Portuguesa sabia que não podia escalar jogador, afirma promotor do MP-SP

Domingo, 26/01/2014 - 04:47
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Um inquérito do Ministério Público aponta que a Portuguesa sabia da proibição de escalar o meia Héverton na última rodada do Brasileiro-2013.

Punido com a perda de quatro pontos por ter usado o jogador e, consequentemente, rebaixado no lugar do Fluminense, o clube sempre alegou desconhecimento da suspensão ao se defender.

"Chegou o e-mail para a presidência da Portuguesa. Ele foi aberto e repassado ao departamento competente", disse ontem à Folha o promotor de Justiça do Consumidor Roberto Senise Lisboa. "A Portuguesa tinha ciência, isso é fato."

Desde o início do caso, a diretoria da Lusa tem dito que não foi informada pelo advogado Osvaldo Sestário, que representou o clube no julgamento do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva).

O treinador Guto Ferreira e o próprio Héverton também alegaram ignorar o veredito.

As investigações continuam. "Veremos se alguém obteve vantagem indevida na história", afirmou Lisboa, que considera, entre outras hipóteses, a possibilidade de algum dirigente ou funcionário da Lusa ter agido pra favorecer algum outro clube.

Uma das próximas medidas pode ser a quebra de sigilos bancários.

ELO COM A CBF

Na última segunda, o vice jurídico da Portuguesa, Orlando Cordeiro, admitiu que o clube vem sendo pressionado a desistir de brigar por sua permanência na Série A.

Após pedir empréstimo financeiro à CBF, a Lusa recebeu da entidade uma oferta de adiantamento de R$ 4 milhões pela participação na segunda divisão sob a condição de aceitar o rebaixamento.

Héverton foi julgado pelo STJD em 6 de dezembro, uma sexta. O meia da Lusa recebeu duas partidas de punição. Como já havia cumprido uma, não poderia atuar dois dias depois, contra o Grêmio.

O STJD retirou quatro pontos da Portuguesa, que recorreu à última instância do tribunal, mas a decisão se repetiu.

O presidente da Lusa na época, Manuel da Lupa, e o atual, Ilídio Lico, não atenderam aos pedidos de entrevista feitos pela reportagem.

Fonte: Folha de São Paulo