Pai de Julio Cesar, do Botafogo, é vascaíno, mas torcerá pelo filho no domingo

Terça-feira, 05/03/2013 - 16:35

Foram quase três anos sem ganhar do Flamengo, sem poder vestir a camisa do Botafogo na segunda-feira e poder provocar o rival. Porém, o tabu acabou no domingo e teve um personagem de destaque: o lateral-esquerdo Julio Cesar, que, após superar uma complicada lesão no joelho esquerdo, com um minuto abriu o placar, devolvendo o sorriso de superioridade ao torcedor alvinegro.

Em conversa com a reportagem do LANCE!Net, o camisa 26 desentalou o que estava na garganta. Julio Cesar garantiu que a vitória foi essencial para fortalecer a identidade alvinegra. E de quebra mandou um recado aos torcedores:

– A vitória foi importante para mostrar a identidade do Botafogo. O Engenhão é a nossa casa e precisamos deixar isso claro. Nós como jogadores estávamos nos cobrando muito sobre isso. Os caras tem de vir aqui sabendo que vai ser ruim ganhar da gente. E a torcida tem que comparecer ao estádio, até porque o time merece.

Antes de marcar contra o Flamengo, Julio Cesar também teve de superar dramas pessoais. No ano passado, sofreu com uma lesão no joelho esquerdo que o afastou dos campos por seis meses. Quase um ano depois, o lateral teve de recuperar não só a condição física, mas principalmente a garra necessária para voltar a brilhar no futebol:

– A lesão no ano passado foi muito complicada para mim. Eu vinha bem no Grêmio, dando passes para gols e sendo útil ao time como um todo. Se machucar deste jeito é uma coisa que todo jogador tem medo. Mas dei a volta por cima. O gol também foi importante por tudo que eu vivi neste tempo. Foi muita luta, mas tive a confiança dos jogadores do Botafogo e isso foi importante para mim.

Se há um ano a dúvida era sobre quando voltaria a jogar, agora os pensamentos são apenas como será a final da Taça Guanabara, domingo, contra o Vasco. Que o minuto mágico volte a acontecer!

Lateral não pretende trocar a camisa 26

Se Julio Cesar teve uma chance no clássico contra o Flamengo, foi por conta da negociação de Márcio Azevedo para a Ucrânia. Porém, mesmo ganhando a oportunidade na saída do companheiro, o jogador mostrou muito respeito com o antecessor da posição.

Agora, com a camisa 6 sem dono oficial, o lateral-esquerdo poderia pedir uma troca no número da camisa dele. Atualmente com a 26, o jogador prefere não se preocupar com o número e prefere não alterá-lo já que a fase é excelente:

– Não vou mudar a camisa que eu estou usando. Não tenho muita superstição. Sei que muita gente boa já vestiu essa camisa, mas não vou mudar – garantiu Julio Cesar, revelando a torcida pelo agora ex-companheiro:

– O Márcio é um cara merecedor. Nós sempre conversávamos no dia a dia e principalmente na semana que ele saiu. Eu falei com ele no dia da despedida dele para a Ucrânia, foi legal. Vai aumentar a distância, mas é um amigo que eu sei que vai brilhar lá fora. Desejo muita sorte!

Vascaíno, pai torcerá apenas para o filho

Revelado pelo Bangu, Julio Cesar já atuou por Flamengo, Fluminense e agora foi contratado pelo Botafogo. Porém, ele não deixa de ter relação com o Vasco, adversário na final da Taça Guanabara. Em 1981, o pai dele, César, jogou no Gigante da Colina e também foi convocado para a Seleção Brasileira.

Apesar de ter o pai declaradamente vascaíno, o jogador garante que a torcida no clássico de domingo será pelo Glorioso, clube que ele defende atualmente.

– Ainda não falei muito com o meu pai sobre esse clássico contra o Vasco. Ele torce muito para mim como pessoa e como jogador, mesmo sendo vascaíno doente. Antes de pensar em torcer pelo Vasco, ele quer o bem para o filho. Hoje estou no Botafogo e a torcida dele vai ser pela gente. Espero conversar com ele melhor até o fim de semana para pedir alguns conselhos.

Além de ter um pai vascaíno, Julio Cesar também revelou que passou perto de jogar pelo Gigante da Colina em algumas oportunidades na carreira. Porém, garantiu que está totalmente focado em jogar pelo Botafogo e fazer história em General Severiano:

– Confesso que já houve conversa com o Vasco, mas bateu na trave algumas vezes. Não rolou, mas respeito o time. Agora a minha carreira é no Botafogo e quero fazer a minha história aqui. Espero que consiga isso.

Fonte: Lancenet