Futsal: Dirigentes comentam interdição das quadras externas de São Januário

Terça-feira, 04/06/2013 - 08:35

A vice-presidência de engenharia do Vasco (Manuel Santos), através do parecer do engenheiro responsável pelo clube (Gaspar), interditou há algumas semanas as quadras externas do clube - denominadas oficialmente de Complexo Esportivo João da Silva -, que ficam localizadas ao lado do ginásio principal, que encontra-se interditado desde 2011 e sem maiores perspectivas de reformas, e em frente ao vestiário do futebol profissional. Lá as equipes de futsal treinavam diariamente e jogavam e algumas das de basquete treinavam às sextas-feiras. O problema escancara o problema da imensa falta que ausência do ginásio faz, e traz dificuldades de estrutura para os esportes de quadra de um clube que potencialmente tem a melhor estrutura para essas modalidades (precarização à parte, a instituição possui, além das quadras externas, dois ginásios poliesportivos).

Com o problema, coincidentemente logo nas fases de mata-mata do Campeonato Carioca de futsal das categorias de base, o Vasco teve que remanejar treinos para outras quadras (como Vila Isabel e Riachuelo, além de alguns treinos nas quadras de futebol society do clube, um piso bem diferente), além de trocar os locais de mando de quadra. Chama a atenção é que durante a primeira fase inteira o Vasco não perdeu, em nenhuma categoria, sequer uma partida realizada na Colina Histórica. Todas as derrotas na fase de classificação foram fora dos domínios vascaínos. O Vasco manda suas partidas no espaço desde a reta final do Campeonato Carioca de 2012, no primeiro semestre do ano passado. Como a interdição do ginásio se deu bem no final de 2011, pouco afetou o Estadual (2° semestre) deste ano, mas em boa parte do Carioca de 2012, durante toda a primeira fase (o Vasco só adeuquou a quadra externa para realizar partidas dos campeonatos da Federação de Futsal do Estado do Rio de Janeiro (FFSERJ) a tempo do mata-mata daquele campeonato), o clube teve que alugar ginásios para seus mandos de quadra (Madureira e Helênico, por exemplo).

Com exclusividade ao Blog CRVG - Em Todos os Esportes/SuperVasco, o gerente do Departamento de Quadra e Salão do Vasco, Marco Bruno, contou que a interdição foi preventiva:

- Não sei como se procedeu isto, mas o que o Ricardo me passou foi que houve uma interdição preventiva do ginásio, o que sugere que é uma coisa que foi feita para precaver as pessoas de qualquer tipo de dano. E é melhor que seja assim do que correr o risco de colocar as pessoas numa situação de risco mesmo.

Marco complementou enfatizando a falta que a estrutura fará exatamente na reta final dos campeonatos de futsal:

- É evidente que uma vantagem que nós tínhamos nessa estrutura física do Vasco, tendo a possibilidade de treinar e se alojar, estar estruturado em São Januário, facilitava para que a gente pudesse fazer treinos diários, a gente mexer, remanejar. Nós tínhamos duas quadras num tamanho um pouco menor e uma maior, com o tamanho de 40m x 20m. Então realmente era o ideal, tudo ali em São Januário. E repentinamente a gente se vê impedido de continuar este trabalho. É claro que houve um desconforto inicial. Já minimizamos isto, porque ficar igual é impossível. Estamos treinando em diversas quadras do Rio de Janeiro. Atrapalha também nas questões dos jogos, porque nós iríamos jogar, como fizemos a melhor campanha em todas as categorias, os jogos de volta na segunda fase, que coincidentemente está começando agora, na nossa quadra, com a nossa torcida, dentro da nossa casa, o que é óbvio que era a nossa vantagem. Isso vai atrapalhar também, mas não dá para ficar lamentando. Foi uma questão que a gente tem que entender, uma questão estrutural do clube que a diretoria, através do nosso vice-presidente (de quadra e salão) Ricardo Haddad, está correndo atrás para resolver, junto com a alta cúpula do clube. Estão se empenhando. E só nos resta continuar o trabalho e continuar nessa brilhante campanha que a garotada (todas as categorias) e até o adulto, do sub-7 ao adulto, estão fazendo. Não me lembro, trabalhei no Vasco por mais de 15 anos, de uma primeira fase como essa em que você atravessa inteira do sub-7 ao adulto liderando tudo. Isto é muito difícil.

Também ao nosso blog, o vice-presidente Ricardo Leon foi bastante econômico nas palavras ao comentar o assunto:

- Quem tem que falar é o vice-presidente de engenharia ou o engenheiro responsável pelo Vasco, o Gaspar. Foi interditado preventivamente, mas o que vai acontecer quem pode falar são esses aí. O porquê de eles interditarem eu não posso dizer. A gente vai mandar os jogos no Grajaú Country e estamos treinando no Grajaú, no Vila Isabel e no Riachuelo. As finais do sub-17 para baixo serão no Grajaú, do sub-20 não. É positivo para a gente nesse sentido.

O Vasco foi eliminado nas quartas de final do sub-17 para o América (perdendo na quadra adversária no primeiro jogo e empatando com seu mando no Grajaú Country) e passou às semifinais no sub-15 com dificuldades (após dois empates por 4 a 4 com a AABB-Rio/K Esportes, que também jogou a primeira partida em sua quadra, ao contrário do Vasco no segundo jogo). As quartas de final das categorias sub-9, sub-11 e sub-13 serão disputadas a partir desta quarta-feira, e o sub-20 avançou à final. Esta última categoria tem o diferencial de requerer para as semifinais e a final ginásios com capacidade de pelo menos 1.000 pessoas, além de uma quadra de pelo menos 38 metros de largura e 18 de comprimento (a quadra de São Januário em que as partidas da primeira fase da categoria foram realizadas não cumpre o primeiro requisito). Poucas quadras no Rio de Janeiro possuem esses pré-requisitos, e dentre elas se destacam a Vila Olímpica de Caxias (local em que foram realizadas as partidas de semifinal entre Vasco e Flamengo e que muito provavelmente, em acordo já encaminhado, sediará as duas finais da categoria, entre o Bacalhau e América ou Casa de España/Botafogo) e o Complexo Esportivo Miécimo da Silva (em Campo Grande, na Zone Oeste do Rio de Janeiro), além do ginásio Pedro Rage Jahara, em Teresópolis, e o Alfredo Barreto, em Cabo Frio. Como as equipes do sub-9 até o sub-17 eram acostumadas a treinar e jogar numa quadra grande, é evidente que a ausência pode se refletir de alguma forma nos resultados (a quadra do Grajaú possui apenas 34 metros de comprimento).

Embora a falta das quadras externas deva mesmo ser lamentada, é importante ressaltar que sua utilização em partidas oficiais já era um grande improviso necessário devido à falta do ginásio. Ainda assim, embora a quadra seja muito boa em termos de tamanho (poucas quadras no Rio de Janeiro possuem 40m x 20m), sua estrutura era precária. O que, sobretudo, resultava na impossibilidade de realização de jogos em circunstâncias de chuvas muito fortes. Durante a primeira fase um significativo número de partidas foi adiado devido a isto.

Fonte: Blog CRVG Em Todos os Esportes - Supervasco