Madson ganha moral no Vasco: 'Quando o Zé Ricardo chegou, começou tudo do zero'
Sábado, 16/09/2017 - 19:37
Titular do Vasco nos dois últimos anos, Madson se acostumou a olhar a lista dos relacionados e ver sempre seu nome. Nesta temporada, tudo mudou. Depois de atuar na derrota para o Fluminense na estreia no Carioca (dia 29 de janeiro), ele perdeu espaço e ficou um longo tempo apenas treinando, fora dos planos. Nas duas últimas rodadas, no entanto, ressurgiu e ganhou pontos com Zé Ricardo, que deve mantê-lo na equipe mesmo após Gilberto se recuperar.

Do tempo de dificuldades, que incluiu uma discussão com Milton Mendes, Madson diz guardar lições para recomeçar sua história no Vasco.

- Quando o Zé Ricardo chegou, começou tudo do zero. Foi difícil (o tempo sem jogar), tenho que admitir. Mas é preciso buscar motivação de dentro. Em alguns momentos fiquei triste, sou ser humano. Futebol é dinâmico, rotativo, e eu sabia que receberia outra oportunidade. Creio que dei conta do recado todas as vezes em que entrei - afirmou.

O lateral está entre os prováveis titulares para o duelo com o Corinthians, neste domingo, às 16h, em São Paulo. Sua boa participação defensiva ajudou a melhorar os números do time e fez Zé Ricardo o observar com outros olhos.

Confira a entrevista completa com Madson:

GloboEsporte.com: acredita que depois dos últimos jogos você mudou seu patamar dentro do time e na avaliação da torcida?

Madson: Acho que ainda estou buscando meu espaço. Atuei contra o Fluminense e Grêmio, mas o momento ainda é de afirmação para mim na equipe. Infelizmente entrei por causa de um problema físico do Gilberto. Procuro nos jogos me dedicar ao máximo para ajudar o Vasco. Temos uma partida difícil contra o Corinthians e espero ter mais uma boa atuação e dar sequência no trabalho.

O que foi mais importante para essa mudança de rumo? A chegada do Zé Ricardo? O Valdir teve alguma participação também?

O Valdir teve uma parcela boa, porque quando eu não estava sendo relacionado ele me dava conselhos, dizia para não baixar a guarda e não perder a confiança. Quando o Zé Ricardo chegou, começou tudo do zero. Lógico que ele conhece os jogadores, mas no dia a dia dos treinos que ele reconhece. Procurei treinar em intensidade alta, ele já me conhecia dos anos em que defendo o Vasco, 2015 e 2016, quando era titular. Estou me dedicando para a equipe chegar o mais longe possível dentro do campeonato.

Como foram nos primeiros dias o contato com o Zé Ricardo? Ele chegou a ter uma conversa particular com você?

Não, acho que não é muito da característica dele. Ele pensa sempre no coletivo, tudo o que faz é visando o coletivo. É um treinador com mentalidade aberta, jovem. Chegou com simplicidade mas mostrando como ele gosta de jogar. Acho que o entendimento foi muito bom. Como ele diz, não podemos baixar a guarda neste bom momento.

O Zé Ricardo testou o Gilberto como volante. A concorrência diminui...

Pode ser. O Zé Ricardo é inteligente, está testando formas diferentes de jogar. Até domingo ele vai montar a melhor equipe para fazermos um grande jogo contra o Corinthians e conseguirmos um bom resultado.

O que foi mais difícil para você até agora este ano? Foi não saber se estava ou não nos planos?

Esse ano foi diferente para mim. Eu cheguei, joguei a pré-temporada nos Estados Unidos e a estreia no Carioca, contra o Fluminense. Depois, fiquei um longo tempo até sem ir para relação, acho que uns cinco meses. Foi difícil, tenho que admitir. Mas é preciso buscar motivação de dentro. Só de jogar no Vasco já é razão para estar motivado, mas em alguns momentos fiquei triste, sou ser humano. Futebol é dinâmico, rotativo, e eu sabia que receberia outra oportunidade.

Creio que dei conta do recado todas as vezes em que entrei. Agora estou indo para o terceiro jogo seguido e espero manter o bom nível.

A discussão que você teve com o Milton Mendes te atrapalhou muito ou você já achava antes que não teria muito espaço?

Essa situação com o Milton foi há um mês, e o Brasileiro foi em maio. Eu vinha treinando forte, mas sem oportunidades. Outras equipes me procuraram, mas pediram para eu ficar, não me liberaram porque sabem do meu potencial. O que aconteceu com o Milton foi uma coisa no treinamento e vamos tirando lições disso.

Não tive problema com treinador nenhum na minha carreira. Depois resolvemos. Transformaram em uma coisa muito grande, mas não tenho problema com ele. Que tenha sorte na sequência da carreira. Contra o Fluminense e Grêmio, o Vasco conseguiu pela primeira vez ficar dois jogos seguidos sem levar gol neste Brasileiro.

Acha que deu sua contribuição?

Eu tenho um bom conceito tático defensivo. Procuro sempre ajudar na marcação, mas claro que lateral tem sempre que apoiar também. Hoje a exigência para o lateral é fazer uma linha de 4 muito firme e segura e sair na boa. Acho que estou pegando essa leitura. Com o Zé, o lateral só vai na boa. Nos jogos que joguei no Brasileiro, o time só levou três gols enquanto eu estava em campo. Acho que é bom.

Quais são seus planos para a reta final do Brasileiro?

Quero ampliar essa sequência. A equipe está em uma crescente, e nas rodadas até o fim do campeonato temos que buscar a melhor colocação, de preferência comigo atuando, reassumindo a posição (risos). Esse é meu objetivo. Queremos fazer uma boa arrancada para, quem sabe, dar de presente para a torcida essa vaga na Libertadores.



Fonte: GloboEsporte.com