Romário Corrêa, ao chegar em Portugal, é apelidado de 'Ibrahimovic de Campos'

Domingo, 30/06/2013 - 14:33

Este é o Romário de Campos (dos Goytacazes, estado do Rio de Janeiro). Não é o outro, agora deputado federal. Mas a partilha do nome já deu azo a todo o género de brincadeiras ou até mal-entendidos na vida do jovem avançado prestes a trocar o Vasco da Gama, e uma das metrópoles da América do Sul, pela pacatez da pequena vila de Arouca.

Uma das situações mais inusitadas aconteceu há pouco tempo. Queriam que falasse com o «pai» para meter uma cunha por um candidato a uma prefeitura (câmara municipal) local. «Foi no final de um torneio, para o qual fui convidado. Fui a rir até casa», confessa em entrevista ao Maisfutebol.

Consta que o homem não ficou convencido com a resposta «deste» Romário. Afinal, avançado, goleador, ainda por cima do Vasco, só poderia ser filho do craque que ficou conhecido por «Baixinho», «Gênio da Grande área», «Rei do Gol» ou «Reimário». Nem a tremenda diferença de estatura lhe tirou a ideia da cabeça.

Noutra ocasião, confundiu até os adeptos vascaínos. «Marquei o golo da vitória sobre o Coritiba e, depois, à porta do hotel, os torcedores gritavam o meu nome, mas outros perguntavam: esperem ai, mas o Romário não se retirou já?»

É a herança de um pai, o verdadeiro, «seu» Washington, tão apegado ao Vasco e ao ídolo, que não hesitou em dar-lhe o nome ao filho, ainda longe de suspeitar que iria ser goleador, do mesmo clube, passado uns anos...

De Ibra a Cristiano Ronaldo em busca do sonho europeu

A primeira conversa com a imprensa portuguesa flui num contraste entre a madrugada lusitana e o fim de tarde carioca, com o inconfundível som de uma esplanada como pano de fundo. Inverno lá, Verão deste lado. Quando chegar, nem vai notar a diferença.

De malas aviadas para Arouca, o corpulento avançado, já tratou de perceber o que irá encontrar do outro lado do Atlântico. «Está certo a 99% para uma época de empréstimo. Vamos acertar os últimos detalhes e, segunda ou terça, já devo estar em Portugal. Sei que se trata de um clube que acaba de subir e está a investir bastante», precisa.

«O meu objetivo é chegar ai e ajudar a equipa ao máximo, fazer muitos golos e, quem sabe, tornar-me num dos ídolos da torcida do Arouca. Gostava de fazer uma boa temporada e ficar mais um pouco para ganhar condição na Europa e um dia voltar para o Vasco», prossegue, convencido de que se irá adaptar bem.

«Penso que o meu estilo encaixa. Gosto de brigar na área, ter a bola, jogar pelos flancos e assistir os companheiros. Também cabeceio bem», detalha, numa breve apresentação: «Parecido com alguém? Identifico-me bastante com o Ibrahimovic, mas também gosto de mais do Cristiano Ronaldo.»

Vir para o velho continente, como para muitos brasileiros, «era o sonho» do jovem de 21 anos, grande esperança do «histórico» do Rio nas chamadas categorias de base, mas que esbarrou numa concorrência feroz ao subir a sénior. «O Vasco é um grande clube, tem jogadores internacionais, com grande experiência», relembra.

«Mesmo assim, do pouco que joguei, penso ter estado sempre à altura, fiz alguns golos importantes e isso ajudou-me a ganhar algum moral», insiste, expetante quanto ao momento em que receberá luz verde para dar início à nova aventura.

«Fui artilheiro por onde passei e espero dar-me bem. Portugal é um país excelente, onde posso continuar a evoluir, é uma vitrine onde as grandes equipas da Europa vêm buscar jogadores. O futebol tem mais cadência e contato, mais força. Penso que tenho o perfil», sintetiza, confiante.



Fonte: Mais Futebol