Atletismo: Aldemir Gomes não é mais atleta do Vasco

Segunda-feira, 13/05/2013 - 11:20

Os olhos castanhos Ana Cláudia Lemos brilharam mais intensamente ontem, como se estivessem refletindo a medalha dourada que tinha no peito. A filha de dona Raimunda, que ofereceu a vitória nos 100m rasos do GP Brasil de Atletismo, em Belém, como um presente para o Dia das Mães, não apenas venceu como quebrou o recorde sul-americano da prova, com 11s05. Já classificada para o Mundial de Moscou, Ana Cláudia superou o próprio recorde de 11s13, que havia obtido no dia 4 de maio, em Campinas, em competição da Federação Paulista.

— Desejo a todas as mães um feliz Dia das Mães, e quero dizer que amo muito a minha agraceder por ela me aturar como filha. Minha mãe mora em Criciúma, e a esta hora deve estar com todas as TVs da casa ligadas — afirmou Ana Cláudia, de 24 anos, logo após a prova, que deixou em segundo a americana Mikele Barber, com 11s15, e em terceiro, a também americana Chauntae Bayne, com 11s18.

Uma velocista cada vez mais constante no que diz respeito a resultados, Ana Cláudia tem metas estabelecidas para este ano, em especial no Mundial de Moscou, em agosto.

— É mais um passo dado, mas não é suficiente ainda. Agora, o meu maior objetivo é estar em plena forma no Mundial. A gente sempre quer mais, mas vamos passo a passo. Estou muito feliz pelo trabalho com meu técnico, Katsuhiko Nakaya — disse a velocista, que vai disptuar os GPs em Uberlândia, na próxima quinta-feira, e em São Paulo, no domingo.

Mesmo fora do pódio, com o quarto lugar em 11s23, a velocista Rosângela Santos, que treina na Vila Olímpica do Mato Alto, em Jacarepaguá, estava muito mais otimista quanto à possível obtenção do índice para o Mundial, que é de 11s17. Muito direta no que diz, ela admitiu que estava enfrentando um período de desânimo.

— Desanimada, não. Eu estava derrotada e pensando em dizer ao meu técnico (Paulo Servo) para deixar as metas para 2014. Mas, agora, vou treinar como louca — afirmou ela, que no começo do ano vinha correndo os 100m na casa dos 12 segundos, um tempo muito ruim. — Perdi meu principal patrocinador (o Time Rio da Prefeitura do Rio), e além disso, tive problemas no pé, na coluna... Mas já estou acostumada, pois sempre convivi com a dor. E tive problemas familiares também.

Ainda nas provas de velocidade, Bruno Lins Tenório de Barros ganhou os 100m, com 10s25, e os 200m, com 20s35, conseguindo o índice para o Mundial (20s56). O atleta, que tem no braço direito uma tatuagem com o nome de sua mãe, Jaidete Lins, homenageou a ela e também à sua mulher, Maria Lúcia, mãe de sua filha, Maria Clara, de 11 meses.

— Agora vou telefonar para minha mãe para dar os parabéns pelo dia de hoje (ontem). Ela vai ficar louca com os meus dois ouros. E também dedido isso tudo para a minha mulher e minha filha — comentou ele. — Estou bem confiante. A temporada está começando muito boa. O índice para o Mundial já estava perto nos 200m, que é a minha prova.

Segundo colocado nos 200m, com 20s44 e terceiro nos 100m, com 10s43, O carioca Aldemir Gomes da Silva Júnior também obteve o índice para o Mundial nos 200m.

— Eu sabia que se fizesse uma corrida boa e forte, conseguiria o índice. Eu estava perto, porque já tinha feito 20s78 numa competição da Federação Paulista, em Campinas. Meu objetivo maior é o Mundial — reforçou o atleta que se tranferiu este ano do Vasco para o Orcamp/Unimed, de Campinas.

No salto com vara, o nome do dia foi Augusto de Oliveira Dutra, que saltou 5,70m, superando sua melhor marca pessoal de 5,45m, obtida no ano passado. Também ontem, ele tentou e quase conseguiu passar o sarrafo a 5,81m, com o que iria superar o recorde sul-americano de 5,80m, em poder de Fábio Gomes da Silva. De qualquer forma, com os 5,70m, superou os 5,60m exigido como índice para o Mundial.

— Estou contente por ter feito 5,70m e me garantido no Mundial. Estou mudando minha técnica, que passou a ser de 18 passadas e não mais de 16 antes de apoiar a vara no chão e fazer o salto. Consegui engrenar e fazer um bom salto — disse ele.

Ainda no salto com vara, um drama: Fábio Gomes da Silva, que terminou a prova em segundo, com 5,60m, sofreu uma ruptura do tendão de Aquiles, e com isso terá de operar e ficará fora do Mundial, para o qual obteve o índice.

No salto em distância, Keila da Silva Costa foi a vencedora da prova, com 6,56m, obtendo o indice para o Mundial, que era de 6,65m.

— Estou super feliz. Eu já esperava conseguir o índice e o resultado é importante, porque uso o salto em distancia como treino para o salto triplo, minha principal prova — afirmou Keila.

Fonte: Globo Online