Acusado de torturar Bernardo é inocentado pela Justiça

Sábado, 12/12/2015 - 09:10
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Acusado de participar da sessão de tortura do jogador Bernardo e de Dayana Rodrigues, ex-namorada do chefe do tráfico de drogas no Complexo da Maré, Marcelo Santos das Dores, o Menor P, Cilmar Sales Leite, o Relâmpago, foi absolvido do crime. Na sentença, a juíza Marta de Oliveira Cianni Martins, da 23ª Vara Criminal da capital, argumenta que as provas do processo são frágeis e “a incerteza não é suficiente para ensejar a segregação de um imputado”. Menor P já havia sido condenado, em outro processo, pela tortura. Cilmar está preso, em outro processo, acusado de homicídio.

De acordo com a denúncia do Ministério Público, Bernardo foi constrangido e foi privado de liberdade, mediante grave ameaça e intenso sofrimento mental, para que confessasse que já havia saído com a namorada de Menor P. Segundo as investigações da 21ª DP (Bonsucesso), o criminoso, que teve um relacionamento com Dayana, teria ficado com ciúmes do jogador por conta de um suposto caso entre Bernardo e a jovem.

No dia 21 de abril de 2013, Menor P teria determinado ao jogador Charles, do Cruzeiro, que atraísse Bernardo para um local na comunidade. Quando já estavam lá, Menor P e Relâmpago teriam passado em um carro e ordenado que Bernardo e Charles entrassem. Ele foi questionado se já “tinha saído com Dayana”. Ele respondeu que não e, à partir daí, Relâmpago teria pego “um aparelho de dar choques” e começado a apertar, “visando atemorizar a vítima e obter a confissão que queria”, dizendo Menor P que se Bernardo não dissesse a verdade iria torturá-lo, “motivo pelo qual a vítima respondeu que tinha saído uma vez com Dayana”.

Ainda segundo a denúncia, Cilmar e Menor P teriam mantido por 40 minutos o jogador no veículo, sempre ameaçando-o. Bernardo e Dayana, que também foi agredida, foram levados para um barraco, onde a tortura teria continuado. Para o advogado de Cilmar, a absolvição simbolizou “o espírito de Justiça”:

- Ao absolvê-lo, o juiz criminal reconheceu a absoluta inocência, que foi duramente defendida perante as autoridades desde o início do feito. Como o caso envolvia um famoso jogador de futebol que era, supostamente, vítima dos nebulosos fatos narrados, a Polícia Civil perseguiu meu cliente na tentativa de incriminá-lo, contudo sem sucesso. Agora, está restabelecido o Estado democrático de direito - argumentou Carlos Viana.

Fonte: Extra Online