Remo: Fabiana Beltrame vai se aposentar como atleta após as Olimpíadas

Segunda-feira, 15/02/2016 - 11:27
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Após três Olimpíadas, não é sem certa decepção que Fabiana Beltrame encara sua última temporada como profissional. Depois dos jogos do Rio-2016, a catarinense de 33 anos pendura os remos definitivamente.

Responsável pelos melhores resultados olímpicos do Brasil, Fabiana não consegue disfarçar o sabor amargo que a competição terá depois de 18 anos de carreira. "Queria vir para disputar medalha, teria dado tempo", lamenta-se, denunciando na voz a emoção.

Fabiana foi 14ª colocada no skiff simples, em Atenas-2004, e 19ª, em Pequim-2008. Em Londres-2012, mudou de barco e, ao lado de Luana Bartholo, ficou na 13ª posição. "Estou decepcionada no aspecto olímpico, mas fiz muito pelo esporte", conforma-se a catarinense.

O plano era continuar no double, mas o projeto fez água no ano passado, quando Beatriz Cardoso, a nova parceira, acabou pega no doping e suspensa por quatro anos. Sem opção para a dupla, o jeito foi voltar ao barco simples. A brasileira é originalmente da categoria leve (até 59 kg), que não é olímpica. Assim, como nos outros Jogos, Fabiana enfrentará adversárias mais altas e mais fortes.

SOZINHA/ A dificuldade para trocar de parceira expõe a falta de praticantes da modalidade. Na seletiva para o Sul-Americano, realizada no último fim de semana, em São Paulo, por exemplo, havia três vagas para atletas até 18 anos. Porém, apenas uma competidora tinha nível para participar.

"O remo estagnou ou até involuiu nos últimos anos", desabafa Fabiana. E na lista de fatores que considera pesar contra a modalidade, um chama a atenção: a rivalidade entre os clubes. "A gente trabalha apagando incêndios. As pessoas olham para seu interesse e, às vezes, tentam lhe puxar para baixo", confessa.

Diante deste cenário, o Brasil ainda busca classificação para os Jogos - a primeira seletiva será em março, no Chile. Não à toa, a expectativa de desempenho nos Jogos é baixa. "Ter resultado agora é impensável. Seria o suprassumo da mágica. O objetivo é estar nas finais", diz o coordenador administrativo da Confederação Brasileira, Thomas Schwerdtner.



Fonte: Diário de S. Paulo