Promotor de Justiça quer Força Jovem fora dos estádios por 3 anos

Segunda-feira, 09/12/2013 - 23:56
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A violência na arquibancada durante o jogo entre Vasco e Atlético-PR ainda repercute. Em entrevista ao Panorama Esportivo, o promotor de justiça Paulo Sale informou que pediu o banimento da torcida do Vasco Força Jovem dos estádio por três anos. Já o presidente do STJD, Flávio Zveiter, explicou de que maneira devem ser julgadas as responsabilidades dos envolvidos no episódio, como os clubes e o árbitro, defendeu a necessidade de medidas imediatas dos órgão públicos, unidos, para impedir o aumento da violência nos estádios e cita Rio de Janeiro como exemplo de organização neste sentido.

Punição às torcidas

O MP de Santa Catarina vai identificar e punir criminalmente os envolvidos. Já o MP do Paraná fará um termo de ajustamento de conduta com a torcida do Atlético-PR, ou seja, se voltar a se envolver em confusão, pode ser acionada judicialmente. O que aconteceu com a torcida do Vasco, reincidente, por isso o promotor de justiça Paulo Sale pede banimento da Força Jovem por três nos. Já com a torcida organizada do Atlético-PR, ele vai propor o termo e o afastamento por seis meses dos estádios.

Aumento da violência nos estádios

O presidente do STJD Flávio Zveiter confirmou que a denúncia foi oferecida pela procuradoria do tribunal, pelo Dr. Paulo Schimidt, e nesta sexta-feira vai ser julgada em primeira instância e explicou que está evidente o aumento das brigas no estádios no último ano:

- Esse ano foi o ano com maior índice de violência entre as torcidas e,em razão disso, o tribunal identifica que existe um grande problema. A violência está crescendo, por isso, fiz uma visita ao ministro Aldo e ao Conselho Nacional do MP levando essa preocupação e mostrando que o Rio vem adotando medidas que deveriam servir de exemplo em âmbito nacional. Não tivemos esse ano nenhum episódio dessa natureza dentro de estádios no Rio de Janeiro. Enquanto não houver uma reunião entre os órgãos do poder publico responsáveis pela aplicação do Estatuto do Torcedor para que haja uma uniformização de pensamento e um caminhar de mãos dadas com propósito comum e convergente, esse problema vai continuar acontecendo.

Punição ao árbitro

- O árbitro foi citado não só por reiniciar a partida, mas também porque cabe a ele impedir o início da partida se não houver condições de segurança. Pelo que vi nas imagens apenas - isso ainda vai ser julgado - ele não poderia começar a partida se não tiver condições de segurança, era uma tragédia anunciada.

Sobre uma possível pressão para iniciar a partida, Zveiter foi enfático:

- Toda apuração é necessária, mas um árbitro da CBF, escalado para uma partida como essa, não pode temer qualquer tipo de pressão. Ninguém pode dizer o que ele vai ou não fazer. Ele é o responsável por identificar se há ou não condições de segurança para iniciar uma partida de futebol.

Punição ao mandante e ao visitante

- O mandante é responsável por garantir a segurança para ocorrer o espetáculo, mas não exime o visitante de culpa caso a sua torcida se envolva em confusão no estádio. O mandante pode até não ser punido, por exemplo, se identificar um torcedor visitante com um sinalizador e retirá-lo do estádio. Apenas um exemplo. Ainda vamos julgar quem começou a confusão e os próprios clubes trarão essa imagens na sua defesa para que sejam julgados e, independente de quantos jogos para o mandante ou visitante, ambos tem que ser responsabilizados pelas atitudes dos seus torcedores e a culpa pelo incidente e terão a carga de jogos compatível com a responsabilidade pelo ocorrido.

Zveiter reconhece que a segurança no estádio não era suficiente:

- Eu acho no mínimo imprudente colocar num jogo dessa natureza apenas 90 seguranças. Fora que a presença deles não inibe em nada um marginal desse que vai para o estádio para brigar.Tanto que eles nem aparecem na briga.

Anulação da partida

- Por enquanto não existe discussão sobre anulação do jogo, apenas apontando responsabilidades pelo ocorrido ontem. O lado bom disso - primeiro ninguém faleceu, graças a Deus – é que alertou-se a todos que existe a necessidade de se discutir e se implementar algumas medidas imediatamente. Para isso, acontecerá uma reunião na quinta-feira com o ministro Aldo, em que eu estarei presente, um representante do Ministério da Justiça, o Procurador Geral da República e alguém representando o judiciário para que se implementem imediatamente medidas que são possíveis de serem implementadas e que surtirão efeito imediato na redução da violência.

Fonte: Rádio Globo