O Vasco reinaugurou nesta terça-feira, em Itaguaí-RJ, seu centro de treinamento que será utilizado pelas divisões de base. A transferência completa para o local é considerado um marco para o clube, que espera integrar os jovens atletas, agora sob o comando de Mauro Galvão.
O local, que fica a cerca de 70km do Rio, conta com seis campos (quatro oficiais), piscina, churrasqueira, alojamentos, departamento médico, fisiologia e nutrição. O presidente Roberto Dinamite disse que ter uma base forte é a garantia de ter um futebol profissional competitivo.
- É um motivo de grande orgulho. Iniciei minha trajetória nas divisões de base do Vasco, sei da importância de revelar talentos. Esse é o caminho parar ter o Vasco mais forte e competitivo. Obrigado a todos que ajudaram, temos um desafio grande pela frente. Estamos inaugurando um espaço que poucos clubes tem.
Em seu discurso, Dinamite fez questão de se cercar de seus vice-presidentes e diretores. O presidente de honra Antônio Soares Calçada esteve presente. A ausência mais sentida foi de Fred Lopes, vice de patrimônio, um dos maiores entusiastas do CT de Itaguaí. Em divergência com a direção, ele deve ser mais um a sair depois de José Hamilton Mandarino, ex-vice de futebol, e Nelson Rocha, de finanças.
O terreno onde o Vasco construiu o CT para seus garotos é de propriedade do empresário Pedrinho Vicençote e será arrendado pelo clube por dois anos. Depois deste período, há a opção de compra. Todo o valor gasto para as obras de melhoria são abatidos do valor do aluguel. O vice geral Antônio Peralta acredita que é um bom negócio.
- Temos um contrato de arrendamento e, enquanto não comprarmos a propriedade, toda benfeitoria está sendo abatida do aluguel mensal. O Vasco não está pagando nada, apenas fazendo a obra. O contrato é de dois anos e temos um acordo de cavalheiros para fazer a opção de adquirir. Podemos achar lá na frente que não vale, mas também não gastamos. Estamos protegendo a instituição. É bom para o Vasco e para o Pedrinho Vicençote.
Mauro Galvão acredita que o trabalho na base poderá ser feito com melhor qualidade agora, o que deve ter uma consequência direta no material humano que será oferecido ao time profissional.
- Foi um esforço grande do clube para colocar o CT à disposição para base. Para fazer um trabalho de qualidade é necessário ter bons campos, e aqui nós temos esta possibilidade. Podemos tirar o máximo dos atletas, ter mais controle sobre eles. Aqui não vai entrar gente desconhecida também.
O coordenador da base cruz-maltina disse que está em fase de observação dos times, e que irá tentar reforçar as equipes de acordo com a necessidade. Ele estuda colocar olheiros para captação de talentos, o que não é feito com eficácia atualmente.
- Temos que intensificar este trabalho. Pela grandeza, Vasco sempre terá jogadores chegando no profissional, mas precisamos aumentar isso. Eles vão poder chegar em melhores condições físicas, técnicas e táticas. Neste momento estamos fazendo um trabalho de análise das equipes para identificar as carências. Aos poucos vamos inserir olheiros.
Nos últimos meses, órgãos públicos locais fizeram vistorias no centro de treinamento. Quando as condições ainda não eram as ideais, o local foi cenário para uma tragédia, em fevereiro: Wendel Venâncio Júnior, de 14 anos, morreu durante uma peneira. A partir disto, o Ministério Púb lico fez uma série de investigações, que se estenderam também para os alojamentos de São Januário.
Fonte: GloboEsporte.com
