Mano Menezes classificou Dedé como indiscutível

Quinta-feira, 29/03/2012 - 15:31

O técnico da seleção brasileira, Mano Menezes, reconheceu nesta quinta-feira que a equipe ainda não está pronta quase dois anos após ele ter assumido o comando da equipe. Mas garantiu que na Copa das Confederações de 2013, o time estará pronto. Em entrevista ao programa “Arena Sportv”, o treinador disse ainda que os Jogos Olímpicos de Londres serão a base para a definição do time.

- Na Copa das Confederações, o Brasil deve ter uma seleção definida - disse Mano, dando exemplos de que nem sempre um time campeão é formado com muita antecedência.

- A última seleção brasileira campeã do mundo (em 2002) ficou pronta no fim (da preparação). Já tivemos seleções prontas muito tempo antes e que não foram campeãs do mundo como a de 1982. Mesmo jogando uma das Copas mais bem jogadas que se viu jogar. No futebol, perder e ganhar tem muito a ver com as circunstâncias do momento. Não estamos atrasados com a seleção, mas não temos as definições ainda.

Para Mano, Londres-2012 será um divisor de águas:

- Sempre disse que o marco divisório para a definição final seria a Olimpíada de Londres. Muitos dos jogadores que vão estar em Londres estarão na seleção em 2014. Todo o planejamento para essa seleção foi feito baseado nisso. Por isso que sempre que fui questionado se deveria ir para a Olimpíada como técnico nunca me furtei dessa responsabilidade. Exatamente pela importância que se deu a Olimpíada. Se 80% dos jogadores que estarão lá, devem estar na Copa, o técnico tem que estar lá.

Kaká e Robinho não estão descartados

Embora tenham ficado de fora da lista dos 52 atletas que foram pré-convocados para os Jogos, Kaká e Robinho não estão completamente descartados para a Copa de 2014. Mano disse que não os convocou para poupá-los. Sobre o meia do Real Madrid, o treinador explicou que precisa que Kaká faça uma boa pré-temporada e tenha um bom desempenho na próxima temporada para que possa voltar a ser convocado.

- Ele ainda pode ser importante para a Copa do Mundo. Penso que para isso, será muito importante a próxima temporada. A próxima (temporada) vai dizer se Kaká ainda pode vir a jogar pela seleção em uma nova Copa do Mundo. Se entendo que a próxima temporada é fundamental para tudo isso, tenho que entender que ele tem que fazer uma grande pré-temporada. E a Olimpíada é exatamente durante a pré-temporada - afirmou o técnico, deixando claro que ainda há dúvidas sobre se Kaká pode voltar a ter uma sequência de bons jogos.

- Todos ainda temos dúvidas. E acredito que até ele possa ter.

Mano disse também que não abriu mão do atacante do Milan:

- Não estou abrindo mão dele na seleção. Ele pode estar entre os jogadores mais experientes. Um grupo tão jovem como esses precisa dele.

Em dois anos, Mano dirigiu a seleção em 21 jogos. Foram 13 vitórias, cinco empates e três derrotas. Trinta gols marcados e 11 sofridos. Em 15 convocações, foram 83 jogadores chamados. Entre os que mais disputaram jogos com Mano, estão Thiago Silva (18 jogos), Lucas Leiva e Neymar (16) e Daniel Alves (15 jogos). Thiago, Daniel e Neymar estão entre os nomes indiscutíveis da atual seleção.

- Não discutimos laterais, zagueiros como Dedé e Thiago Silva. Ainda se discute a posição de goleiro, mas não é uma escolha que taticamente tenha interferência.A preparação de quatro anos é complexa, mas temos uma ideia clara que sabemos onde queremos chegar.

Sobre Ronaldinho e sua má fase no Flamengo, Mano explicou que o jogador ainda é decisivo e que sua avaliação deve ser feita dentro da seleção:

- Ele sabe muito bem o que precisa ser feito e ainda é um jogador decisivo porque faz com que um companheiro seu entre na cara do gol. Mas também penso que isso deve ser um parâmetro que se repita dentro da seleção brasileiro. Ele é um jogador cujo uso-desempenho mais importante deve ser considerado na seleção. Se ele oscilar entro do clube, não é a parte mais importante. O fundamental é o comportamento que ele tem (na seleção) e o que ele transmite como empenho. Para isso, é preciso continuar tendo o comportamento de jogador que quer ser campeão do mundo.

Fonte: O Globo online