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Basquete: Marcelinho fala sobre investimento do Vasco no esporte


Sexta-feira, 16/09/2011 - 03:37

Maior cestinha da história do NBB e um dos principais jogadores brasileiros em atividade, Marcelinho Machado afirmou que o país não tem estrutura para receber astros da NBA. Segundo o ala-armador do Flamengo, o custo para trazer Kobe Bryant, do Los Angeles Lakers, durante a greve da liga americana, seria muito alto para o curto período de tempo que ele poderia atuar, em caso do fim do locaute na liga americana.

- Não tem estrutura para um Kobe Bryant aqui. Seria ótimo para o marketing, mas ele ia acabar fazendo um ou dois jogos. Pelo custo, dá para fazer uma coisa muito mais barata que vai durar mais tempo do que simplesmente trazer o Kobe. Seria o maior barato, para mim como jogador, ter o cara ali. Mas ele poderia se assustar e ir embora (risos) - declarou em entrevista ao SPORTV.COM após participação no programa 'Tá na Área'.

Rumores de um possível acerto de Kobe Bryant com um clube chinês chegaram a ser divulgados. Mas a associação de basquete do país barrou a contratação de jogadores que já tenham contrato com outros times, justamente para evitar que astros americanos deixem a liga chinesa em caso de acerto entre donos de clubes e jogadores da NBA.

- Eles se preocuparam com o campeonato. A China tem dinheiro, vai abrir o mercado para NBA e pegar 20 jogadores. Se a greve acaba em dezembro, os caras todos vão embora, vai ficar um buraco no campeonato. É legal, durante dois ou três meses, mas e depois? Depois desvaloriza quem vai estar lá - ressaltou Marcelinho.

Marcelinho não acredita em polarização no NBB

O NBB segue rumo à quarta temporada tendo apenas dois campeões até agora: Flamengo e Brasília. Apesar disso, Marcelinho ressalta que a tendência é um aumento da competitividade já que outros clubes estão investindo no esporte.

- No último NBB, a gente já não jogou a final, caímos na semifinal, e foi um campeonato muito mais equilibrado do que os anteriores. A gente sabe que Brasília e Flamengo são as duas equipes que mais investem em basquete, mas hoje tem outras equipes investindo bem, como o Pinheiros, São José, Franca - apostou.

Sobre o interesse do Vasco em investir no esporte, o jogador afirmou que acha ótimo o aumento do interesse no torneio. Mas ressaltou que é preciso ter cuidado para que a montagem do time não traga prejuízos para a imagem do esporte.

- Quanto mais time de camisa melhor. Mas que seja uma coisa bem feita, porque a gente já viu clubes formando equipes de basquete sem condições, o que acaba indo para o lado contrário. Você acaba tendo prejuízo, o jogador não recebe, a imagem do campeonato é afetada e aí já não é legal. Se for para fazer, que tenha um patrocínio, que faça, acho ótimo - ressaltou.

Marcelinho aproveitou para desmentir os boatos de que ele e Alex não teriam bom relacionamento. Rivais em quadra, o jogador rubro-negro afirma que as provocações são normais no jogo e que ambos se divertem com os rumores.

- Todo mundo me pergunta isso (risos). Na verdade a gente se dá super bem na seleção. Só que chega no campeonato, começa aquela competitividade, os dois caras querem ganhar. Eu sou competitivo e ele também. Acaba que tem uma falta mais dura, que faz parte do jogo, mas quando são dois companheiros de seleção, o pessoal já fala. A gente leva na boa, agora até brinca com isso - contou.

Jogador quase abandonou a seleção após fracassos

O jogador foi uma das estrelas do Pré-Olímpico, disputado esse mês na Argentina, quando o Brasil conquistou a vaga para os Jogos de Londres após 15 anos de jejum. Com cinco torneios classificatórios no currículo, ele lembra que chegou a anunciar que sairia da seleção após a disputa da vaga em 2008.

- Foi uma decisão errada e uma acertada. A errada de parar. Depois reconheci que poderia jogar um pouco mais pela seleção. Acho que, para jogar na seleção, você tem que ter rendimento e enquanto eu tiver rendimento, vou querer jogar. É lógico que eu tenho que ser convocado para isso, não vou bater na porta pedindo para jogar - comentou o jogador de 36 anos, negando que tenha sido o símbolo da conquista brasileira após tantos anos de jejum.

- Eu acho o maior barato eu ser um dos símbolos. Não acho que sou o símbolo. Não só continuamos tentando, como nos dedicamos ainda mais. Treinamos mais do que todas as seleções, mais de dois meses, fomos os primeiros a nos apresentar. É uma alegria muito grande - exaltou.

Com a vaga garantida em Londres-2012, ressurge a discussão sobre os jogadores que pediram dispensa da seleção brasileira. Marcelinho preferiu não comentar o assunto e afirmou que, mais perto dos Jogos, o técnico Ruben Magnano saberá tomar a melhor decisão para o grupo.

- Em seleção, ninguém tem cadeira cativa. Agora é o momento de exaltar os jogadores que estiveram nessa campanha vitoriosa, e quando chegar ano que vem tenho certeza que o Magnano vai decidir o que for melhor para seleção. Quando você está na seleção brasileira, você vai ter sempre um objetivo tão grande que não existe nenhum tipo de problema de relacionamento que possa atrapalhar - encerrou.

Fonte: Sportv.com