VP de patrimônio fala sobre campo anexo para treinos em São Januário; setor premium deixará de existir

Sexta-feira, 23/01/2015 - 09:36
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Com dificuldades financeiras para maiores investimentos, a diretoria do Vasco decidiu fazer um campo em medidas reduzidas para atender aos atletas profissionais e economizar em aluguel de centro de treinamento. O clube prevê dois meses de obras, que já começaram em São Januário, para entregar um campo de 80m de comprimento por 60m de largura atrás da arquibancada lateral do estádio do clube - a medida "padrão Fifa" é de 105m x 68m. Com gramado natural, o campo vai abrigar treinos do elenco profissional.

O projeto de construção de um campo anexo em São Januário não é novo. Nos tempos da administração Roberto Dinamite, havia sinalização para esta ideia que, no entanto, nunca chegou a ir adiante. Naquele espaço, hoje, estão três campos de grama sintética que, muitas vezes, recebiam treinos da base, escolinhas do Vasco, campeonatos entre sócios, entre outras atividades.

Segundo o vice-presidente de patrimônio, José Joaquim Cardoso Lima, o Quim, o novo campo anexo servirá de apoio para o elenco profissional. O que não exclui a promessa do presidente Eurico Miranda de construir um centro de treinamento para o Vasco.

- Vai ser um campo de apoio para treinos, para algumas atividades. A ideia é, claro, preservar o gramado de São Januário. Em dois meses vai ficar pronto. Mas pretendemos, sim, ter um centro de treinamento próprio. Ele é primordial para o Vasco - diz Quim.

Outra mudança que os torcedores vascaínos vão ver em São Januário é que o setor premium, criado em 2011 na administração Dinamite, deixa de existir. O contrato com a FutebolCard se encerrou no fim do ano passado. A empresa já retirou equipamentos do espaço VIP - havia um mini-campo e uma pequena loja para venda de produtos no local. O espaço pode receber 2.300 torcedores sentados e será uma extensão das cadeiras sociais. A extinção da chamada área VIP aumenta o tamanho do espaço para sócios, atingindo mais de sete mil lugares no estádio.

Com o fim desse espaço, o sócio vascaíno ganha um ponto de acesso a mais para o estádio. No local onde entravam os usuários do setor premium, no portão 2, também será possível o acesso do torcedor associado.

- A ideia do setor VIP era até boa, mas a visão de jogo não era das melhores. Não era como no antigo estádio do Palmeiras, em que fizeram esse setor no meio do campo. Se fizéssemos isso em São Januário, porém, diminuiríamos muito a capacidade. E nós queremos justamente o contrário. A gente também sentia a social do Vasco ficando muito apertada. Ali, o sócio ganha um bar a mais, não precisando se deslocar até o bar do restaurante, e outra entrada - explica o vice-presidente de marketing Marco Antônio Monteiro.

Novo sócio-torcedor ainda em análise

O Vasco, hoje, tem cerca de 15 mil sócios, mas apenas cerca de metade desses pagam mensalidades - o restante varia entre categorias de sócios isentos de pagamento. Perto de completar dois meses de mudança de gestão, o departamento de marketing se reúne com empresas para elaborar o melhor projeto para o novo sócio-torcedor vascaíno. A empresa BWA é quem deve assumir o projeto da nova diretoria, que evita falar em números e em metas de crescimento com a arrecadação de sócios.

O departamento de marketing acredita que o novo programa de sócio-torcedor esteja disponível para os vascaínos apenas para o Campeonato Brasileiro. Recentemente, o Conselho Deliberativo aprovou aumento de mensalidades para o associado do clube. As taxas não sofriam reajustes desde 1998.

Em entrevista ao blog do GloboEsporte.com Dinheiro em Jogo, Monteiro, entre críticas ao trabalho do antigo departamento de marketing do clube, disse que o modelo sócio-torcedor vai atrás dos vascaínos de fora do Rio de Janeiro.

- Não dá nem para caracterizar o que temos como sócio-torcedor. Nosso programa não tem as principais características que um sócio-torcedor normalmente tem. Uma coisa é a lógica de vender ingresso mais barato, com antecedência, para quem vai ao jogo. Isso funciona para o torcedor do Rio de Janeiro. Mas nós temos Nordeste, Norte, Brasília, Santa Catarina. Temos pedido às empresas que temos conversado para pensar no cara de fora. Está tudo tão atrasado no Vasco que temos que transformar desvantagem em vantagem - disse Monteiro ao blog.

Fonte: GloboEsporte.com