Volante Ygor, hoje no Kwait, relembra passagem de Renato Gaúcho no Vasco

Terça-feira, 20/09/2016 - 19:36
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A fama de Don Juan de Renato Gaúcho é conhecida em todo futebol brasileiro desde os anos 80. Seu conhecimento na arte da conquista é tão grande, que ele conseguia aplicá-lo até mesmo na hora de motivar seus atletas dentro de campo.

O volante Ygor, que foi comandado pelo ex-atacante no Vasco e Fluminense, conta que o treinador se comparava a Cristiano Ronaldo e sabia como provocar os jogadores contra o famoso "migué" nos treinos.

"Ele sempre gostava de dizer: 'O que o CR7 faz hoje, eu fazia anos atrás já'. Outra coisa hilária que o Renato falava para todos os jogadores: 'O que você tem de idade é o número de mulheres que eu pego no mês. Pode tratar de correr'. Era uma figuraça, mas fazia o estilo paizão também", contou o meio-campista do Al Salmiya, do Kwait, ao ESPN.com.br.

O experiente volante de 32 anos tem uma relação muito boa com o técnico do Grêmio. "Ele sempre confiou em mim e sou grato pela confiança que ele teve principalmente no Fluminense em que eu era contestado por vezes, mas ele sempre me ajudou e deu força".

Outro treinador que arranca gargalhadas do meio-campista é Joel Santana, com quem trabalhou no time da Colina. Ao contrário de Renato, que por muitas vezes fazia uma espécie de braço-de-ferro com Romário para saber quem mandava mais, Papai Joel fazia um estilo mais conciliador.

"Quando o Joel se apresentou todo mundo estava sentado e ele não tinha observado que o Romário estava presente. Falou algumas coisas e no final disse: 'Eu sou o cara'. Quando ele viu o Baixinho lá ele mudou na hora: 'O Romário é o cara, eu sou amigo do cara, vocês entenderam o recado né?'. Era no sentido de quem mandava (risos)".

"Tive esse privilégio de jogar com o Romário e ser capitão algumas vezes da equipe também por ter mais tempo de casa. Foi um período de muito aprendizado. Em 94, eu o vi conquistar a Copa do Mundo. São coisas que muitos gostariam de passar, mas tive essa oportunidade e privilégio de estar convivendo com um dos melhores de todos os tempos".

"Ele era muito brincalhão e ao mesmo tempo cobrava bastante. Recordo de comemorar um gol que fiz contra o Fluminense com ele.

TRISTEZA NO FLU E VONTADE DE SER SHEIK NO KWAIT

O volante, que começou nas escolinhas da cidade de Santana do Livramento-RS, tem o futebol no sangue: o pai e o irmão também foram jogadores profissionais.

Ainda adolescente, ele se mudou para a base do Vasco, quando garante que ficou mais de quatro anos sem ser derrotado.

"A maioria do pessoal da minha categoria virou profissional: Morais, Ricardo Bóvio, Leo Lima, Souza, entre outros. Fui convocado para as seleções brasileiras sub-17 e sub-20. Joguei com Fernandinho e Daniel Alves que estavam na última Copa do Mundo", contou.

Em 2003, ele se profissionalizou depois da Copa São Paulo de futebol júnior. "Lembro que subi na semana de um clássico contra o Fluminense no Maracanã e tive a felicidade de estrear. Entrei no intervalo e a ordem foi marcar o Carlos Alberto".

"Depois joguei como titular contra o Cruzeiro, no Mineirão, que estava lotado pela Copa do Brasil. Eles estavam invictos no ano e voando. Perdemos por 2 a 1 e tive que marcar o Alex ... Não tive vida fácil (risos)" .

Ygor conseguiu jogar junto com seu irmão Thiago Maciel no Vasco, antes de ir para o Start, da Noruega. Ao voltar para o Brasil, atuou pelo Fluminense na campanha do vice-campeonato da Copa Libertadores da América de 2008, quando a equipe tricolor foi derrotada pela LDU-EQU.

"É a maior tristeza da minha carreira e não esquecerei jamais. Uma das maiores festas que o Maracanã já teve e que entrou para história, mas infelizmente perdemos nos pênaltis naquela ocasião".

Ygor passou por Portuguesa, Figueirense e Internacional, quando realizou seu sonho de jogar pelo time de infância. Ele ainda defendeu Goiás e Náutico antes de se transferir para o Kuwait.

"Hoje estamos em pré-temporada. Os primeiros dias foram legais e fui bem recebido porque eles adoram os brasileiros. Tem a dificuldade do calor que é escaldante durante o dia. Chega a quase 50 graus e por isso os treinos e os jogos são à noite".

Curtindo a nova experiência, o volante quer virar ídolo e conhecer a generosidade do "mundo árabe".

"Até agora não recebi nenhum prêmio dos sheiks (risos). O pessoal do time comentou que eles abrem a mão às vezes. Ano passado o time ganhou um título, a Copa do Príncipe e foi vice na Liga. Espero ser pé-quente, ganhar um título nessa temporada e esses bônus que os sheiks dão também (risos)".

Fonte: ESPN.com.br