Em nota, Cruzada Vascaína afirma que pagamento feito à Penalty foi indevido

Quinta-feira, 18/10/2012 - 08:22

Dinamite autorizou pagamento de divida irregular com a Penalty

No parecer elaborado pelo Conselho Fiscal e entregue aos conselheiros do Club de Regatas Vasco da Gama, entre outras denúncias, foi apresentado o relatório detalhado analisando a execução do contrato estabelecido entre o clube e a Cambuci S.A., razão social da Penalty.

Um dos pontos que mais chamou a atenção dos conselheiros foi o fato da Penalty, ao tomar ciência de que estaria sendo auditada pelo Conselho Fiscal do Vasco, ter feito uma denuncia espontânea e comunicado ao Vasco que teria repassado ao clube R$ 810 mil reais a menos do que seria o correto na própria visão deles. No entanto, na hora de efetuar o deposito dessa quantia, ela só colocou nos cofres do clube, a quantia de R$ 470 mil. Em relação aos 340 mil restantes, ela apresentou um documento de confissão de divida onde o presidente Dinamite autoriza o desconto desse valor por se tratar de despesas relacionadas a obra da loja (240 mil) e em relação a uma reforma no vestiário dos árbitros (100 mil).

O grande problema é que no contrato com a Penalty, está descrito claramente que a responsabilidade e o custo da obra é total da empresa, não cabendo ao Vasco nenhum ônus com isso. Esse desconto não foi explicado até o momento pelo presidente Roberto Dinamite a nenhum dos poderes do clube. É importante lembrar que tanto as filhas do presidente do Vasco Roberto Dinamite, quanto o ex-VP de Patrimônio Fred Lopes, responsável por fiscalizar a obra, possuem franquias das lojas Gigantes da Colina.



O presidente da Cruzada Vascaína, conselheiro do clube e líder da oposição, Leonardo Gonçalves, comentou sobre a questão do abatimento da quantia citada acima feita pela Penalty: “Esse caso dos 340 mil deve ser minuciosamente analisado pelos Poderes do Clube, pois como um presidente, cuja função maior é zelar pela instituição, pode autorizar o fornecedor a descontar um valor dessa ordem em claro desalinho e desrespeito ao que dispõe o contrato ?”.

Além disso, o Conselho Fiscal apontou uma série de inconsistências nos valores passados ao clube pela fornecedora de material esportivo, sejam descontos de impostos sem justificativas, sejam de frete muito acima do comum e até depósito do valor de Royalties inferior ao minimo estipulado pelo contrato que é de 75 mil reais/mês. Até a época do parecer, esses valores ainda não haviam sido justificados.



O diretor de marketing da Cruzada Vascaína e conselheiro do clube, Wagner Pedro, comentou sobre as irregularidades encontradas na execução do contrato com a Penalty.

“Depois do que tive conhecimento, posso afirmar que com essa total ausència de controle e auditoria da área administrativa-financeira e jurídica do clube, sobre o básico em operações comerciais, e lembrando também do caso Habib´s, é inquestionável a necessidade de capacitação nestes aspectos para não incorrermos repetidamente em prejuizo e na perda de credibilidade tanto interna quanto externa. O Vasco não controla o que recebe , não controla o que é vendido e tampouco o que foi acordado em contrato, e lamentavelmente, não segue o que foi sugerido por vascaínos probos para resolver. Será que os ex-VPs de Patrimônio e Finanças controlam os estoques de suas franquias com o mesmo desleixo?”, indagou Wagner Pedro.”

Confira aqui o parecer completo do Conselho Fiscal sobre o contrato do Vasco com a fornecedora Penalty/Cambuci protocolado em 22 de maio de 2012

Confira aqui o parecer completo do Conselho Fiscal sobre as contas do exercicio 2011 protocolado em 03 de setembro de 2012


Fonte: Cruzada Vascaína