Rodrigo Campos, narrador da Rádio Manchete, fala sobre sua paixão pelo Vasco e analisa momento atual do clube

Sexta-feira, 20/03/2015 - 13:08
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A Guerreiros da Colina conversou com o jornalista Rodrigo Campos essa semana. Vascaíno assumido, o narrador nos contou sobre suas expectativas para a temporada de 2015, as diferenças que enxerga entre as gestões de Eurico e Dinamite, como são os bastidores e a sua partida memorável. Confira abaixo, na íntegra, essa conversa sensacional.

Guerreiros da Colina – Rodrigo, Domingo é dia de Vasco e Flamengo e não poderíamos começar de forma diferente: o que você espera desse clássico?

Rodrigo Campos – Antes de mais nada, muito obrigado pela oportunidade de poder falar para esse público. Semana que antecede o Clássico dos Milhões, é sempre diferente para as duas torcidas. Acho que o Vasco chega em um momento melhor e apresentando um futebol mais eficiente. Isso é pouco para falar em favoritismo. Ainda percebo muitas deficiência no time, principalmente quando falo da pouca criatividade no meio campo e a pouca velocidade na saída para o contra-ataque. Vejo um equilíbrio muito grande. O compromisso que o Flamengo teve no meio da semana, pode beneficiar um pouco o Vasco, que teve mais tempo para treinar.

Guerreiros da Colina – A torcida do Vasco está muito confiante, algo que não vinha acontecendo. Você acha que faz sentido essa confiança toda?

Rodrigo Campos – A torcida tem todos os motivos para se mostrar confiante. Percebo que é uma confiança diferente de euforia. O Vasco ainda não dá motivos para o torcedor ficar eufórico. No entanto, suas atuações lúcidas, enchem o torcedor de confiança.

Guerreiros da Colina – Mudando um pouco de assunto, a algumas semanas a torcida do Vasco levantou 185 mil reais em 1 semana, numa campanha lançada por uma diretoria que até então não era vista com bons olhos. Na sua opinião, a torcida do Vasco abraçou novamente o clube?

Rodrigo Campos – O Vascaíno nunca abandonou o clube. Nem nos momentos mais difíceis. O time que abandonou o torcedor. Vascaíno é muito apaixonado, sua torcida é muito numerosa e tradicionalmente chega junto da sua paixão. Achei essa campanha bastante inteligente, e a resposta do torcedor não me surpreende. Apenas evidência a eterna parceria que existe.

Guerreiros da Colina – Nossa página no Facebook está sorteando o livro “Jogos Inesquecíveis”. Qual é o seu jogo inesquecível como torcedor e como narrador?

Rodrigo Campos – Como torcedor, foi quando eu tinha apenas 9 anos. Em 1982, o Flamengo tinha um dos melhores times do Brasil, e chegou na decisão amplamente favorito. O Vasco, com um time desacreditado, partiu pra cima, e venceu por 1×0, se sagrando Campeão Estadual. Como profissional, é muito difícil falar. Cada jogo é uma emoção diferente.

GdC – É mais difícil narrar um jogo do Vasco?

Rodrigo Campos – Sinceramente, não! Me preparo para narrar todos os jogos da mesma forma. A partir do momento que abro o meu microfone, não vejo camisa. Procuro apenas descrever as jogadas corretamente, passando a minha emoção para o ouvinte e sempre com o compromisso de ser absolutamente neutro nas minhas observações.

GdC – Dagoberto estreou ovacionado pela torcida e já fazendo gol. Você acha que ele tem potencial pra virar ídolo?

Rodrigo Campos – Gostei muito da contratação do Dagoberto. Acho que vai somar muito para o Vasco. Ser ídolo vai depender de suas atuações e suas conquistas com a camisa do clube. Potencial ele tem muito.

GdC – Todo torcedor vascaíno sente que a imprensa, de uma maneira geral, tem sido muito dura com o Vasco. Como você vê isso nos bastidores?

Rodrigo Campos – Essa é sempre uma questão polêmica. Acredito que todo jornalista esportivo, tem um clube de preferência. Quem não tem, não gosta de futebol e quem não gosta de futebol, não pode ser cronista esportivo. O importante é saber ser isento. Muitas vezes deixam a paixão falar mais alto que a profissão. Isso é um erro, pois trabalhamos com a credibilidade. Muitas vezes, o vascaíno não entende quando faço criticas ao clube ou algum jogador. No momento que exerço minha função de analisar um determinado assunto, não me importo de elogiar ou criticar, independentemente da camisa.

GdC – Nos últimos anos, Eurico e Dinamite se alternaram no poder do clube. Pra você, qual é a grande diferença entre eles?

Rodrigo Campos – O Roberto foi uma grande decepção. Errou muito mais que acertou. Talvez a omissão tenha sido seu maior erro. Em relação ao Eurico, ele erra e acerta como todos os dirigentes, mas uma grande qualidade que vejo nele, é exatamente não ser omisso. Estou gostando muito da sua coerência neste início de trabalho.

GdC – Mais especificamente falando do Eurico, você percebe alguma diferença entre o Presidente até 2008 e o Presidente desse novo mandato?

Rodrigo Campos – O Eurico é um dos homens mais inteligentes que eu conheço. Quem tem a oportunidade de conversar com ele sobre futebol, recebe uma grande aula do assunto. Tenho percebido que ele está mais aberto ao diálogo, continua não medindo esforços para fazer o melhor para o Vasco e agora também mais tolerante. Não conheço ninguém que entenda mais de leis esportivas que o Eurico. Se no passado ele agia com truculência em algumas situações, neste momento o vejo muito mais tranquilo.

GdC – Rodrigo, o portal Guerreiros da Colina agradece sua entrevista e abre espaço pra você mandar um recado pra nossa imensa torcida bem feliz.

Rodrigo Campos – Fico muito feliz em falar para os amigos do GDC. É sempre muito gratificante. Aproveito para pedir muita paz para todos. A maior alegria de um torcedor de futebol é poder ir e voltar de um estádio. Vitória pode ou não acontecer. Faz parte! Aproveito e convido a todos para ouvirem a transmissão da Manchete AM-760. Pelo site, mancheteonline.com.br. É FESTAAAAAAAA!!!!!



Fonte: Blog Guerreiros da Colina