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Gomes costuma brincar com Cristóvão sobre nova função: 'Agora, aguenta'


Sexta-feira, 28/10/2011 - 22:57

Há dois meses, Cristóvão cumpria o seu papel de observar os adversários e passar tudo para o amigo Ricardo Gomes. Ele ainda não tinha tanta responsabilidade nem mesmo todo o carinho, que hoje é habitual dentro e fora de São Januário. Também não eram diretas a ele algumas críticas. E com tudo isso o técnico de melhor aproveitamento no Brasileiro — com 66% em 12 jogos, superior até a Ricardo Gomes, com 19 jogos e 61% — aprendeu a lidar. Sem alarde e com um pedido diário de humildade e determinação, Cristóvão também não quer falsa modéstia: sabe que o seu trabalho e de todo o grupo está sendo um prêmio à família Ricardo Gomes.

No dia a dia, muitas mudanças. Menos sono, menos tempo com a família, mais preocupações. E — quase — nada tira o sorriso do rosto de Cristovão.

— Claro que tem coisas que me irritam. Não acho legal quando qualquer frase, qualquer pensamento é interpretado de forma sensacionalista. Ou quando você bota o jogador para um função importante. Ele não faz que você pediu e o time começa a correr perigo. Isso é de enlouquecer — conta.

Depois do sofrimento de assumir o time no lugar do amigo, ele segue firme no timão da caravela Brasil afora. Foram cinco estados e um país visitado no comando do Vasco. Quando respira, vai até o amigo Ricardo.

— Eu chego lá e já reclamo. Ele fala para mim: "Agora, aguenta" — lembra, rindo, Cristovão, que também recebe as palavras de incentivo. — É o que mais ouço. Ele fala: "demais, gostei, bacana".

O temor pelo estremecimento da relação com os jogadores, com a boa campanha virou reconhecimento.

— Pela responsabilidade de um trabalho vitorioso que tinha que dar seguimento, do clube precisando continuar a boa temporada, isso foi pesado no início. Mas o mais marcante aconteceu essa semana. Meu carro estava com problema, eu tinha que sair e desci pra pegar um táxi. O trânsito perto da minha casa estava devagar quando um carro com vidro escuro parou. O cara disse: ‘Você é o treinador do Vasco’. Respondi que sim, e ele: ‘Parabéns pelo seu trabalho. Você está de parabéns.

Fonte: Extra online