corinthians-AL, Luan Silva dos Santos confirma a história da ameaça de extorsão. Luan, de 21 anos,também tentou a sorte no futebol do Rio, no Artsul, junto com Maxwell. Aluno de Carlinhos desde os 10 anos, o atacante viajou com um empresário de São João do Paraíso, cidade vizinha a Camacan.

— Quando cheguei para treinar só tinha gato. Voltei depois e, sinceramente, pensei em fazer o gato. Sabia de gente que tinha feito, o Café mesmo, que morreu de medo, mas meu pai não deixou, disse que era tirar a chance de outro garoto — conta Luan, que, como outros ex-jogadores de Carlinhos, isenta o antigo professor de responsabilidade sobre outros gatos. — Acho que isso é coisa de empresário. Mas o que se comenta por aqui é que quem fez, fez. Quem quer fazer agora, não vai dar mais.

Estádio Ribeirão, em Camacan, onde acontecem os jogos de futebol locais
Estádio Ribeirão, em Camacan, onde acontecem os jogos de futebol locais
Jovens adolescentes da escolinha de Carlinhos, em Camacan
Jovens adolescentes da escolinha de Carlinhos, em Camacan


Fonte: Extra online