Penhoras ameaçam desfalcar renda de Vasco x Grêmio

Sábado, 24/10/2015 - 09:38
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Ainda em débito do mês de setembro com jogadores e funcionários e à espera da segunda parcela da Caixa Econômica Federal, o Vasco tem um obstáculo para faturar com mais um jogo no Maracanã. Duas penhoras, de ações trabalhistas de ex-funcionários demitidos do clube, bateram no departamento jurídico do estádio, que deve receber oficial de Justiça após a partida com o Grêmio no domingo. Somados os valores cobrados nos dois processos, o Vasco pode não receber nada caso a renda líquida não ultrapasse R$ 130 mil.

O departamento jurídico do Vasco, porém, crê em recuperação posterior do montante. Paulo Reis, vice jurídico do clube, diz que o clube não foi notificado para realizar os pagamentos e que, caso haja a penhora, estes valores serão recuperados na segunda-feira, dia seguinte ao jogo.

- Fomos informados, mas isso vai ser revertido na segunda-feira. O Vasco não foi notificado para pagar, penhoraram direto a renda e isso vai ser resolvido na segunda-feira. Se eu comprovar isso no processo, que já está pago ou coisa parecida, esse dinheiro é revertido para o Vasco de imediato - afirmou Reis.

Num dos casos, a decisão do juiz da 61ª Vara do Trabalho, Fabio Correia Luiz Soares, em nome da ex-funcionária Marta Tulio, que era coordenadora de eventos no Vasco, concede a antecipação dos efeitos da tutela e determina que o Vasco realize o pagamento em até cinco dias, senão fica sujeito a multa. A decisão é da última quarta (dia 21 de outubro).

Contratada no fim dos anos 1980 para o clube, a ex-funcionária, demitida em janeiro pela administração Eurico Miranda, cobra cerca de R$ 80 mil de FGTS. De R$ 100 mil que tinha direito no tempo de trabalho em São Januário, ela recebeu menos de R$ 20 mil. No processo, o advogado Alan Belaciano, que era subscritor da chapa que terminou em segundo lugar as últimas eleições e também representa o outro funcionário da ação de penhora contra a renda de domingo do Maracanã, anexou cópia de locação do imóvel da ex-funcionária do Vasco, com data de aluguel vencida no fim do mês de agosto. Crítico da gestão Eurico, Belaciano está suspenso por seis meses do quadro social do clube - em decisão administrativa do presidente.

- Lamento que, para uma administração que diz tanto que “o respeito voltou”, respeito só sirva para os amigos, como o vice de futebol que vai receber R$ 300 mil mensais por dois anos. Funcionários com dívidas bem mais modestas são vítimas do descaso e desse total desrespeito. É triste ver ex-funcionários e os grandes ídolos, verdadeiros responsáveis por transformar o Vasco na potência que se tornou, sendo tratados dessa maneira - criticou Belaciano.

O outro caso é de um ex-funcionário das categorias de base dispensado na gestão Roberto Dinamite, em 2013. O clube depositou recentemente R$ 12 mil pelas obrigações trabalhistas, mas a intimação enviada ao Maracanã tem ordem de bloqueio de mais R$ 44 mil. Belaciano, que também representa Fernandão na ação milionária da Eletrobras contra o Vasco e o atual diretor de futebol do Flamengo, Rodrigo Caetano, relata que em audiência o clube propôs dividir em 20 meses um saldo pouco superior a R$ 23 mil, o que não agradou ao seu cliente - com multas e juros do processo, o débito chegou a mais de R$ 40 mil.

Recentemente, antes do Vasco enfrentar o Joinville, o ex-jogador de vôlei Fernandão conseguiu liminar para penhorar renda da partida no Maracanã, mas a decisão foi suspensa na véspera do jogo. A renda de mais de R$ 475 mil, porém, foi empregada para pagar empréstimo com a Ferj. O Vasco é apenas o 14º clube em lucro na Série A de 2015 - com renda líquida em todas as partidas como mandante de "apenas" R$ 2,1 milhões. Em média de público, o clube de São Januário está em 13º lugar, com 12.948 presentes por partida.

Fonte: GloboEsporte.com