Grêmio lidera movimento para acabar com limite de estrangeiros por time

Quinta-feira, 05/09/2013 - 14:47

Na próxima terça-feira, dirigentes do Grêmio estarão reunidos na sala do presidente Fábio Koff tratando de um assunto de interesse nacional.

Em pauta, o fim do limite de três estrangeiros inscritos por partida no Brasil. A princípio, a mudança seria apenas para 2014, mas não é descartada a possibilidade de entrar em vigor ainda nesta temporada, dependendo da conversa com os demais clubes.

"Vamos discutir a aproximação efetiva com os outros times. A questão eletrônica facilita muito. Como dar o primeiro passo? Pode ser por e-mail de repente. Todo mundo vai ser signatário? Perfeito. Alinhamos a reunião em algum lugar, pode ser em Brasília, São Paulo ou Porto Alegre e nos organizamos para dar entrada na CBF", explica o advogado tricolor Gabriel Vieira ao ESPN.com.br.

Ex-presidente do Clube dos 13, Koff já consultou as principais equipes do País e conseguiu um retorno positivo de praticamente todas elas.

Segundo a reportagem do ESPN.com.br apurou, o dirigente reflite apenas se o momento correto para propor a criação do chamado mercado sul-americano seria agora. Um dos motivos que o faz relutar são as eleições presidenciais na CBF no ano que vem. A federação gaúcha já foi contatada para auxiliar na negociação e apoia o projeto.

Atualmente, o Grêmio conta com quatro estrangeiros em seu elenco - o paraguaio Riveros, o chileno Vargas, o uruguaio Maxi Rodríguez e o argentino Barcos.

A ideia é que jogadores vindo de países que fazem parte do Tratado de Assunção - assinado em 1991 e que hoje engloba também Argentina, Paraguai, Venezuela e Uruguai - não sejam mais considerados extracomunitários nos gramados brasileiros. Esse grupo pode ainda ser expandido e 'abraçar' mais vizinhos.

Assim, o limite de três estrangeiros poderia até ser mantido no regulamento geral da CBF - essa é uma discussão que precisaria ser aprofundada -, mas, a exemplo do que acontece no futebol europeu, restringindo-se tão somente aos não comunitários (europeus, por exemplo; o holandês Seedorf continuaria sendo incluído).

"O que se pode utilizar é a questão do livre comércio e da livre circulação de trabalhadores. Por que existe essa ressalva para se exercer o trabalho? A atividade desportiva também é um trabalho", pondera Gabriel Vieira.

"A conversa com a maioria dos clubes foi extremamente positiva. Até onde me lembro, não foi feita nenhuma negativa. O que acontece é que ninguém formalizou nada até hoje, nunca entrou no papel, fica no campo das ideias. Nunca tomaram essa dianteira", prossegue o advogado, que atua no departamento de futebol gremista.

Até para avançar no tema, um memorando está sendo produzido pelo profissional e deve ser entregue a Fábio Koff na reunião da próxima semana. Entre os demais cartolas, a resistência fica por conta basicamente da preocupação com o menor espaço para a base e ainda com burocracias como a que exige a renovação do visto de trabalho a cada dois anos.

De acordo com especialistas consultados pelo ESPN.com.br, o procedimento para a implantação da medida é simples e depende basicamente da vontade política da CBF. Ela não feriria o Estatuto do Torcedor.

Pode ser o primeiro passo para que a moeda mais forte da América Latina se torne ainda mais atraente para os vizinhos.

Fonte: ESPN.com.br