Gomes: 'É o meu perfil. Apareço pouco, mas trabalho e faço as coisas. A crítica é natural no futebol'

Sexta-feira, 22/11/2013 - 09:39
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Ameaçado pelo rebaixamento no Campeonato Brasileiro, o Vasco convive com críticas diárias e tem no diretor executivo Ricardo Gomes um dos principais alvos da oposição por seu estilo discreto ao desempenhar as funções em São Januário. O profissional tem concedido raras entrevistas e desagrada aos que preferem o modelo de dirigente com atuação pública em uma fase cada vez mais delicada da agremiação carioca.

Os mais radicais chegam a utilizar fóruns e redes sociais na internet para acusar Ricardo Gomes de "sumir" e não se posicionar em meio ao turbilhão cruzmaltino. Presidente do Conselho dos Beneméritos e candidato ao principal cargo do clube em 2014, Eurico Miranda já afirmou publicamente que gosta do diretor executivo, mas não o vê com condições físicas para desempenhar o cargo após o AVC sofrido em 2011.

Procurado pela reportagem do UOL Esporte, Ricardo assegurou estar pronto para a guerra que o posto exige nos bastidores. Ele reconheceu a forma tímida de atuar e considerou natural ser um alvo dos críticos na crise vascaína.

"As críticas são sustentáveis. É verdade. Já tinha essa conduta como treinador. É o meu perfil. Apareço pouco, mas trabalho e faço as coisas. A crítica é natural no futebol. Não dá para receber elogios na posição em que o Vasco está. Quer elogio? Fica em casa ou vai para a casa de praia. Temos que conviver com isso. É preciso estar pronto para a porrada. Estou pronto para a guerra. Isso [crítica] faz parte do cargo e sempre lidei de maneira tranquila com o fato", afirmou.

Gomes admitiu as falhas da gestão na montagem do elenco para a temporada 2013. Ele reconheceu as limitações do time e lamentou o longo período de receitas bloqueadas vivido pela instituição comandada pelo presidente Roberto Dinamite.

"Foram 14 meses de receitas bloqueadas. Não é fácil para ninguém montar um bom time com mais de um ano de bloqueio. É lógico que foram mais erros do que acertos da direção geral. Tudo isso vem de uma só vez. Quando tem uma montagem demorada e um time limitado é quase como trocar pneu com o carro andando. O Dorival Júnior [ex-técnico do Vasco] já disse isso. Todos erraram", comentou.

"Tivemos que contornar muitos problemas no vestiário por conta da questão financeira. A parte econômica foi decidida no final de setembro, porém, a esportiva seguiu tropeçando. É difícil para todos. Vejo que o delicado panorama esportivo do Vasco tem origem na crise financeira. Isso cobra o seu preço. Tenho passado tranquilidade ao elenco e confiança nesse momento tão difícil. Os jogadores estão com todo o respaldo necessário", completou.

Ricardo Gomes tem indefinida a permanência em São Januário na próxima temporada. Um possível rebaixamento não interfere na decisão, já que a ideia é contar com as melhores condições possíveis de trabalho. Sobre a luta contra a queda, o diretor executivo deixou claro que a missão não é das mais simples.

"Estou confiante, mas temos que fazer o que não conseguimos durante todo o Campeonato Brasileiro. Precisamos de uma coisa diferente. Temos que vencer três jogos seguidos. Esperamos que tudo possa dar certo no final", encerrou.

Fonte: UOL