Com poucos pontos conquistados nas últimas rodadas, Vasco e Botafogo têm risco de rebaixamento
Terça-feira, 04/09/2018 - 11:55
O segundo turno ainda está começando, mas já passou da hora de ficar alerta. Para o Vasco faltam 17 rodadas até o fim do Brasileiro. Para o Botafogo, 16. Embora o caminho seja longo até a rodada final em 3 de dezembro, os números já assustam. O principal deles foi calculado pelo departamento de matemática da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O risco de queda da dupla carioca é de, respectivamente, 26,7% e 20,7%.

Mas este não é o único problema. Assusta também que a dupla esteja entre os piores no pós-Copa do Mundo. Desde então, o Vasco é 16º (9 pontos) e o Botafogo, 17º (8 pontos). Enquanto isso, alguns rivais decolam. O Ceará (7º no período) tem 15 pontos no período. O Bahia (11º), com 13. Isso sem falar do Atlético-PR (5º), com 18 pontos mesmo com um jogo a menos do que os demais.

Sequência fora

A tensão expõe até problemas internos do clube. Nesta segunda-feira, Wagner reclamou da diretoria do Vasco por ter levado o jogo com o Santos para o Maracanã. No sábado passado, os donos da casa perderam por 3 a 0 e escaparam de uma goleada ainda maior. Ao fim, os jogadores ouviram vaias.

— A gente perde muito quando sai de São Januário. Não sei por que jogamos no Maracanã. Não perguntaram aos jogadores. Nossa casa é São Januário — ressaltou o meia.

É bom Wagner e seus companheiros se acostumarem com a rotina. O Vasco voltará a jogar nesta quinta-feira em Belo Horizonte, onde, em empates contra Cruzeiro e Atlético-MG, conquistou dois dos quatro pontos que tem de jogos fora de casa. Contra o América-MG, o time de Alberto Valentim lutará pela primeira vitória fora de seus domínios. O Vasco é o terceiro pior visitante do campeonato. Só Paraná, com um ponto fora, e Chapecoense, com quatro pontos, foram piores.

A sequência de jogos do Vasco não é das mais fáceis. Após o América-MG, o time emendará dois outros jogos longe de São Januário. Contra o Vitória, no domingo, em Salvador. Apesar de mandante, o clássico com o Flamengo, no dia 15, será em Brasília. No mesmo Mané Garrincha, o time perdeu para o Corinthians por 4 a 1 em julho.

Depois desses três jogos fora do Rio, o Vasco volta à cidade para uma partida em casa (contra o Bahia, dia 23) e encaixa outras três partidas fora de casa: Santos, em São Paulo, no dia 27, Paraná, em Curitiba, no dia 30, e Botafogo, em 7 de outubro, no Nilton Santos.

Com dois jogos e duas derrotas, Valentim também tenta sua primeira vitória pelo clube. Até aqui, contra Atlético-PR e Santos, ele soma quatro gols sofridos e nenhum marcado.

A ameaça do rebaixamento também é tema no Botafogo. Ciente do perigo, o lateral-esquerdo Moisés falou em nome do grupo e pediu concentração para os próximos desafios na competição. Diferente do Vasco, o time de Zé Ricardo divide as atenções na temporada com outra competição, a Sul-Americana, em que enfrenta o Bahia pelas oitavas.

—São mais cinco jogos (pelo Brasileiro) neste mês. Temos condições de fazer melhor. Precisamos minimizar os erros, dar a resposta em campo. Já nesta quarta vamos mostrar que queremos sair desta situação— avaliou o lateral, que teve má atuação na goleada sofrida para o Grêmio, no sábado passado.

Adversário com reservas

O próximo desafio do alvinegro é o Cruzeiro, nesta quarta-feira, às 19h30, no Nilton Santos. Os mineiros ainda estão na disputa da Copa do Brasil e da Libertadores. Mano Menezes não terá seu time completo no Rio. Além disso, ele não terá o zagueiro Dedé e o meia Arrascaeta, respectivamente com as seleções brasileira e uruguaia.

— Não sei como essa vitória vai vir, mas tem que vir de qualquer jeito — decretou Moisés, para depois complementar — É o momento de botar a cara, não se esconder atrás do adversário. Não é porque estamos a dois pontos da zona de rebaixamento que está tudo bagunçado. Estamos no comando da situação.



Fonte: O Globo Online