Castan: 'Já deixei claro meu desejo de ficar aqui. Eu já comecei a dar uma olhada. Estou querendo comprar uma casa aqui'
Quarta-feira, 23/01/2019 - 13:18
Não pergunte a Leandro Castan sobre os principais pontos turísticos do Rio de Janeiro. Há cinco meses no Vasco, o zagueiro ainda não teve tempo para conhecer as belezas da cidade. Um pouco pela pressão enfrentada em 2018, na luta contra o rebaixamento, e pela própria característica dele: competitivo ao extremo, ele só pensa em descansar nas folgas.

- Quando estou em casa quero descansar mesmo. Sei que minha carreira é curta e vou me doar o máximo enquanto puder jogar futebol. Depois tenho a vida toda para curtir. Porque nos treinamentos você se desgasta tanto que é difícil ter força para passear. Eu espero as férias. É difícil me desligar do trabalho – disse o defensor.

Mas a ideia de Castan é permanecer no Vasco por um longo tempo. O contrato dele se encerra em dezembro, mas a intenção é estender o vínculo. O zagueiro, inclusive, já procura casa para comprar na cidade e se estabelecer.

- Tenho meu pai, que é meu empresário. Já deixei claro meu desejo de ficar aqui. Eu já comecei a dar uma olhada. Estou querendo comprar uma casa aqui. Minha família gosta daqui. Estou fazendo minha parte.

Nesta entrevista, Castan fala do (pouco) que conhece do Rio, sua relação com o pai, que também foi jogador de futebol, a expectativa para o Vasco em 2018 e a amizade com o "fashion" Maxi López.

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Rio de Janeiro

A cidade é maravilhosa. Eu não conhecia. Não conheço muito bem ainda, mas já passeei de carro, vi todas as belezas. A cidade é linda mesmo. Agora estou esperando ter um pouco mais de tranquilidade para poder passear. Mas com certeza é uma das cidades mais bonitas do mundo.

Hoje eu estava dando uma volta e passei pela Prainha, ali do lado do Recreio. É um lugar que eu vou querer ir na próxima folga. Fui ver hoje como é e achei muito bonito mesmo.

Tem um astral diferente. Até quando vem treinar, você vê todo mundo indo para praia e você está vindo para o treino. É uma cidade em que a maioria vem passar as férias e a gente usa para trabalhar. Se você se concentrar bem e conseguir dividir os momentos de lazer e trabalho.

Relação com o pai, Marcelo

Minha família vive dentro do futebol. Tem meu irmão também que vai jogar no CSA esse ano. Eu comecei a jogar futebol por causa do meu pai. Ele que investiu tanto em mim para virar jogador. Em 2002, quando eu era moleque, ele fez um empréstimo para eu fazer uma peneira. Foi ali que tudo começou. Eu passei nessa peneira e ele sempre foi minha inspiração.

Sempre joguei futebol para poder dar uma vida melhor para eles. Olhando para trás, fico muito feliz de poder ter ajudado. Meu pai é minha grande inspiração no futebol.

Ele foi jogador. Eu falo que foi meia boca e ele fica bravo (risos). Ele jogou no interior de São Paulo. Aprendi muito com ele. Ele pegava muito no meu pé. Se eu sou profissional, em todo time que passei deixei minha marca de querer vencer. Isso é devido a ele.

Hoje, consegui cumprir tudo aquilo que ele queria que eu fosse. Ele era zagueiro, também. Mas tomava muito cartão vermelho. Eu sou um zagueiro mais tranquilo.

Cobrança da família

Por incrível que pareça, meu pai não cobra muito. No começo era mais. Para mim é até chato isso, porque posso até fazer um gol contra que minha mulher fala "jogou bem hoje, né" (risos). Acho que ela nem viu o jogo. Mas eu me cobro. Eu me cobro tanto que não preciso de mais ninguém me cobrando. Quando jogo mal, não consigo dormir, vou ver o VT do jogo. A cobrança que eu tenho não precisa de mais nada.

Aprendizado na Europa

É até bom o Valentim estar aqui porque ele jogou na Itália. Quando ele chegou, demos certo acho que por isso. Porque o que vi na Itália em seis anos é disciplina.

Quando cheguei na Itália a minha maior dificuldade era tomar café da manhã, porque não gosto de acordar cedo. Aí tinha que pagar multa. Eu pagava multa pra não tomar café da manhã. O treinador ia todo dia lá no meu quarto, falava que eu tinha de tomar café.

Aprendi a ser profissional. É isso que tento passar para a rapaziada aqui. Ter disciplina. Além de ser prazeroso, isso aqui é nosso trabalho.

Maxi López

O Maxi é um grande amigo e se eu vim para o Vasco foi um grande mérito dele. Ele que me chamou para vir pra cá, fez o convite.

A gente não é amigo de ficar no telefone, na casa dele, mas é uma amizade de muito respeito. Ele sabe que sou muito profissional. Vou levar essa amizade para a vida toda. Deu a volta por cima aqui no Vasco.

Quando ele vê que tem alguém passando por um momento difícil, é um cara que ajuda muito. É um líder natural. Me ajudou bastante.

O sapato do Maxi

O Maxi tem um amigo que faz sapato sob medida. Aí na época ele falou que irai um amigo que faz um sapato sob medida. Aí fui eu e o Danilo Avelar. Fomos ver o sapato do cara. Nos olhamos e falamos que era fraco o sapato. Mas o Maxi fez tanta questão, que compramos o sapato e usei duas vezes na minha vida. Toda vez que falo com o Danilo pergunto se ele usou o sapato. Mas o Maxi gosta dessas coisas, coro de crocodilo.

Moda

Quando eu jogava no Torino, o pessoal ia de camisa social, calça jeans, sobretudo, mas aqui no Rio está meio difícil usar camisa social, cachecol, sobretudo. Eu gosto muito do estilo italiano. Tenho muito sapato.

Seriedade no Vasco


Quando cheguei no ano passado, tinha um clima muito de descontração e nesse ano realmente está muito pegado. Isso dá muita confiança. Até quem não jogou ontem estava treinando. Vi o treino e fui embora para casa feliz. O Valentim é sério dentro do trabalho. Ele traz aquela escola italiana.

No treinamento e em campo eu acho que sou um pouco bravo. Depois, no vestiário é zoeira total, normal, sou um cara descontraído. Acho que quando o negócio é sério, é sério, se não você fica maluco. Todo dia (dou bronca). Levo isso comigo e vou ser sempre assim.

Capitão


É uma responsabilidade grande, principalmente num clube como o Vasco, que teve tantos caras feras. Eu sei dela e vou procurar fazer meu melhor para ajudar o Vasco dentro e fora de campo e, quem sabe, se Deus quiser, levantar algum troféu.



Fonte: GloboEsporte.com