René Simões critica São Paulo por acerto com Foguete: 'Acho imoral'

Quinta-feira, 21/02/2013 - 13:50

Pouco depois de ser contemplado com uma indenização de R$ 1 milhão por perder o atacante Mosquito, hoje com 17 anos, o Vasco já se vê envolvido em outro imbróglio no que diz respeito aos jogadores revelados em suas categorias de base. O diretor executivo René Simões mostrou-se insatisfeito ao tomar conhecimento da contratação de Foguete pelo São Paulo. O lateral, que é da mesma geração de Mosquito, também deixou São Januário acionando o Vasco na Justiça e mesmo antes de asssinar um contrato profissional.

Inicialmente, René Simões disse que não poderia falar muito sobre o assunto, pois 30 minutos antes havia tomado conhecimento da apresentação de Foguete pelo São Paulo. No entanto depois decidiu externar seu descontentamento com o clube do qual foi coordenador das divisões de base no ano passado. Na ocasião, rechaçou a contratação de Mosquito, que foi oferecido, por ter conhecimento do fato de o jogador ter deixado São Januário à revelia do clube.

- Há poucos dias o Vasco contratou o garoto Eron, que não renovou com o Ceará. Mesmo assim, fiz questão de ligar para o clube e perguntar o que aconteceu. Só acertamos o contrato depois que os dirigentes nos disseram que ele poderia vir. O São Paulo deveria fazer o mesmo em relação ao Foguete. Isso se chama ética e correção. O São Paulo não fez nada de ilegal, porque o jogador conseguiu a liberação na Justiça. Mas acho imoral. Afinal, por que você acha que ele entrou com essa ação? Com certeza havia alguém por trás falando no ouvido do garoto. Isso é aliciamento - disse.

Dirigente cobra atitude da CBF em relação a jogadores da base

René Simões lembrou que Mosquito ficou sem atuar por conta de seu litígio com o Vasco e destacou o fato de o Atlético-PR, clube que contratou o atacante,¨também ter sido boicotado de competições de base por esse caso. Em agosto do ano passado, em reunião na Toca da Raposa, em Belo Horizonte, 35 dirigentes de base de clubes do Brasil e da CBF firmaram um acordo que buscava dar fim à transferência de garotos sem que houvesse uma negociação. Dessa forma, a indenização dos empresários de Mosquito ao Vasco foi comemorada.

- Essa foi uma conquista não apenas do Vasco, mas de todos os coordenadores de base do futebol brasileiro. Do jeito que está, vai ficar igual a Real Madrid e Barcelona. Só dois clubes vão dominar o Brasil. Quem tem dinheiro pode agir da maneira que quer e tirar jogadores dos outros? Não pode ser assim. O atleta tem o direito de sair, mas tudo precisa ser negociado - destacou René Simões.

O diretor executivo do Vasco ainda cobrou da CBF, e mais especificamente do coordenador das categorias de base, medidas para coibir o aliciamento a atletas sem vínculo profissional com os clubes.

- Espero que o Bebeto se posicione e faça algo para impedir que jogadores que saiam de clubes por meio de ação na Justiça após aliciamento não possam ser convocados - disse.

Fonte: GloboEsporte.com