Wendel: 'Fazer poucas faltas é consequência do meu jogo'

Sábado, 28/07/2012 - 10:13

Até Wendel admite que nem mesmo ele esperava um reconhecimento tão rápido em São Januário. Contratado para preencher a lacuna deixada por Romulo, vendido ao Spartak Moscou, da Rússia, o volante teve uma estreia de emergência, há nove dias, e não saiu mais. Melhor do que o encaixe no setor são os números do camisa 77, que só cometeu uma falta nas três partidas que disputou, além de ter ajudado a arrumar o lado esquerdo da equipe, por ser canhoto e se destacar tanto no apoio ao ataque quanto na marcação. Sua média de acerto de passe é de 89% - a do Vasco, por exemplo, é de 87%.

O técnico Cristóvão Borges, então, já o trata como peça versátil, dando-lhe liberdade para se movimentar. Segundo as palavras do tímido Wendel, que deixou o Santos em 2006 para jogar cinco anos no Bordeaux, da França, e quase dois no Al-Ittihad, da Arábia Saudita, a ágil readaptação o surpreendeu, mas se deve à qualidade do Vasco, que o recebeu com uma forma de atuar definida e em grande fase.

- Cheguei no momento em que a equipe cresceu e se firmou. Fico feliz pelos elogios que tenho recebido, mas não entro em campo sozinho. Uma grande parcela é dos meus companheiros, porque me deixaram tranquilo para trabalhar. O bom ambiente no Vasco ajudou muito, e também tive a sorte de vir para uma equipe boa taticamente e com jogadores de alto nível em todas as posições. Esperava ter mais dificuldades de adaptação nessa volta ao Brasil. Mas sempre me cuidei e o que me favoreceu foi o fato de eu ter sempre jogado nesses seis anos em que estive fora - acredita o volante, de 30 anos.

A boa forma física tem sido motivo de elogios no clube desde sua apresentação e o credencia a roubar bolas limpamente. Atrelado a isso, ele carrega ensinamentos de treinadores antigos, citados de bate-pronto quando questionado sobre o passado.

- Fazer poucas faltas é consequência do meu jogo. Com a experiência, você consegue antecipar e prever algumas ações e não cometer faltas. O Ney Franco, com quem trabalhei na base do Cruzeiro, foi muito importante nesse sentido. Assim como o Vanderlei Luxemburgo naquele time do Cruzeiro de 2003. Estava começando nos profissionais, e ele me deu confiança. Sempre dizia que era preciso jogar em pé, porque o atleta que dá o carrinho perde muito tempo para se recuperar na jogada - recorda-se.

Em sua posição, Wendel aparentemente deixou para trás Eduardo Costa e Fellipe Bastos. Ainda assim, avisa que não está em suas melhores condições, uma vez que estava de férias.

- Ainda estou longe da forma. Nos últimos 60 dias, esse foi meu terceiro jogo. Além disso, fiz pouquíssimos treinos com bola, foram cinco antes de estrear pelo Vasco. Espero ficar 100% fisicamente em 15 dias. Infelizmente não é de um dia para o outro que você adquire confiança e consegue disputar 90 minutos numa intensidade boa - comentou.

Preparador físico do Vasco, Rodrigo Poletto ressalta que Wendel tem sido substituído para evitar o desgaste dos 90 minutos, de acordo com o planejamento. Isso deve continuar acontecendo até que a fase gradativa se encerre. Na semana que vem, um trabalho mais específico poderá ser feito, já que o Campeonato Brasileiro terá uma pequena pausa.

- Estamos dosando as energias nos treinos e jogos da maneira que é possível, está sendo importante para ele poder desempenhar as funções táticas sem limitação. É aquele caso em que o jogador melhora e adquire a forma durante as partidas. Isso também pode ser um problema, mas para quem é consciente, não veio com sobrepeso, o que é importante, é um atleta excelente e sabe o que quer, como o Wendel, é mais fácil. Todos sabiam dos riscos, mas não podíamos colocá-lo aos poucos. O que tranquiliza é que a evolução, quando atingir um nível que buscamos, vai ser bem mais visível - esclareceu Poletto.

Diante do Inter, neste sábado, às 18h30m, no Beira-Rio, o Vasco de Wendeal parte em busca da liderança em mais uma rodada. O time está a dois pontos do Atlético-MG e não perde há seis partidas. São quatro vitórias consecutivas - Atlético-GO, São Paulo, Santos e Botafogo.





Fonte: GloboEsporte.com