Fluminense x Vasco desta 5ª-feira vale 'sossego político' para quem vencer
Quinta-feira, 29/03/2018 - 13:41
Em um clube de futebol, apesar de tantas nuances, o que prevalece no fim das contas é o resultado em campo. Ele é tanto o estopim para crises quanto a vassoura que varre para debaixo do tapete os problemas latentes. Nesta quinta-feira, às 21h, quando Fluminense e Vasco se enfrentarem, estará em jogo mais do que uma vaga na decisão do Carioca. Vale para ambos dias de tranquilidade política, ao menos até o dia 8 de abril, dia da grande final do Estadual.

Isso porque tanto Pedro Abad quando Alexandre Campello possuem questões para lidar internamente, talvez tão importantes quanto o jogo desta noite. Os presidentes são alvos de pressões nas Laranjeiras e em São Januário. Também lideram a difícil missão de tirar os dois clubes da crise econômica em que se encontram. A cobrança da torcida é grande e uma eliminação agora pode aumentar a instabilidade política.

No Fluminense, a guerra nos bastidores é aberta e inclui até mesmo grupos que originalmente fizeram parte da base de apoio de Abad na eleição. Há uma minoria que defende até a abertura de um processo de impeachment contra Pedro Abad por gestão temerária. Nesta semana, por exemplo, o dirigente precisou se explicar diante dos conselheiros a respeito dos problemas recentes do clube.

No Vasco, Campello lida com dias de pressão por causa do balanço financeiro que o clube terá de produzir até o fim de abril. Os trabalhos do Conselho Fiscal do clube já começaram, e o presidente enfrenta a cobrança para que os números de 2017, referentes ao último ano de gestão de Eurico Miranda, sejam transparentes e revelem detalhes da suposta má administração do antigo presidente.

Do outro lado da corda, há o lobby a favor de Eurico Miranda e de um balanço que mantenha a relação até agora amistosa entre a atual diretoria e a corrente política do ex-presidente.

Incertezas no campo

Dentro das quatro linhas, as duas equipes possuem dúvidas que deverão ser sanadas apenas quando a escalação oficial for divulgada. O técico Abel Braga ainda não sabe se contará com Sornoza e Marcos Júnior, que deixaram o clássico contra o Botafogo com lesões.

Depois de perder jogadores importantes no começo do ano, como o meia Gustavo Scarpa e o ataca te Henrique Dourado, o tricolor encara a campanha no Carioca com um símbolo do poder de superação.

- Este ano está sendo especial, principalmente pelas dificuldades que tivemos no início da temporada - ressaltou o goleiro Júlio César. - São fases que a gente vem superando e que têm agregado valor, não só como atletas profissionais, mas como seres humanos.

Em São Januário, Zé Ricardo vive situação parecida. Evander e Paulinho participaram de poucos treinos na semana de preparação para o clássico. Os dois jogadores ainda não garantiram a escalação e o mesmo cabe para Martín Silva. O goleiro uruguaio desembarcou no Rio ontem à noite depois de disputar amistosos com o Uruguai na China. Dependendo do desgaste da viagem, será relacionado ou não pelo treinador.

- Precisamos ter cuidado de forma geral com o Fluminense, mas também temos nossas armas e nossos pontos fortes - ressaltou Zé Ricardo. - Vamos tentar neutralizá-los e potencializar o que temos de melhor.

Por ter sido campeão da Taça Rio, o Fluminense jogará com a vantagem do empate hoje à noite no Maracanã. A expectativa é de bom público - os clubes acertaram a venda de ingressos a preços promocionais: R$ 50. Quem avançar, ganha a cortina de fumaça para decorar a sala de problemas que possuem.

Fonte: Extra Online