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Em nota, Cruzada Vascaína reclama de discriminação a São Januário


Quinta-feira, 01/12/2011 - 10:11

CARTA ABERTA À POPULAÇÃO E ÀS AUTORIDADES

Os integrantes da Cruzada Vascaína, na qualidade de torcedores do Vasco da Gama e de cidadãos responsáveis, vem, através desta, trazer à público sua frontal discordância, preocupação e revolta em relação à maneira com que a segurança dos torcedores de futebol está sendo organizada e executada neste Estado.

Parece ser de domínio público que o único Estado em que determinada praça de esportes é discriminada, e até perseguida, abertamente, pelos setores encarregados da segurança pública, é o Rio de Janeiro.

Entre outras coisas, alegam que o entorno do estádio de São Januário é de ruas pequenas, de difícil acesso, e que as autoridades de segurança somente teriam condições de dar segurança aos jogos de maior apelo de público no estádio João Havelange (Engenhão).

Entretanto, as ruas do entorno do Engenhão são tão ou mais estreitas que em São Januário, porém, mesmo assim, a Polícia Militar, através do GEPE, garante que no Engenhão eles podem dar segurança aos torcedores.

Lamentavelmente, no último domingo, ao contrário, pudemos constatar que o GEPE e o Batalhão de Choque não deram a segurança devida aos torcedores na saída do Engenhão, demonstrando total despreparo para realizar o que prometeram, visto que membros da torcida Young Flu, em grande número, apareceram numa área onde não deveriam estar e promoveram agressões gratuitas aos integrantes de uma torcida organizada do Vasco da Gama. Pudemos perceber, também, carros parados no engarrafamento (de ruas estreitíssimas) e famílias que estavam se retirando do estádio, pelo lado do Vasco, na Rua das Oficinas.

De acordo com relatos de radialistas presentes, os porteiros do Engenhão, demonstrando total insensibilidade e despreparo, trataram de fechar os portões, expulsando famílias que tentavam se abrigar do tumulto dentro do estádio. E, mais, algumas das pessoas presentes ao evento, relataram que os policiais militares só interviram quando o tumulto já estava praticamente serenado e o fizeram com violência desmedida, contribuindo para diminuir a segurança de famílias que tiveram um único pecado, qual seja: confiar nas promessas de que no Engenhão a segurança seria garantida pelo GEPE.

Desta maneira, percebemos que o GEPE não está fazendo o seu trabalho corretamente, pois, além de se eximir de fazer a segurança em jogos clássicos em São Januário, ao que parece, apesar das afirmações daquele grupamento especializado, ao contrário, o Engenhão tem uma péssima segurança no seu entorno.

O descontentamento dos membros da Cruzada Vascaína tornou-se ainda maior em virtude das declarações do Tenente Coronel Frontini, comandante do GEPE, prestadas na terça-feira, na Rádio Tamoio, por volta de onze horas, dizendo que a exceção de um confronto no Méier (de pequenas proporções, segundo ele), nada mais havia ocorrido de grave nas imediações do Engenhão, na tarde domingo.

Na qualidade, também, de chefes de família, torcedores e cidadãos, vimos protestar no sentido de que o Sr. Governador, a Secretaria de Segurança Pública, e quem mais tenha responsabilidade sobre a segurança dos torcedores, tomem providências enérgicas contra o descalabro das atitudes do GEPE, ao garantir uma segurança inatingível em determinados lugares e, simplesmente, vetando outros, sob argumentos que, por ora, estão completamente colocados por terra frente a realidade dos fatos.

Solicitamos, assim, que sejam tomadas as medidas necessárias, tanto do Sr. Governador, como da Secretaria de Segurança Pública, para que os cidadãos deste Estado possam comparecer aos jogos com tranquilidade e sabendo que os responsáveis pela segurança não estarão apenas fazendo jogo de cena para prejudicar e inviabilizar um estádio em detrimento de outro.

Lembramos que, há anos atrás, antes do GEPE existir, as rivalidades entre os torcedores já eram grandes e, nem por isto, era necessário se organizar áreas privativas de torcidas fora dos estádios visando evitar confrontos. Os torcedores, até os anos 90, entravam no Maracanã, por exemplo, lado a lado, sem haver maiores problemas. Hoje, depois do GEPE criar áreas onde os maus elementos das torcidas mais agressivas dominam espaços do lado de fora dos estádios, se uma família errar de entrada é trucidada antes de conseguir passar pelos portões.

Com a palavra os responsáveis por tudo isto, principalmente sendo sabedores que, no domingo que vem, haverá jogo no Engenhão entre o Vasco da Gama e o Flamengo.

Rio de Janeiro, 1 de dezembro de 2011.

CRUZADA VASCAÍNA

SOMOS VASCO !


Fonte: Cruzada Vascaína