Com cariocas no topo da artilharia, Alecsandro tenta se destacar

Terça-feira, 14/08/2012 - 08:43

Tradicionalmente um celeiro de artilheiros do Campeonato Brasileiro, o futebol carioca se aproxima da metade da edição de 2012 com seus três principais atacantes na liderança da tabela, com oito gols cada. Com regularidade e estilo que por vezes se assemelham, e em outras se diferem, Alecsandro, Fred e Vagner Love têm uma motivação que os une na caça ao nobre objetivo: jamais se tornaram goleadores da competição, que, somados, disputaram em 18 oportunidades. É a chance de cravar de vez o nome nesta história.

Em 42 disputas, o Rio registrou 17 artilheiros, mais do que qualquer outro estado. O Vasco tem oito, com destaque para Romário (três vezes) e Roberto Dinamite (duas); o Flamengo, quatro, sendo três com Zico; Fluminense e Botafogo, dois cada; e América, um. Nesta temporada, o trio goleador já passou por jejum e tem média inferior, por exemplo, à que conseguiu o então santista Borges no ano passado (0,74). Fred é quem mais se aproxima do número, com 0,73. Love tem 0,56, e Alecsandro, 0,5, estatística que ele crê ser suficiente para brigar até o fim.


- Nunca falei de artilharia. Mas é algo natural. No ano passado bateu na trave, e eu fiquei muito decepcionado. Principalmente porque fiz muitos gols na reta final. Então neste ano seria muito bom terminar no topo. Vou tentar sempre fazer os gols, mas o importante é ver o Fluminense vencer - disse em sua última entrevista coletiva o craque tricolor, que em 2011 somou 22 gols, um a menos do que Borges.

A variedade dos 24 gols dos três atacantes passa pela característica deles e, também, do setor ofensivo dos times. Sem um garçom desde a saída de Ronaldinho, o camisa 99 rubro-negro costuma batalhar mais por seus gols, arrancando e dividindo com os zagueiros. Dos três artilheiros, é quem mais domina a bola antes de marcar: em cinco dos seus oito foi assim. Fred dominou a bola em um de seus gols, e Alecsandro marcou todos os oito com apenas um toque. Os três têm algo em comum: sempre balançaram a rede em finalizações dentro da área.

- O Vasco mostra estrutura tática ao defender e atacar. Se tenho oito gols hoje, é porque lá atrás está tudo bem. A bola sai redonda desde a defesa, passa com qualidade pelos meias e chega em condição de eu fazer o gol. E o atacante também tenta ajudar um pouco a marcação para a bola sair espirrada e dificultar a saída do adversário - comentou Alecsandro, antes de encarar o Corinthians.

O vascaíno, que crê que sua média atual seja suficiente para brigar pela artilharia, é o mais eficiente pelo alto, com quatro gols de cabeça. Fred, único do trio que sofreu lesão, não ficou mais do que duas partidas sem comemorar, mas alcançou a ponta com três pênaltis. Vagner Love, menos centralizado, é forte nos arremates em diagonal e tem status de ambidestro, com dois gols com a canhota (e quatro de pé direito). É ele, no entanto, que amarga o maior período em baixa (oito jogos, entre a 5ª e 14ª rodadas) e é o único que não deu assistência.

- Não tenho dúvidas de que ele vai brigar pela artilharia, sempre nos passou uma confiança muito grande. Em todas as equipes em que atuou brigou diariamente para ser o artilheiro, não vai ser diferente dessa vez. Pode produzir muito mais, mas está recuperado com certeza - analisou o técnico rubro-negro Dorival Júnior após a vitória sobre o Náutico.

Fora dessa disputa, o Botafogo ostenta o segundo melhor ataque entre os cariocas, atrás do Fluminense, mas sofre com a falta de pontaria recente, muito pela queda dos números de seus homens de frente. As referências Herrera e Loco Abreu foram negociados, e é o meia Andrezinho que aparece na artilharia do time, com cinco gols. Elkeson, que teve de virar centroavante e já carregava o número 9 às costas, tem quatro.

Cena repetida oito vezes para cada um: Alecsandro, Fred e Love comemoram neste Brasileirão


Artilheiros do Rio na história do Campeonato Brasileiro:

1974 - Roberto (Vasco): 16 gols
1978 - Paulinho (Vasco): 19 gols
1979 - César (América): 12 gols (empatado com Roberto César, do Cruzeiro)
1980 - Zico (Flamengo): 21 gols
1981 - Nunes (Flamengo): 16 gols
1982 - Zico (Flamengo): 21 gols
1984 - Roberto (Vasco): 16 gols
1992 - Bebeto (Vasco): 18 gols
1994 - Túlio (Botafogo): 19 gols (empatado com Amoroso, do Guarani)
1995 - Túlio (Botafogo): 23 gols
1997 - Edmundo (Vasco): 29 gols
2000 - Magno Alves (Flu) e Romário (Vasco): 20 gols (empatados com Dill, do Goiás)
2001 - Romário (Vasco): 21 gols
2005 - Romário (Vasco): 22 gols
2008 - Washington (Flu): 21 gols (empatado com Keirrison, do Coritiba, e Kleber Pereira, do Santos)
2009 - Adriano (Flamengo): 17 gols (empatado com Diego Tardelli, do Atlético-MG)

Fonte: GloboEsporte.com