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São Januário é o 4º estádio mais caro para se frequentar no Brasileirão


Quinta-feira, 15/09/2011 - 14:40

Os rivais Cruzeiro e Atlético-MG têm o espetáculo de futebol mais caro do futebol brasileiro. Sem poder mandar seus jogos em Belo Horizonte por causa da reforma do Mineirão, os times precisam buscar alternativas, como jogar em Sete Lagoas ou em Ipatinga. Só o transporte do torcedor da capital até esses lugares custa, em média, R$ 50. Por isso, os torcedores mineiros ocupam o 1º lugar no quesito dos que mais gastam dinheiro para ver seu time de coração.

O custo com transporte também coloca os jogos do Grêmio como mais caros que do rival Inter e dos times do Rio e de São Paulo. Por causa de uma pequena diferença no custo do ônibus para ir até o Olímpico, o time de Porto Alegre fica na terceira colocação, quase com o mesmo custo proposto pelo Vasco, dono do evento mais caro do "eixo".

O levantamento feito pelo iG não considerou os preços de meia entrada ou de ingressos para sócios, uma vez que nem todos torcedores têm esses benefícios. Além disso, o pacote considerado nesta reportagem leva em conta o transporte público - ônibus e metrô -, meio usado pela maioria dos torcedores. Para completar o “kit torcedor”, o iG acrescentou um refrigerante e um salgado, ambos os itens de alimentação mais baratos.

Na tabela abaixo, "Total 1" corresponde ao kit mais barato, com transporte público. O "Total 2" inclui o preço do torcedor que gastará com estacionamento, seja ele particular ou na rua, deixando dinheiro na mão dos "flanelinhas". Esse pacote não considerou gasolina.




O Cruzeiro fica à frente de todos no pacote usado pela maioria. Além dos R$ 50 que precisam ser gastos só para chegar a Sete Lagoas, na Arena do Jacaré, o torcedor que sai de Belo Horizonte gasta pelo menos R$ 20 com seu ingresso. Um refrigerante e um salgado custam juntos mais R$ 7. Isso significa que o torcedor precisa gastar pelo menos R$ 77 para acompanhar a 90 minutos dos comandados de Emerson Ávila sem passar fome e sede.

O Atlético-MG fica pouco atrás neste quesito por causa do preço de seu ingresso, que custa R$ 10, às vezes até R$ 5. O preço do transporte e da alimentação são iguais, uma vez que não são controlados pelo time. Por isso, o atleticano desembolsa, em média, R$ 67 para assistir ao seu time tentando apresentar um bom futebol neste Campeonato Brasileiro.

O Grêmio é o 3º colocado na lista. O time gaúcho tem o ingresso mais barato a R$ 40. Para chegar até o Olímpico, o torcedor precisa gastar algo em torno de R$ 6 entre ida e volta. Somados o refrigerante e o salgado mais barato, a conta fica em R$ 7 mais cara. Ou seja, o gremista precisa subtrair de sua conta pelo menos R$ 53 por partida.

Quantidade parecida ao do vascaíno, que tem um leve desconto por conseguir economizar no transporte até São Januário. Do centro do Rio de Janeiro até o estádio, o torcedor precisa gastar menos R$ 5, o que coloca o preço de menos de R$ 52 por jogo.

Nos estádios de São Paulo, a média de gastos fica na casa dos R$ 44. Palmeiras, Corinthians e São Paulo cobram pelo menos R$ 30 num ingresso. O transporte de ida e volta, usando metrô ou ônibus, exige pelo menos mais R$ 6. O refrigerante e o salgado custam mais R$ 8. Alguns torcedores que vão ao Morumbi e não usam o sistema integrado de transporte público ultrapassam a casa dos R$ 44 por usar mais do que uma condução e ter que pagar por cada trajeto. No caso do Pacaembu e do Canindé, apenas o metrô basta.

Esse preço, no entanto, não reflete diretamente na arrecadação. O Corinthians, por exemplo, é o time que mais ganha dinheiro com renda dos jogos. Além de ter uma ótima média de público, conta com o ticket médio mais caro, girando em torno de R$ 33,83. Isso porque o time paulista oferece várias opções de ingressos mais caros, chegando aos R$ 150, e esses setores também têm uma boa lotação. O Palmeiras é o segundo nesse ranking, com ticket médio de R$ 27,45.

Minoria gasta ainda mais de carro

A maioria dos torcedores usa o transporte público para chegar até o estádio. Mas parte do estádio prefere usar o carro, opção que encarece bastante o programa. Além do combustível, que varia muito dependendo da localização de cada torcedor, é preciso considerar o preço dos estacionamentos, que às vezes são seguros e dentro de estabelecimentos ou simplesmente um espaço que têm a sua “taxa de administração” cobrada pelos flanelinhas que não esperam nem o apito inicial para deixar o local vazio.

No Morumbi, por exemplo, um estacionamento particular custa, pelo menos, R$ 30, e fica ainda mais caro de acordo com a proximidade do estádio. Um flanelinha cobra, em média, R$ 20. Ou seja, o são-paulino gasta, pelo menos, R$ 58 se usar seu próprio carro. No Canindé, pelo mesmo preço de um flanelinha, o torcedor pode parar o carro dentro do estádio, com segurança contratados pela Portuguesa, dona da casa.

No Beira-Rio, no Engenhão e na Arena do Jacaré, por R$ 10, os motoristas também podem guardar seu carro nas dependências do estádio, também com segurança fornecida pelos administradores das casas.

Já nos jogos do Grêmio, o programa que custa R$ 53 com o transporte público, chega até aos R$ 83, incluindo os R$ 30 que o torcedor gasta em média para ocupar uma vaga perto do Olímpico.

Maioria dos estádios terceiriza vendas

Para evitar problemas com a administração da venda de comida e bebida dentro do estádio, a maioria dos times terceiriza o serviço. No Morumbi, no Pacaembu, na Vila Belmiro, em São Januário e no Engenhão, por exemplo, uma empresa é contratada e divide os lucros com os times. Na Arena do Jacaré, o time passa de forma indiferente. A responsabilidade, assim como os lucros, são do Governo de Minas Gerais.

O comércio informal, em todas as praças, funciona “sem lei”. Os preços são estabelecidos por cada vendedor e podem ser negociados dependendo do comprador e da quantidade que será vendida. Em todos os estádios, os preços ficam inflacionados dependendo da importância da partida. Na final de Libertadores deste ano, por exemplo, um flanelinha cobrava pelo menos R$ 40 por uma vaga perto do Pacaembu.

Fonte: IG