Paulo Autuori perde prestígio após passagens por Vasco e São Paulo

Terça-feira, 10/09/2013 - 15:43
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No final de março, Paulo Autuori era apresentado em São Januário como o nome de grife que faltava ao Vasco para comandar o processo de reestruturação do clube. Menos de seis meses depois, o treinador deixa o São Paulo, seu novo time, na zona de rebaixamento e sem o prestígio de seu retorno ao Brasil.

No meio do caminho, muitas polêmicas e números fraquíssimos. Logo em sua chegada ao Cruz-maltino, marcando volta ao futebol brasileiro depois de quatro anos, Autuori chegou a se comparar com Pep Guardiola ao afirmar que havia escolhido o coração à frente da razão na hora de acertar com o clube. Além disso, o treinador também apresentou uma de suas facetas mais marcantes: a crítica dura às posturas defensivas e acomodadas de alguns colegas de profissão.

Da teoria para a prática, contudo, lá se foi uma grande distância. Eliminado ainda na fase de grupos da Taça Rio, em desempenho que classificou como pífio, Autuori abriu mão de valorizar o jogo ofensivo e de toque de bola em diversos momentos no Campeonato Brasileiro. Contra São Paulo e Vitória, o treinador escalou o Vasco com três volantes no meio-campo e pouca criação.

Além de contradizer seus próprios conceitos, Paulo Autuori também não obteve sucesso. Nas duas partidas, derrotas inapeláveis por 5 a 1 e 2 a 0 fora de casa. Cambaleando nas quatro linhas, o técnico entrou em atrito com a diretoria do clube. Cobrando o acerto dos salários atrasados de jogadores e funcionários, o ex-treinador da seleção peruana impôs um prazo para a quitação das dívidas.

O limite estourou sem os pagamentos um dia depois de nova goleada sofrida pelo clube. Em Caxias do Sul, o Vasco perdeu por 5 a 3 do Internacional e, no desembarque da delegação no Rio, Paulo comunicou sua saída do clube. Era dia 9 de julho.

No São Paulo, zona da degola e fracasso em viagem

Apenas dois dias depois, os fortes rumores foram confirmados. Campeão mundial com o clube em 2005, Autuori assumia o São Paulo. Mais uma vez, o desafio mostrava-se grande e o nome do treinador soou como a certeza da retomada do bom ambiente e das vitórias ao clube, que convivera com crise de relacionamento entre Ney Franco e Rogério Ceni.

Contudo, o novo comandante decepcionou mais uma vez na temporada. Há sete jogos sem vencer com o antecessor, o São Paulo ficou outras sete partidas sem conseguir somar três pontos. Na trajetória, perda do título da Recopa para o Corinthians e derrotas na Audi Cup - para Bayern de Munique e Milan - e na Copa Suruga, para o Kashima Antlers-JAP. Entre as duas últimas, a primeira vitória de Autuori: 2 a 0 sobre o Benfica, na Copa Eusébio, para salvar o giro pelo exterior do clube.

Na volta ao Brasileirão, derrota para a Portuguesa e empate com o Atlético-PR em casa colocaram o São Paulo na zona de rebaixamento. Tentando reagir, o time de Autuori ainda conseguiu superar o Fluminense, mas novos insucessos, desta vez diante de Criciúma e Coritiba decretaram o fim do primeiro turno na degola e valeram a cabeça de Paulo Autuori.

Assim, o treinador, que chegou badalado ao Brasil, chega a setembro com números de rebaixado (e ainda piores que o do São Paulo). Somando seus resultados pelos dois clubes, Autuori disputou 18 partidas do Campeonato Brasileiro, vencendo somente quatro e perdendo nove. Em aproveitamento, fracos 31,4% dos pontos disputados, que lhe colocariam na 19ª colocação, à frente apenas de Ponte Preta e Náutico, muito pouco para quem se comparou a Guardiola e foi visto como tábua de salvação para dois gigantes do nosso futebol.

Fonte: Yahoo Esporte Interativo