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Juninho diz que vai lutar para ser campeão até último dia da carreira


Terça-feira, 25/10/2011 - 11:17

Juninho é um craque no aumentativo, um gigante. Sabe o que fazer com a bola e com as palavras quando está diante de um microfone. Mas ao lado do tatuado Fágner, 14 anos mais novo, ele é um garoto e faz o futebol parecer brincadeira de criança. Assim como o Vasco, ele se alimenta da eterna busca pela vitória durante a qual o próximo jogo é sempre o mais importante. Campeão e milionário, a sua riqueza é ter saúde para jogar e, depois de ficar fora de quatro jogos, ele volta com o time em primeiro e a última de suas preocupações é se poupar. Depois dos saltos, corridas e toques refinados, saiu do treino chutando um copo plástico, como se não quisesse parar com a brincadeira.

— Até o último dia da minha carreira eu vou lutar para ser campeão e gravar uma foto na galeria de São Januário.

Quando cheguei ao Vasco, vi fotos de campeões na sala da diretoria e imaginei que um dia estaria ali. E consegui fazer parte desta história — declarou Juninho Pernambucano.

Livre das dores na perna direita Ele está longe de ser um jogador que apenas toca para o lado. Quando a mordaça era lei em São Januário, assumiu a condição de porta-voz e driblou a censura imposta com inteligência.

A mesma de ontem, quando voltou a dizer que de nada adianta ser líder do Brasileiro agora.

— A última vez que falei isto aqui nós cedemos a liderança. Ainda vai continuar o sobe e desce e mantenho a minha posição de que é mais importante terminar em primeiro. Faltam sete jogos e a nossa vantagem não é grande. Se a gente empata e o Corinthians ganha, perdemos o posto. Ser líder agora não é motivo de comemoração — disse o jogador.

Sem tempo a perder, Juninho quer jogar os minutos que foram necessários.

Amanhã, o time enfrenta o Aurora no jogo de volta da Sul-Americana, em São Januário — ganhou de 2 a 0 na Bolívia —, com arquibancada a R$ 20. Domingo será a vez do São Paulo e cerca de 22 mil ingressos estarão à venda.

Fominha, como a criança que se alimenta da bola, ele está disposto a jogar os dois porque disse estar livre das dores na batata da perna direita.

— Eu quero jogar. Quis jogar sempre. Fiquei um tempo fora e sinto a obrigação de jogar, mas não gosto que me digam o tempo que tenho que jogar. Isto tem que ser visto durante o jogo. Acho até bom ter este jogo com o Aurora. A Sul-Americana é importante e não dá para descartar na boa fase que estamos — afirmou.

Sem Diego-dependência

Com a suspensão de Diego Souza, autor dos dois gols contra o Bahia, ter Juninho em campo é crucial para um time que aprendeu a ter mais de uma referência: — Há algumas rodadas tínhamos perdido o Felipe. Agora, o Diego. Mas mesmo tendo o Diego se destacando, não há estrela que jogue sozinha. O Vasco é um time e por isto é líder.

Perder uma peça do conjunto causa danos. Ontem, Eduardo Costa não treinou por estar em tratamento intensivo de uma lesão na coxa esquerda e fará exame hoje. Para um time que se uniu ainda mais após o acidente com o técnico Ricardo Gomes, cada desfalque é sentido e toda a volta é celebrada. Enquanto aguardam a visita de Gomes a São Januário, os jogadores fazem a sua parte, sem pensar na obrigação da homenagem.

— Maior que o futebol é a vida do ser humano. Se fosse para trocar o título pela vida do Ricardo, trocaríamos.

Mas ganhar o título e dedicá-lo ao Ricardo será melhor ainda.

Fonte: O Globo