Alex Evangelista: 'No Vasco utilizamos a comissão transdisciplinar. O médico, o fisioterapeuta, o nutricionista estão envolvidos'
Quinta-feira, 26/10/2017 - 00:22
Na abertura do segundo dia do 3º Simpósio de Educação Continuada da Comissão Nacional de Médicos do Futebol (CNMF), nesta quarta-feira (25), Rodrigo Zogaib, Charles de Oliveira Costa, Alex Evangelista e Fabio Krebs palestraram sobre o módulo "Lesões de tornozelos e pé".

Médico do Santos, Rodrigo Zogaib comandou o tema lesões ligamentares e começou sua palestra explicando a anatomia do tornozelo. Ele apresentou um levantamento que aponta que a maioria das lesões acontecem nos membros inferiores, sendo a maior parte delas causada por trauma indireto (sem contato direto). O tratamento mais comum para estes entorses é conservador – Price e Rice (proteção, repouso, gelo e recúbito). Entretanto, em alguns casos é necessária a utilização de procedimento cirúrgico. Vale ressaltar que as entorses no tornozelo são as mais comuns no futebol.

Zogaib também falou sobre as lesões nos pés, que, segundo ele, são mais difíceis de serem diagnosticadas. No final da palestra, ele deixou uma mensagem para os presentes.

– Os entorses no tornozelo, apesar da evolução dos tratamentos, ainda têm o tratamento conservador como o melhor na maioria dos casos. É importante acompanhar o caso porque a recidiva no atleta de alto rendimento começa a se tornar cirúrgica – finalizou Rodrigo Zogaib.

A segunda palestra do módulo ficou por conta de Charles de Oliveira Costa, fisioterapeuta do Cruzeiro, que falou sobre os critérios de retorno ao futebol após lesões. O profissional explicou o que é o RTP (return to play). Três aspectos são importantes para a tomada de decisão a respeito da volta dos jogadores após uma lesão: decisão clínica, evidência científica e as percepções do próprio paciente. Ele também ressaltou a importância do alinhamento de premissas de todas as partes interessadas.

– O corpo do atleta abre mão da qualidade em prol da quantidade. O RTP é um processo contínuo, dinâmico e multidimensional que alia decisão química, melhores evidências da literatura e da percepção do paciente – completou o fisioterapeuta.

Sobre o tema avanços tecnológicos no auxílio da avaliação para retorno ao futebol, o idealizador do CAPRRES e gerente científico Alex Evangelista, profissional do Vasco da Gama, comandou a palestra. Ele afirmou que teve o cuidado de montar uma equipe transdisciplinar na equipe carioca, pois o trabalho com os atletas devem ser individualizados e que saber escolher o equipamento adequado é importante. Durante a palestra ele apresentou vários aparelhos que são utilizados nos jogadores.

– No Vasco utilizamos a comissão transdisciplinar. O médico, o fisioterapeuta, o nutricionista estão envolvidos. Hoje os treinamentos são cada vez mais específicos e muito mais cobrados, então as lesões aumentaram muito. Quanto mais equipamentos para avaliar, quantificar e qualificar irão facilitar a prevenção das lesões – encerrou o Alex Evagelista.

Para finalizar este módulo o Dr. Fabio Krebs apresentou um caso clínico para os palestrantes e convidados discutirem a melhor maneira de tratar o paciente. O evento segue nesta quarta-feira com mais dois módulos a serem debatidos.



Fonte: CBF