Morre Di Stéfano, um dos maiores craques de todos os tempos e líder do River Plate que perdeu o Sul-Americano de 1948 para o Vasco

Segunda-feira, 07/07/2014 - 12:50
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Nesta segunda-feira (7), morreu um gigante do futebol. Alfredo Di Stéfano não resistiu a duas paradas cardiorrespiratórias no sábado, e passou todo o domingo em estado grave. O argentino tinha 88 anos e estava internado no hospital Gregorio Marañón, em Madrid.

Di Stéfano é um nome que por si só já gera um impacto enorme no futebol argentino e espanhol. Ídolo de dois gigantes do esporte, o atacante ganhou notoriedade com a camisa do River Plate, em tempos gloriosos para a equipe de Buenos Aires.

Chegou a ser embaixador da 'liga pirata colombiana' nos anos 50 quando jogou pelo Millonarios, sendo campeão colombiano três vezes. Mas o mundo o conheceu mesmo nos tempos de Real Madrid. Em 1953, quando jogou um amistoso pelo time de Bogotá, derrotou os espanhóis por 4 a 2 e chamou a atenção do presidente do Real, Santiago Bernabéu. A partir desse momento, a sua figura entrou para a história.

E ele quase assinou com o Barcelona antes de chegar a Madrid. Um desentendimento entre dirigentes catalães e argentinos impediu a contratação definitiva do craque, que foi levado pelos madridistas durante o impasse.

Multicampeão pelo Real, conquistou cinco títulos europeus e oito espanhóis. Ao lado de Puskás, Gento e Santamaría, Di Stéfano virou lenda e encantava qualquer um que visse um jogo seu. Por esse motivo, é admirado por gênios como Pelé, Maradona e Cruyff, que o consideram o jogador mais completo da história do futebol.

Em seleções, a representatividade de Di Stéfano não é tão grande quanto a que teve pelos clubes que passou. Afinal, defendeu três seleções em um tempo que a Fifa ainda permitia este tipo de "transferência". Jogou por Argentina, Colômbia e Espanha. Mas ele não conseguiu jogar nenhum Mundial, já que em 1954 ele não poderia ser chamado para a Albiceleste por já ter defendido a seleção cafetera. Anos depois, se naturalizou como cidadão espanhol e ajudou a Fúria a se classificar para o torneio de 1962, mas se lesionou e não conseguiu se apresentar a tempo de se juntar ao plantel que viajou ao Chile.

Ainda defendeu o Espanyol antes de se aposentar, em 1966, já em idade avançada. Desde 2000 é o presidente honorário do Real Madrid.

Di Stéfano foi tão grande, que argentinos mais velhos tendem a considerá-lo maior que Maradona, algo impensável para quem lê sobre as façanhas de Diego. Só isso já é suficiente para alçá-lo como um dos maiores que o esporte já viu. As comparações são desnecessárias para os dois, não há como diminuir a carreira de cada um pelo que o outro representa.

Aos 88 anos, Don Alfredo, como é conhecido pelos madridistas, morreu e deixou um legado colossal no estádio Santiago Bernabéu, que por acaso leva o nome do homem que fez possível a sua chegada ao Real. Não haveria "La Décima" sem o argentino, não haveria a 'síndrome' de lutar pelo título todos os anos, não fosse a "Saeta rubia", ou flecha loira, em espanhol.

Alfredo conseguiu com gols uma passagem para a eternidade do Real Madrid. E para qualquer um que reconheça o tamanho dos seus feitos em campo. Viverá não só 88, mas 100, 200, 300, quantos a história precise para lhe exaltar.



Fonte: Yahoo Esporte Interativo (texto), Reprodução Internet (fotos)