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Estilo de Caetano estaria gerando desgaste em vários setores do clube


Sábado, 17/12/2011 - 12:16

A saída de Rodrigo Caetano pouco deve mudar na estrutura do futebol do Vasco cujo planejamento para 2012 ainda terá a ajuda dele. A principal mudança será no cotidiano do clube. O diretor executivo alegou desgaste da relação de três anos e pediu demissão. E realmente o relacionamento do dirigente com alguns membros da diretoria e funcionários estava bastante desgastada há algum tempo.

Desde o tratamento do dia a dia ou por questões específicas como as divisões de base. Ao chegar em São Januário em 2009, Rodrigo encontrou um Vasco quebrado financeiramente e moralmente, prestes a disputar pela primeira vez na história a Segunda Divisão do Brasileiro. Reorganizou o departamento de futebol, contratou inúmeros jogadores, a maioria de nível de Série B, pois era o que o dinheiro permitia. A falta de mais investimento para o ano da Libertadores, inclusive, seria mais um dos motivos para a saída do diretor executivo.

Mas logo de cara impôs também seu estilo, considerado por muitos dentro do clube autoritário. A convivência foi piorando com os anos e um clima de medo ou respeito excessivo pairava sobre os subordinados mais próximos. O ambiente ruim era de conhecimento do presidente Roberto Dinamite, que sabia que decidir pela permanência de Caetano ia de encontro ao desejo de muitos no Vasco.

Marco Aurélio Cunha é um dos nomes preferidos

A fama de controlador incomodou alguns setores do Vasco, principalmente no que diz respeito às divisões de base. A vontade de Rodrigo Caetano de unir o comando do profissional e da base não agradou Dinamite. O presidente segurou o projeto por medo da ligação do diretor com o empresário Carlos Leite, que ajudou a levar alguns jogadores para o Vasco, como Carlos Alberto. O temor era que o setor, hoje nas mãos de amigos do presidente, fosse totalmente controlado pelo dirigente.

Fontes de dentro do clube o acusam de tentar esvaziar o campeonato de escolinhas promovido pelo clube, que envolve centenas de crianças e vinha tendo boa repercussão.

Houve, inclusive, um desgaste com Pedrinho Vicençote. Notícias vazadas na imprensa de que ele estaria no comando das divisões de base desagradaram à presidência. A diretoria do clube explicou que há apenas uma parceria para as divisões de base treinarem no centro de treinamento do empresário. Em Maricá, será construído o CT definitivo, mas sem data definida.

Em seus três anos à frente do futebol do Vasco, Rodrigo Caetano também teve desentendimentos com jogadores e membros da comissão técnica, como o ex-treinador Paulo César Gusmão. Além do caso do afastamento de Carlos Alberto e Felipe, no início deste ano. O primeiro saiu por causa da briga com o presidente Roberto Dinamite no vestiário após a derrota para o Boavista no Carioca. Já o camisa seis, que deixou o clube depois de ser substituído na partida, apenas foi informado do seu afastamento e até hoje diz não entender o real motivo.

No processo de contratação de Juninho Pernambucano, Caetano também tentou impor outro tipo de contrato que não foi aceito pelo meia. A relação de ambos sempre foi apenas profissional.

Sobre o sucessor de Rodrigo Caetano, a diretoria afirma não ter pressa, pois ainda contará com ele na transição. Um dos nomes prediletos é o de Marco Aurélio Cunha, ex-superintendente do São Paulo e que hoje é vereador na capital paulista.

A reportagem do GLOBO não conseguiu entrar em contato com o dirigente.

Fonte: O Globo