Futsal Base: Marcelo Akra, técnico do Sub-20 do Vasco, fala das dificuldades que o time vem enfrentando

Quarta-feira, 19/06/2013 - 10:51

O início do Campeonato Carioca das categorias de base do futsal do Vasco foi excelente. Liderando ou quase isto em todas as competições na primeira fase, os vascaínos tinham a seu favor, embora ainda muito aquém do que já foi e de suas potencialidades - afinal o ginásio poliesportivo principal do Vasco está interditado desde dezembro de 2011, sem perspectivas de reforma -, uma estrutura física muito boa em São Januário. As equipes tinham três quadras à disposição para treinamentos no Complexo Esportivo João da Silva, além de jogar numa dessas quadras. Era um enorme improviso, mas é uma quadra grande (40m x 20m), o que é raro no futsal carioca e é pré-requisito para qualquer ginásio que queira receber partidas das fases semifinal e final das categorias sub-20 e adulto, e estava à disposição para treinos em todos os dias. Entretanto, em meados de maio, as quadras foram interditadas pela engenharia do clube. Com isto, o futsal vascaíno se viu sem quadras para treinar, com os diretores, com destaque para o árduo de trabalho do gerente de quadra e salão, Marco Bruno, e do vice-presidente de quadra e salão, Ricardo Leon Haddad, em busca de locais para essas atividades. O Vasco virou itinerante, treinando em ginásios como do Vila Isabel, do Grajaú Country, do Riachuelo etc. Isto permanece até o final do Campeonato, que está em sua reta final e será finalizado nos dois próximos finais de semana (com o clube, após vice-campeonatos no sub-7 e no sub-20, disputando as finais do sub-9, do sub-13 e do sub-15).

No momento da interdição das quadras, o desempenho das equipes era sensacional. A força de São Januário era tanta que o time se despediu das quadras invicto dentro de casa. A fase do sub-20 era a sua melhor no Campeonato: com um segundo turno esplendoroso, a equipe terminou a fase de classificação com a melhor campanha no geral, com cinco à frente do Casa de España/Botafogo. Na final, contra este mesmo adversário, uma derrota (4 a 3) e um empate (3 a 3), levando a um amargo vice-campeonato. O treinador do time sub-20 do futsal vascaíno, Marcelo Akra, após o empate na segunda partida, nesta segunda-feira (17/06), no ginásio do Tio Sam, comentou, com exclusividade ao Blog CRVG - Em Todos os Esportes, a campanha vascaína na competição:

- Em relação ao Campeonato, eu lembro que eu dei uma entrevista para vocês lá no primeiro jogo e basicamente é a mesma coisa que eu tinha falado para a minha comissão técnica. Nós, depois daquele jogo, perdemos uma partida fora de casa (contra o América) e perdemos para o Botafogo no turno. Eu falei que se a gente tivesse soltado mais o time, deixado mais à vontade, provavelmente nós não teríamos perdido aqueles jogos. Mas nós não estávamos preparando o time para jogar esses jogos, mas para chegar à final. E assim foi. Fomos implacáveis no segundo turno, fomos melhor ataque, defesa menos vazada, com sete pontos acima do segundo colocado. Na semifinal, a gente sobrou sobre o Flamengo (5 a 2 e 6 a 4). Então acho que o trabalho funcionou, afinal jogamos contra uma equipe qualificada, um pouco mais experiente - ponderou Akra.

Embora não possa ser tomado como um fator preponderante, sendo as circunstâncias de cada partida tendo maior influência na decisão dos campeões, é evidente que, num duelo extremamente equilibrado (o que é valido para todas as categorias), qualquer detalhe pode fazer a diferença. Deste modo, os diversos problemas enfrentados pelo futsal vascaíno nas últimas semanas têm influenciado negativamente no desempenho nos jogos, embora isto não seja determinante. Marcelo Akra, com os olhos marejados, expôs os problemas enfrentados por sua equipe em tom de desafado, mas, ao mesmo tempo, exaltou a garra e a determinação dos seus comandados:

- Infelizmente, temos tido muitos problemas em São Januário, e, é chato falar, mas a gente não tem quadra para treinar, não tem água para beber, não tem vestiário para trocar de roupa. Estamos treinando no society para jogar futsal, mas esses meninos são implacáveis. Na sexta-feira nós treinamos aqui. Você imagina o que é chegar em Niterói numa sexta-feira às 19h. Nós fomos avisados de que não teríamos quadra para treinar na sexta-feira às 13h. Conseguimos treinar aqui no Tio Sam no amor, na amizade. Trabalhei aqui, fui campeão aqui em 2004. Conseguimos aqui, saímos do Rio para treinar aqui. Nem quem mora em Niterói quer vir para Niterói na sexta-feira neste horário, mas nós viemos e treinamos. Agora é refazer, remontar para ser campeão no segundo semestre - finalizou, com exclusividade.

Fonte: Blog CRVG Em Todos os Esportes - Supervasco