Estilo e frases aproximam técnicos de Vasco e Botafogo, adversários neste domingo
Sábado, 01/06/2019 - 22:02
Trinta anos separam Vanderlei Luxemburgo e Eduardo Barroca, porém ambos têm muitas coisas em comum. São nascidos no Rio de Janeiro, no mês de maio, falam muito durante o trabalho e não escondem o gosto pela bola.

Em seu primeiro ano na condição de técnico efetivado no futebol profissional, Barroca, de 37 anos, chegou ao Botafogo cobrando coragem e protagonismo, características que os grandes times de Luxa sempre apresentaram.

Eduardo Barroca também passou a atacar de frasista, algo que sempre marcou Vanderlei Luxemburgo. Expressões como "pijama training", "apontado pra cima", "zona da confusão" e o inseparável "projeto" foram cunhadas por Luxa. Nesta sexta, em entrevista ao "O Globo", foi a vez do botafoguense, que comparou a predileção pela posse de bola a um porrete dentro de uma briga de rua.

- Imagina que alguém te fala: vocês dois vão sair na porrada agora, num quadrado, durante 10 minutos. Por sete minutos, um de vocês vai poder ter um porrete na mão. E nos outros três, o outro terá o porrete.

- Para mim, a bola é o porrete.

- Não quer dizer que eu vou vencer, posso ter o porrete e você pode me acertar um soco no queixo. Mas se alguém me perguntar se prefiro ficar mais tempo com o porrete, prefiro. A lógica para mim é essa. A bola é uma forma de me aproximar de vencer e afastar o adversário da vitória.

- Sou convencido de que o jogador é mais feliz fazendo um futebol de coragem - afirmou Barroca, dono de um vocabulário vasto e rebuscado em coletivas.

Atual técnico do Vasco, Vanderlei Luxemburgo, de 67 anos, empilhou taças até chegar aos dias de hoje: é campeão paulista, brasileiro, carioca, mineiro, pernambucano, capixaba, paranaense, da Copa do Brasil, da Série B. Tem, também, passagem pelo gigante Real Madrid, onde comandou Zidane, Ronaldo e companhia.

A comparação da bola com um porrete levou Barroca a um cenário muito conhecido por Vanderlei Luxemburgo: o da fama por frases de efeito. O técnico do Vasco, durante a vitoriosa carreira, foi o autor de declarações que o marcaram. Quando assumiu o Cruz-Maltino, voltou a ser ousado:

- Se estiver tudo fechado ali (na defesa adversária), dá dois dribles, escangalha aquilo ali. Quero voltar à essência dentro do que temos aí. A minha proposta vai ser essa.

No passado, porém, os efeitos, digamos, foram maiores...

- Eles jogam de maneira irresponsável, mas com responsabilidade – disse ainda em 2000, explicando a queda para Camarões na Olimpíada de Sidney.

- Você vai cagar ou vai jogar bola? – perguntou numa preleção em 2003.

- Vai ser na base do pijama training. Tem que deixar os mais cansados e experientes dormirem um pouquinho. Se formos bem na Sul-Americana, teremos 18 jogos em sequência. Aí vai ser viagem no Brasileirão e na Sul-Americana, que é mais desgastante ainda. Não tem jeito – sobre um descanso para Gilberto Silva, Elano e Zé Roberto

- O torcedor é nosso centroavante. Temos que ralar a bunda no chão para que ele (torcedor) possa jogar – sobre o apoio da torcida do Sport.

- Vou estar com um frio na barriga e algo piscando – sobre o nervosismo de uma estreia.

- Sou vencedor e por isso me cobram tanto. Se não me cobrassem é porque não esperam nada de mim.

- Alex Ferguson ganhou quantos títulos em 30 anos de carreira? Não dá pra ganhar tudo! Mas lá é Sir Ferguson, aqui é Luxemburgo – em uma comparação com o ex-técnico do Manchester United.



Fonte: GloboEsporte.com