Presidente da FFERJ e dirigente do Fluminense polemizam sobre lado da torcida tricolor no Maracanã

Sexta-feira, 20/02/2015 - 21:14
comentário(s)

Uma polêmica que parece não ter fim: quem tem, de fato, o direito de permanecer no lado direito das cabines de rádio do Maracanã em clássicos entre Vasco e Fluminense? Historicamente o setor sempre foi ocupado pelos vascaínos, mas com a privatização do estádio, Flamengo e Fluminense tiveram de assinar um contrato de concessão para utilizar o templo sagrado do futebol. Dessa forma, o tricolor decidiu que ocuparia a posição no estádio que até então era do rival. Diante do impasse e da negativa dos clubes em entrarem num acordo, a Federação de Futebol do Rio de Janeiro (FERJ), decidiu transferir a partida do próximo domingo para o estádio Nilton Santos. Em entrevista à Rádio Globo, o presidente do Fluminense garantiu que a cláusula que dá o direito do clube em ocupar o setor sul do Maracanã foi apresentada em uma reunião na entidade.

“O Fluminense dispõe da cláusula, isso já foi apresentado em uma reunião com o Maracanã presente. Obviamente não posso mostrar a cláusula por inteiro sem a autorização do Maracanã, porque trata de outras coisas. Essa decisão de ficar neste lado do estádio se dá pelo fato de utilizarmos as lojas, um vestiário todo personalizado, e a relação com o torcedor, para que ele identifique o Maracanã como casa do clube. Se toda vez a Federação não assumisse a posição de um ditador quando surge uma indefinição, seria mais fácil de se conversar. Todo ano é polêmica, todo ano a gente critica o estadual, então eu acho que está claro que o problema é a Federação”, disparou Peter Siensem para em seguida completar – Infelizmente, a posição do Vasco é: nem com ou sem, não vai jogar no Maracanã. Então tudo bem, vamos ver o que vai acontecer nos próximos jogos se chegarmos a uma semifinal e final".

O presidente da FERJ, Rubens Lopez, por sua vez, garante que a cláusula jamais foi apresentada à entidade.Com exclusividade, a Rádio Globo obteve o único documento apresentado pelo Fluminense através de um email.

“Eu não tenho conhecimento de nada que esteja no contrato entre Fluminense e Maracanã e é por isso que estou aqui afirmando não acreditar que o presidente Peter tenha dito que apresentou o contrato com a cláusula. Mesmo não tendo visto eu acredito no que ele está dizendo, mas ele não apresentou, apresentar significa deixar ver. Ele não apresentou de maneira nenhuma. Se existe confidencialidade entre o clube e o Maracanã, paciência”, disse o Rubinho.

Mário Bittencourt, vice-presidente de futebol do Fluminense, foi enfático e também atacou a Federação. Segundo ele, a entidade não pode interferir neste processo e a torcida do Vasco não deve ficar no mesmo onde estão localizadas as lojas do tricolor.

“A questão é simples e é obvio que existe a cláusula. Não tenho obrigação nenhuma em mostrar um contrato privado para Federação Carioca, Paulista ou Gaúcha. Nenhuma delas tem a competência de escolher o lado em que vai ficar o torcedor de clube A ou B. Botafogo e Vasco tem contrato com o Maracanã apenas esporádico, porque na época não quiseram se habilitar por ter seus estádios. Já Flamengo e Fluminense aceitaram as condições da empresa, assinaram contrato. E hoje, o Fluminense é dono do Maracanã por 35 anos. Os clubes escolheram cada lado, por exigências comerciais. Não pode a torcida do Vasco ficar do lado onde estarão as lojas do Fluminense, pronto. O que nós queremos é que nosso contrato seja respeitado, já que é lícito", garante o vice-presidente de futebol do Fluminense, Mario Bittencourt.

Ainda em clima de guerra nos bastidores, Vasco e Fluminense fazem o primeiro clássico carioca do ano, no próximo domingo, no estádio Nilton Santos, às 18h30. A história continua e parece longe de um final feliz.



Fonte: Rádio Globo